segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 27.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo XXVII.

Encurralados. Presos. Acuados.

Todas estas palavras serviam para retratar a situação em que se encontrava o capitão da Aries e seus homens.

O objetivo principal da missão foi alcançado. Os uniformes de Kirk e seu grupo de descida foram recuperados. As imagens em filme deles foram apagadas. De acordo com as declarações de Septimus não houve fotos em jornais, pois ele os tinha lido durante aquele período; jornais estes que ele conseguia através de mensageiros para que se mantivesse informado sobre o que se passava na cidade de Roma. Tal fato fora confirmado por Bergman quando de sua passagem pela biblioteca. Os últimos remanescentes da Beagle foram levados à bordo com seus respectivos familiares e com a captura do cônsul Claudius, os equipamentos de alta tecnologia, que poderiam estar guardados, poderiam ser recuperados após um pequeno interrogatório.

Para que a missão se coroasse de sucesso teriam que apenas sobreviver a um cerco de uma centena de homens determinados em tirar-lhes a vida.

“Eles estão se posicionando. Acho que vão invadir a torre.” – informa o tenente Baudelaire que estava de vigia.

O capitão Goldman sabia que tinha que traçar um novo plano de ação. Teria que proteger os técnicos e sair do prédio sem serem vistos. Como fazer isto sem o transporte ? Precisava de mais informações.

“Sr. Ross existe alguma saída de emergência? “

“Sim, temos um elevador que vai até um corredor subterrâneo que liga até uma saída a um quilômetro daqui.”

“Ótimo. Eu irei com vocês pelo corredor e ... “- o comandante Bergman faz menção de discordar do plano mas Goldman, percebendo eu excesso de zelo, completa a frase impedindo-o de começar uma discussão sobre a segurança do capitão.

“ ... e com mais quatro seguranças para nos darem cobertura. Bergman, você e os outros fiquem aqui e agüentem o quanto puderem. Usem phasers apenas em tonteio.”

O comandante acaba concordando, afinal de contas ele sempre queria estar em batalha e aquela era a sua oportunidade.

O comunicador do capitão começou a bipar.

“Sim Tagushi, o que é ?”

“Senhor, quando estava realizando os cálculos para o transporte nossos sensores captaram algo muito estranho na plataforma de lançamento e acho que gostaria de saber.”

“O que foi ? “

“Temos a leitura de duas pessoas dentro do foguete. Não é estranho para um lançador de satélites ? “

“Realmente é bem...incomum.” – Finalmente se esclarecia o sumiço dos líderes. Eles seriam sacrificados durante o lançamento do foguete. Eram um show a parte da coroação de Claudius. O futuro imperador era um homem realmente muito vingativo e com uma mórbida criatividade. Goldman percebeu que teriam que se apressar, pois tinham que libertá-los e ao mesmo tempo parar o foguete senão todos morreriam. Quando algo está ruim parece que poderia ficar pior. Lei de Murphy.

“Já estamos indo para lá. Avise-nos quando o tempo estiver bom. Goldman desliga.”

O grupo corre para o elevador torcendo para que o tempo seja suficiente.

Após a saída do capitão o tenente Jamal nota que o imperador Claudius havia sumido. Com toda aquela confusão ele deve ter aproveitado um momento de distração e escapou. O comandante Bergman deu um chute em uma cadeira de raiva.

“Baudelaire e Jonhson procurem-no. Ele deve ter descido pelas escadas, mas cuidado, se não encontrá-lo voltem para cá.”

“Sim, senhor.”- respondem os homens e correr para cumprirem a ordem.

Claudius só se lembrava de ter corrido daquela maneira quando, ainda menino, teve que fugir de um touro bravo na fazenda de Julius Crato. Alcançou o portão de entrada e quase foi alvejado por sua própria guarda.

“Idiotas! Cessar fogo! Não reconhecem seu imperador?”.

“Desculpe, senhor, é que pensamos que...”.

Claudius se aproxima do sargento e lhe desfere um forte tapa no lado direito do rosto.

“Não pense, aja! Se eu não escapasse poderia estar morto agora. Talvez vocês precisem ter mais treinamento. Conheço os leões certos para isso!”

Neste exato momento Baudelaire e Jonhson alcançam o hall de entrada, mas percebem que era tarde demais quando encaram o pelotão romano a frente deles e dão meia volta.

O imperador, que estava de costas, percebe, pela surpresa do sargento que havia alguém à suas costas, então toma-lhe a metralhadora se vira e abre fogo.

