segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 11.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo XI.

“Como fechado?” - pergunta irritado o comodoro que aguardava no início do escadario onde os outros aguardavam sentados a volta do comandante Bergman.

O comandante dá de ombros pois parecia que o grupo estava sem sorte, mesmo assim tenta explicar o que o porteiro já havia dito que, devido a uma lei marcial decretada na véspera, não poderia haver nenhum agrupamento com mais de dez pessoas em nenhum lugar da cidade.

“Então temos que refazer nossos planos”- pensa rapidamente o comodoro- “Eu, o tenente Jamal e o tenente Yuchenko vamos procurar a estação de tv. Você e o tenente Marino irão procurar uma biblioteca ou os arquivos de um jornal. Eles devem ter algo parecido com uma páginas amarelas em algum lugar público.Nos encontraremos em duas horas na frente daquele obelisco.”- diz apontando para o enorme monumento de pedra situado em uma praça com a grama muito bem cortada.

O pessoal do segundo time se dividiu e Bergman ficou pensando se o capitão estava tendo uma melhor sorte.

O capitão preferiu chamar a atenção de Septimus. Montou uma barraca com os equipamentos que os seguranças carregaram em suas mochilas e preparou uma fogueira para fazer um chá com ervas aromáticas.

Enquanto os quatro deliciavam o chá notavam que estavam sendo vigiados. O tenente Baudelaire e o alferes Rodrigues ameaçaram pegar os seus phasers, mas o capitão os proibiu com um gesto discreto.

Aos poucos os filhos do sol foram se aproximando até que ouviram uma voz grave.

“Não se mexam, estranhos. Mãos acima da cabeça.”

Sob a mira de, no mínimo, cinco espingardas, o capitão e seus companheiros cumpriram as ordens de imediato.

“Este era o seu plano ?” – pergunta a doutora para o capitão.

“Bom nós os atraímos, não ? “ – diz o capitão sem muita segurança.

Foram conduzidos em fila indiana até uma caverna aonde encontraram Septimus. Este perguntou: “Salve, estranhos. Quem são vocês? O que fazem aqui?”

“Somos pessoas comuns, senhor.” - começou Goldman com a história já decorada - “Viemos da Gália em busca de novas oportunidades. Soubemos que em um rio aqui perto havia ouro ...”- na verdade foram os sensores da Aries que indicaram um pequeno veio para corroborar sua história.

“Ouro? Mas que história louca! Devem ser espiões como os outros que levaram Flavius para a morte!” - um rapaz moreno alto e forte interrompe a boa história do capitão.

As armas continuavam mirando os quatro até que Septimus deu a ordem para as abaixarem.

“A vida nos é muito preciosa. Não lutamos contra Roma para nos tornar igual à ela. Abaixem as armas e a desconfiança em seus corações. Usem a cabeça para pensar, não para odiar. O ódio nubla os pensamentos. Vejam suas vestes. Não são como os outros.” - Septimus desfaz a expressão de irritação e sorri convidando a todos para sentar em volta de uma fogueira já apagada.

“Obrigado pelo voto de confiança”- agradece o capitão Goldman.

“Todos aqueles que o Sol toca recebem calor e alguns, as vezes, recebem calor demais.” - brinca Septimus , ulitizando metáforas, com seu seguidor de atitudes intempestivas. Algo nele lembrava o comandante Bergman. O capitão pensa como seria engraçado se os dois se encontrassem.

“É sua esposa? “- pergunta Septimus apontando para a Dra. Andrews. Esta sorri, mas compreende o engano. Não seria comum naquela sociedade uma mulher viajar desacompanhada de um marido ou pai ou algum protetor. Goldman desfaz o embaraço.

“Não, ela é uma amiga. Nós nos reunimos para conseguir dinheiro para comprar a liberdade de alguns companheiros”.

“Vocês são contra a escravidão?” - pergunta Septimus com especial interesse.

“Nós acreditamos que na igualdade entre os homens e que a liberdade deve ser um direito de todos”.

