segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 16.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo XVI.

“Tem certeza?” - perguntou Septimus pela terceira vez.

“Eu vi e ouvi. Não estava tendo nenhuma alucinação. O homem mais velho, o tal de Víndix , falava em um rádio sem fio e a mulher falou em estar fazendo mineração nas estrelas perto dos deuses. Ela mencionou Vênus e Mercúrio! Um aparelho surgiu do nada e os outros homens o pegaram “.

“Isto é tudo muito estranho. Se eles são espiões da república, a essa hora estaríamos presos ou mortos.” - diz Septimus sem conseguir entender as intenções dos estranhos.

“Mas e se eles não forem espiões da república e sim dos deuses? - pergunta Julius.

“Não seja tolo, rapaz. Os deuses não existem. Somente o Sol é que alimenta nossa existência e guia os nossos passos.”- alerta Septimus para o erro de julgamento de seu amigo.

“Mas então quem são eles?”- pergunta Julius novamente.

“Não sei. Amanhã iremos até o acampamento deles e tentaremos descobrir. Agora vamos dormir. Já tivemos um dia bastante agitado. Descanse, meu amigo.” - dito isso Septimus encerra a conversa.

Julius, apesar de não se conformar com a situação, se afasta e procura algumas peles para deitar.
Lucília, a jovem mãe do menino Espartacus, ouvira toda a conversa e pensou: ‘Se aquelas pessoas são mesmo do espaço, esta poderia ser a única esperança para ela e seu filho!’

Assim que escureceu e quando todos já estavam dormindo, ela saiu sorrateiramente em direção do acampamento perto do rio.

O capitão e a doutora estavam sentados em volta da fogueira vestindo casacos por causa do frio. O tenente Baudelaire estava descansando na barraca, pois o próximo turno seria o dele, enquanto o alferes Rodrigues fazia a ronda.

“A senhora devia estar dormindo. Seu turno só começa daqui a duas horas.”

“Estou sem sono. A minha companhia o incomoda, capitão?”

“Não, absolutamente. É uma questão de praticidade. Quando for o seu turno estará cansada e não ficará alerta o suficiente.”

“Por acaso esqueceu-se que sou médica? Estou acostumada a ficar longas horas sem dormir. Isto até me incomoda um pouco, mas acho que fiquei condicionada. Além do mais nunca consigo dormir a primeira noite em um lugar estranho.”

Um ronco alto foi ouvido. Ambos se assustaram e até o alferes Rodrigues correu para ver o que era. Era somente o tenente Baudelaire seguindo a risca as suas ordens depois de um dia cansativo. Houve um momento de desconcentração com todos segurando o riso por causa do colega oficial.

“Ele parece que não está bem condicionado.”- comenta o capitão.

“Quando voltarmos para a nave vou pedir um exame médico completo para acabar com este ronco.”

“Por falar na nave, lembro-me de mandar o Tenente Tagushi de polir os sensores. Estou com calos nas mãos e sem nenhum ouro para coroar nosssos esforços.”

“Ora, capitão. Não culpe o rapaz pelos sensores da nave. Foi nossa incompetência que nos fez não encontrar o ouro.”

“É... possível.” - diz o capitão tentando disfarçar o constrangimento pela doutora estar mais uma vez certa em seus comentários.

De repente o vento parara de soprar. O barulho de um pequeno galho quebrando foi ouvido. Havia alguém mais no acampamento.

Goldman pegou o seu phaser, do tipo um, modelo escolhido para a missão por ser pequeno e fácil de esconder.

Se aproximando da luz da fogueira duas figuras são iluminadas. Um era o alferes Rodrigues a outra uma mulher. Era Lucília, a mãe do pequeno Espartacus.

“Por favor, não atire. Vim em paz e estou sozinha.” - diz a mulher com medo.

O capitão rapidamente guarda o phaser e se aproxima da visita inesperada. O alferes a segurava pelo braço e o capitão faz um sinal para que solte a moça.

“Desculpe, não queria assustá-la” - diz Goldman tentanto acalmar a moça.

“O senhor precisa me ajudar. Eu e meu filho não podemos mais ficar aqui. Corremos muito perigo. O senhor precisa nos levar embora....” - Lucília começa a chorar. Estava desesperada.

A Dra. e o capitão se entreolham e ficam sem entender do que a mulher estava falando.

“Calma. Não chore. Sente-se aqui.” - fala a doutora tentando consolar a jovem mãe.

“Você é Lucília, não? A mãe do menino Espartacus, não é? Alguém está perseguindo vocês? Vocês foram atacados? Onde estão os outros de seu grupo?“ - Goldman começa o interrogatório para tentar entender o que estava acontecendo.