Os oficiais da Aries são atingidos em cheio e caem ao chão, aparentemente sem vida.

Claudius e alguns soldados se aproximam para constatarem a morte de seus inimigos quando presenciam algo, que para muitos, ficaria na lembrança como uma experiência mística. Os dois homens vão desaparecendo lentamente em meio a luzes cintilantes até só restarem algumas gotas de sangue no chão.

Primeiro o silêncio total mediante a perplexidade da visão de tal cena ,mas segundos depois os soldados batem em retirada apavorados com medo de serem alvo da ira dos deuses.

“Voltem, seus imbecis! Isto não é obra dos deuses. Eles Não são deuses. Eles sangram! Deuses não sangram!” – Claudius tenta convencê-los com a mão manchada de sangue estendida para o alto.

De fato, depois de tal argumento, alguns percebem que havia lógica em suas palavras. Deuses não podiam ser atingidos por armas e muito menos sangrar. Não conseguiam entender quem seriam aqueles homens, mas talvez pudessem dar conta deles. Eles acabam voltando, pelo menos a maioria.

“Isso, ótimo! Muito bem! Agora... Quero que chamem mais homens e invadam esta torre. Procure o chefe da missão, o engenheiro Ross e capturem-no vivo, entenderam? O resto, se não colaborarem, podem atirar para matar, entendido?”

“Sim, senhor.” – responde o sargento.

O Imperador segue até um jipe e ordena que o conduza de volta ao palácio real. Precisava alcançar a sua sala de tesouros o quanto antes.

A tempestade estava sobre a base de lançamento O serviço de meteorologia não era o forte daquele povo. O Lançamento teria que ser adiado de qualquer forma e foi uma boa desculpa para que a TV Imperial justificasse a falta de comunicação com os responsáveis pela missão. Como os repórteres estavam longe não puderam ver a movimentação do exército, a ação dos filhos do sol; nem quando Goldman, Ross e Jamal saem por um respiradouro próximos a estação elétrica. Dois oficiais de segurança da Federação avançam e atiram nos guarda que estavam de vigia Um outro grupo avança até a plataforma de lançamento. Goldman dá as últimas ordens.

“Vocês dois desativem a estação. Usem de todos os meios.”

Os dois guardas acenam com a cabeça e correm para o interior da estação, mas com cautela, poderia existir mais guardas por lá.

O barulho dos propulsores dos foguetes era ensurdecedor e havia muita névoa causada pêlos gases de resfriamento, mesmo assim prosseguiram com a missão. Um tiro passou de raspão pela cabeça do capitão e ele, instintivamente, jogou-se ao chão. Os oficiais de segurança da nave atiraram juntos e paralisaram dois atiradores ao que parecia haviam mais deles a despeito das balas que zuniam próximas demais. O grupo se dispersou procurando o lugar seguro mais próximo.

“Temos que chegar até o elevador.”- grita Ross desesperado temendo não ser ouvido.

O capitão Goldman faz sinal para que os guardas dêem cobertura aos três. O tiroteio se intensifica. Balas versus phasers. Ambos mortais.

Uma explosão, providencial, tira a atenção dos soldados. Era a estação que ia pelos ares. Aproveitaram a chance e correram para o elevador enquanto o inimigo ficava contemplando, assustado, a imensa bola de fogo que subia aos céus. As luzes da base se apagam dando-lhes uma ótima cobertura. Mas será que o elevador funcionaria ainda ?


Na torre de controle as coisas estavam ficando ruins. O exército resolveu invadir e estavam prestes a derrubar a barricada que foi colocada na porta. Através da vidraça começaram a lançar granadas de gás lacrimogêneo. Bergman manda que todos desçam para o corredor de fuga que a esta altura estava iluminado apenas com luzes de emergência. Não parecia haver mais tempo para concertar os controles, tinham que sair da base o mais rápido possível. Mal desceram pelas escadas a porta foi arrombada. Alguns filhos do sol tentam detê-los e são alvejados e mortos. Usar os phasers, em tonteio, foi a única saída para se defenderem. Os primeiros soldados caíram, mas os que vieram atrás continuavam sua marcha. Um soldado resolveu lançar uma granada e Bergman só teve tempo de tentar fugir do alcance da explosão. Nos segundos que se seguiram a entrada do túnel veio a baixo e tudo era fumaça e dor.