As idéias iluministas de Goldman ecoam na caverna e encontram simpatia aos ouvidos de todos.
“Nós ainda não nos apresentamos. Eu sou Septimus. Nosso amigo desconfiado aqui é Julius. Estes são Caio, Juno, Minerva, Titus, Glauco, Lucília e seu pequeno filho Espartacus”.

“Espartacus ?!”- exclama o capitão.

“Você o conhece?” - pergunta Septimus espantado com a reação de Goldman. Como ele poderia explicar que o Espartacus que conhece é um herói da história de sua Terra ? Um gladiador líder da revolta dos escravos contra Roma em 73 a.C. que conseguiu derrotar dois exércitos do invencível império romano.

“Não, é que é um nome forte para um garoto!”

“Sim, ele só tem quatro anos, mas é bem esperto para sua idade.”- comenta Septimus.

“Bom eu sou Vindix e meus amigos são Almacurcix, Bondelarix e Rodrix” - os nomes falsos faziam parte do plano de caracterizarem pessoas da Gália.Foram inventados naquele instante e não soaram muito bem nos ouvidos dos recém batizados.- “Mas por que estão vivendo em cavernas?”- fala dissimuladamente Goldman - “São escravos fugidos?”

“Alguns sim outros não. Na verdade, meu bom amigo, nós, além de compartilhar das suas idéias de um mundo sem escravos, também temos uma outra aspiração. A que todos somos filhos do Sol.”

“Ah, sim. Já ouvi falar de sua seita.”- diz a Dra. Andrews tentando participar da conversa mesmo sabendo que apesar daqueles homens estarem lutando pela liberdade, a submissão feminina ainda era algo muito apreciado. Seu comentário foi ignorado.

“Roma os tem perseguido, pois eles são politeístas e vocês pregam uma unidade religiosa, um Deus único” - comenta Bondelarix.

“Vejo que é bem informado, meu amigo. Como sabe o Sol que está no alto e com sua luz nos banha sem distinção procura dentro de nós o seu reflexo para que juntos nos tornemos uma única luz. Pura, forte, consciente da integração com a natureza. Não podemos deixar a luz parar de brilhar. Sabemos que haverá noites, mas Roma quer nos condenar às trevas eternas.”

A eloquência de Septimus era devido à anos de discussões no senado onde a oratória era tudo. Naquela época ele se importava apenas com a república. Agora ele está mais preocupado com o povo e a irmandade do Sol.

Enquanto conversavam eram servidos com frutas, vinho, queijo e pão. O grupo aceitou diplomaticamente a oferta, mas sabiam que não podiam prolongar sua permanência na caverna. Já haviam conquistado a confiança dos renegados, ou estavam próximos disto, então mais tarde poderiam fazer perguntas sobre a passagem de Kirk e saber do paradeiro dos uniformes e equipamentos sem levatarem muitas suspeitas.

“Amigo Septimus, agradecemos sua hospitalidade, mas temos que ir.”

“Que pena, não temos muitas visitas ultimamente. A não ser um ou outro mensageiro.”

“Não creio que seus amigos queiram visitas por aqui. Eles prejudicam muito o turismo com aquelas armas.”- diz Vindix ironicamente.

“Oh, você tem razão. Eles só se preocupam com a segurança do grupo. Temos que fazer patrulhas constantes para evitar que a guarda pretoriana ou a polícia nos encontre. Muitos de nós já foram capturados e nunca mais voltaram.”

“Como o tal de Flavius?”- pergunta Bondelarix.

“Sim, como ele.”- responde Septimus com tristeza.

“Bom, nós tomaremos cuidado.- aperta a mão de Septimus - Seu segredo está bem guardado conosco.”

“Vão em paz, e que o Sol ilumine os vossos passos.”

Goldman, Andrews, Baudelaire e Rodrigues, que ainda segurava um pedaço de queijo na mão enquanto tentava mastigar e engolir outro, saíram da caverna em direção ao acampamento certos que começaram bem a missão.

Contudo , no interior da caverna, um diálogo cauteloso é travado.

“Julius?“ - chama Septimus.

“Sim, senhor.”

“Vige-os, mas com cuidado para não ser visto.”

“Assim será feito.”

Texto por: Marcos De Chiara.

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