sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 2.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo II.

“Aproximando do quarto planeta, capitão.” - informa o navegador.

“Muito bem, alferes...” - o capitão Joshua esquece o nome do navegador por um momento. Como a tripulação é nova, ainda não se familiarizou com todos. Principalmente com o seu navegador, um andoriano que tinha pele azul e duas antenas na cabeça.

“Meu nome é Shres, senhor.”- completa o navegador, um pouco constrangido.

“Pois bem, Shres. Força de impulso e mantenha órbita padrão” - virando-se para o oficial de comunicações ordena - “Procure captar transmissões de rádio e televisão. Segundo os relatórios da Enterprise, esta é uma civilização tecnológica aparentando o século vinte da Terra e deve ter um sistema de comunicação deste tipo.”

O alferes Francisco Akwe era um índio da tribo Xavante da floresta Amazônica cujo sonho era conhecer as estrelas de perto. Seu cabelo bem negro e sua pele morena não chamavam mais atenção do que os seus brincos pontiagudos de madeira atravessando os lóbulos de suas orelhas. Seu pai queria que fosse o novo pajé da tribo, mas ele preferiu estudar no mundo do homem branco onde ampliaria seus horizontes e o faria chegar próximo de seu sonho. O melhor caminho foi se alistar na Frota Estelar.

Acabou por se especializar em engenharia eletrônica e comunicação interestelar. Era a primeira vez que embarcava em uma missão, como muitos de seus colegas, e não queria desapontar seu capitão. Respondeu à ordem quase de imediato.

“Estou captando transmissões de várias localidades. Estão acontecendo pequenos conflitos e o governo local está reprimindo severamente. Há registros de vários mortos e feridos”.

“Existe algo que possa colocar no visual?” - pergunta o capitão virando sua poltrona para frente.

“Um momento, senhor... Aí vai!”.

Na tela da ponte surge uma multidão tentando invadir uma construção imponente que se parecia com um palácio. Os manifestantes são afastados a golpes de espadas e sob fogo das metralhadoras.

A tripulação fica chocada. Não parecia que a missão ia ser muito pacífica.

“Oficial de ciências?” - chama o capitão.

“Tenente Naim el-Jamal, senhor. Ë uma honra estar sob seu comando”.- apresenta-se o rapaz que era um mulçumano da Tunísia e talvez era um dos poucos oficiais da Frota a portar um grosso bigode devido às suas convicções religiosas.

“Obrigado. Verifique qual a maior província e o total da população. Produza um mapa da área para orientar o grupo de descida. Marque um ponto de descida próximo às montanhas onde os rebeldes, chamados de “Filhos do Sol”, têm seu esconderijo, conforme os dados da Enterprise. Transfira todas as informações para a sala de reuniões.”

“Sim, senhor”.- o jovem começa a digitar em seu painel com um fervor quase religioso. Mais um querendo demonstrar eficiência total, pensa o capitão.

“Comodoro Solano, Dra.Andrews, comandante Bergman e Tenente Caio Marino. Sala de reuniões em cinco minutos”.

O capitão Joshua Goldman levanta-se para deixar a ponte e de repente lhe ocorre que alguém deve assumir o comando na sua ausência da ponte. Na ordem hierárquica de comando as opções seriam Bergman e a Dra. Mas ambos estariam na reunião. A outra escolha seria o tenente Tagushi, mas este estava avaliando o desempenho da nave após ter sido submetida ao stress de dobra seis por muito tempo. Então, quase ao acaso, ele olha ao redor e escolhe.

“Senhor Jamal, a ponte é sua.”

“Eu... senhor?” - responde assustado e surpreso o oficial de ciências.

“Sim, alguma dúvida quanto à sua capacidade?” - diz o capitão mexendo com os brios do jovem oficial.

“Não, senhor. Me preparei muito para esta possibilidade na academia”.

“Só tenha em mente que você não nestá num simulador virtual e sim no universo real e tudo sairá bem.” - dizendo isso o capitão lhe dá um tapinha nas costas e caminha até ao turbo elevador para deixar a ponte.

O tenente Jamal senta-se na cadeira de comando como se fosse uma cadeira elétrica e seus colegas ficam olhando-o com espanto. Quando Jamal percebe que o estão encarando ele os encara de volta demonstrando a autoridade de seu posto e, todos, constrangidos, voltam aos seus afazeres.

Texto por: Marcos De Chiara.

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