A explosão foi ouvida pelos oficiais da Aries que estavam guardando a saída do túnel após terem destruído a estação de força. Muita fumaça saiu pelo respiradouro. Quando a poeira abaixou nada pode ser ouvido então resolveram descer para ver o que acontecera. Encontraram dois técnicos tontos e confusos tentando respirar em meio a muita poeira e um muro de pedras e ferros retorcidos. Perceberam que não havia o que fazer. Se seus colegas morressem ou ficassem inconscientes por mais de dois minutos iriam ser transportados para a Aries isso se a nave conseguisse vencer a interferência magnética da tempestade. Caso contrário só restava à eles fazerem uma prece.

A chuva continuava a cair, sem piedade. O elevador, como era de se esperar estava desligado.

“E agora?”- pergunta Jamal para Ross.

“Já esperava por isso. Coloquei uma bateria embaixo dele prevendo algum imprevisto. Me dê um minuto.” – Ross se agachou e começou a mexer em um painel.

A plataforma do elevador sacudiu e começaram a subir. Ross lançou um sorriso de triunfo para todos, mas pouco notaram pois as balas voltaram a voar em suas direções. Estavam com sorte até agora e os soldados tinham péssima pontaria. Teriam que retirar o cônsul Otavius e o senador Lucius do foguete o mais rápido possível.

As explosões foram ao ar ao vivo pela TV e a população sabia que, definitivamente, havia alguma coisa a mais do que uma tempestade. O repórter tentava contornar a situação dizendo que um raio havia caído mesmo quando ninguém tinha visto tal fato. Alguns populares, mesmo com a chuva, não deixaram o local de observação reservado a eles. Os poucos que ficaram começaram a serem mandados embora por soldados com a desculpa que o lançamento havia sido adiado. É claro que tudo aquilo era para desviar a atenção do público antes que pudessem entender o que realmente estava acontecendo. Além disso, havia um outro grande acontecimento para presenciar na cidade: a coroação de Claudius Marcus.

O futuro imperador subiu as escadarias do palácio com a fúria dos deuses correndo em suas veias. Foi empurrando a todos que via pelo caminho até chegar aos seus aposentos gritando: “Drusilla ! Drusilla ! Venha rápido!”

A escrava demorou um pouco para aparecer e quando o fez não parecia tão serviçal.

“Por que demorou? Não fique aí parada! Preciso me trocar para a coroação! Venha me ajude aqui!”

Claudius esticou seus braços para trás para que o seu manto fosse retirado, mas a escrava não obedeceu. Ele então se virou e ficou espantando com o que aconteceu.

“O que deu em você mulher? Não escutou o que disse? Venha até aqui ou...”

“Ou o quê?” – respondeu finalmente Drusilla enfrentando pela primeira vez o seu mestre.

“Drusilla o que houve? Por que o atrevimento?”- Claudius começou a notar que havia algo muito estranho acontecendo.

Drusilla jogou o colar que havia ganhado nos pés de Claudius.

“Mas o que é isso?”

“ISSO?! Ë o mais precioso colar de “prata dourada” com os mais finos cristais coloridos que você me deu, lembra-se? Eu estive na casa de Lino Aureus, o ourives. Ele me disse que esta “jóia” enganaria até um bom ladrão, ainda mais uma escrava!”

“Ora, querida. Isto não é hora para isso. Eu...”

“Eu o amava. Você dizia que eu era especial que um dia seria imperatriz! Você será coroado e eu estou aqui ainda limpando seus sapatos, cuidando de suas roupas, preparando o seu banho...”- a jovem estava completamente descontrolada.

Claudius a segura pelos braços procurando acalmá-la, mas o choro apenas se intensifica. Ela se debate e depois tenta agredi-lo com socos. Ele a joga no chão.

“Estais louca mulher? Está querendo me dar ordens? Dizer o que fazer e quando fazer? Eu posso ter qualquer mulher quando eu quiser! Qualquer uma poderá ser imperatriz quando o momento certo chegar. Não será você que decidirá isso; entendeu?” – Claudius vocifera na direção da jovem.

Druscila tenta conter os soluços e limpa as lágrimas que ainda caem sem controle e responde.

Perfeitamente...” – o tom de sua voz havia mudado e ele não estava gostando nada disso. Um “clic” foi ouvido e a parede da sala secreta se ergueu. Do seu interior saiu uma figura armada com um rifle laser vestido em um uniforme todo negro. Era o senador Cassius.

“VOCÊ? Mas como?” – Claudius estava perplexo.

“Você ficaria surpreso com o que é capaz de fazer uma mulher traída.” – responde o senador sentindo que a sua vitória particular não poderia ter desfecho melhor.

Texto por: Marcos De Chiara.

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