“Eles estão dormindo. Estão todos bem, mas não sei por quanto tempo.”

“Por que você diz que posso ajudá-la? Por que quer ir embora daqui?“- o capitão continua a questionar.

“Não posso mais viver aqui arriscando a minha vida e a do meu filho. Vivendo fugindo, passando fome e frio. Meu filho merece uma vida melhor. Ele é um de vocês”.

“Um de nós?” - pergunta a doutora.

“Vocês não vieram do espaço? Lá de cima onde onde moram os deuses?” - responde Lucília apontando para as estrelas.

Goldman e a doutora ficam surpresos como seus disfarces foram tão facilmente descobertos.
“Quem lhe disse que somos do espaço? Nós somos da Gália...” - o capitão tenta convencer a mulher do contrário.
“Julius nos contou. Ele esteve vigiando vocês o dia todo.” - o capitão olha para o alferes com desaprovação. O jovem abaixa a cabeça envergonhado por sua falha. A jovem continua a falar - “ Viu quando você falava em um rádio sem fio com os deuses. Viu quando surgiu um aparelho dos céus.Você apontou para mim, ainda a pouco, uma arma de raios, não foi? - diz a mulher tentanto convencer Goldman das suas convicções.

O capitão suspira . A Dra. Marta balança a cabeça negativamente. Não adiantava mais esconder nada.

“Veja o lado bom da coisa, capitão. Amanhã não teremos que garimpar de novo.” - brinca a doutora.

Goldman tenta levar o comentário na esportiva e faz uma última tentativa para dissuadir a jovem.

“Escute Lucília, nós não podemos ajudá-la. Estamos aqui para encontrar uns amigos perdidos e ...”

“Eu sei. O pessoal da Beagle!” - diz Lucília surpreendendo a todos e demonstrando que saber mais do que devia.

“Como você sabe da Beagle? - pergunta o capitão com curiosidade.

“Meu marido era um de vocês. William B. Harrison. Ele pilotava a nave. Mas ele se desentendeu com Merricus e agora está morto. Não quero que meu filho tenha o mesmo destino ou que, ao crescer, busque vingança. A minha esperança é que vocês possam me levar daqui para as estrelas. Eu ia pedir isso aos outros que vieram, mas não tive oportunidade.”

“É, capitão. Isto é um caso de asilo. Tecnicamente temos que ajudá-la”.

“Tecnicamente, Almacurcix - enfatiza bem o nome de fantasia não querendo se dar por vencido - nós temos uma missão a cumprir e não podemos...” - Lucília interrompe a conversa se dirigindo à doutora.

“Por favor, senhora fale com o seu capitão. Ele é seu capitão, não é? Por favor, peça a ele!”

Goldman dá um sorriso meio sem graça, pega a doutora pelo braço, pede licença a Lucília e se afasta para uma breve conferência particular.

“Doutora - murmura Goldman - você está pondo em risco a nossa missão. Não podemos nos compromenter em dar asilo. Ela não fazia parte da tripulação da Beagle. Não a encoraje!”

“Primeiro... Quem acabou com o nosso disfarce foi o senhor quando apontou o phaser para aquela mulher...” - se defende a doutora.

“Foi um ato instintivo.” - se justifica Goldman.

“Em segundo lugar ela tem um filho de um navegador espacial que estava a serviço da Federação. Tecnicamente nós somos responsáveis pela sua tutela” - os argumentos da Dra. Andrews eram irrefutáveis. Goldman olhou para Lucília, sentada a beira da fogueira, com o olhar fixo e os olhos cheios de lágrimas na espera que sua súplica fosse atendida.

O capitão caminha em sua direção, agacha e toma-lhe a mão fazendo uma promessa.

“Nós a ajudaremos no que for possível se você também nos ajudar.”

“Oh, senhor capitão, eu serei eternamente grata” - diz a jovem abraçando-o entusiasticamente.- “Farei tudo o que pedir. Meu filho e eu seremos seus eternos devedores.” - olha para a doutora agradecendo-a também e a mesma devolve com um ‘OK’ discreto sem que seu superior veja.

Goldman fica sem jeito com a reação da mulher e a doutora solta um sorriso de satisfação. O barulho das vozes acaba por acordar o tenente Baudelaire que sai da barraca para ver o que estava acontecendo.

“Já é o meu turno, capitão?” - o tenente, ainda sonolento, se espanta ao ver o capitão agachado e abraçado com uma estranha.

A doutora não se contém e solta uma gargalhada e é seguida por Goldman que não tinha mais nada a esconder.

Texto por: Marcos De Chiara.

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