segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 21.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo XXI.

Ao abrir os olhos a primeira imagem que o comandante Bergman vê é o grande rosto enrugado do Comodoro Solano. Deitado na cama da enfermaria o comandante sentia-se um pouco grogue. Ao tentar se levantar sua cabeça pareceu explodir, então se deitou novamente.

“Que diabos aconteceu?” - pergunta o comandante.

“Estamos a salvo senhor. Noi abbiamo ritornato a Aries” - a voz do tenente Marino era inconfundível, pois irritava os ouvidos.

“Mas como?” - Bergman não se lembrava de como o resgate se deu. O tenente Tagushi, que estava também ao lado da cama, apressa-se em explicar o ocorrido.

“Os implantes que colocamos nas roupas nos informavam a posição e as condições vitais de vocês. Poderíamos tê-los trazidos a bordo a qualquer momento, mas teríamos que ter certeza do momento certo. O senhor sabe, não é ? A primeira diretriz....”

“Tá homem eu sei bem o que é a primeira diretriz. Diga como viemos parar aqui.”

“Certo. Quando sua função vital caiu subitamente nós ampliamos o feixe de transporte e transportamos tudo que estava na sala. Estes procedimentos estavam de acordo com os planos de segurança que o senhor mesmo havia traçado.”

“Eu sabia que mio plano daria certo.” - se vangloria Marino a espera de congratulações ou talvez uma medalha.

“Seu desgraçado! Você me usou como cobaia! Eu podia ter morrido!”- Bergman tenta alcançar o pescoço do tenente italiano e é contido pelo comodoro e por uma forte dor de cabeça, um dos efeitos colaterais provocado pelo feixe de tonteio do phaser.

“Calma, comandante. Ele salvou sua vida e a missão. Ele merece uma medalha.” - o comodoro tenta botar panos quentes na situação. Marino, que se protegia atrás de Tagushi, gostou da solidariedade do comodoro.

Bergman, já sentado, tenta se acalmar. Afinal de contas o comodoro tinha razão.

“Mas, o que aconteceu com os guardas que estavam conosco?”- perguntou o comandante com curiosidade.

“Bom, eles ficaram em estado de choque ao chegar. Recuperamos nosso material e os transportamos de volta. É claro que eles vão ficar um pouco confusos, mas não acredito que reportarão um fato como esse sem passarem por malucos.” - explicou o engenheiro-chefe. Tagushi estava tranquilo pelo resgate da maior parte do grupo de descida. Só faltavam quatro e , de acordo com os últimos dados dos transponder, todos pareciam bem .

“E o capitão ? Já voltou ?” - Bergman apoia no ombro do comodoro e fica de pé.

“Nós os estamos monitorando. Se o senhor desejar podemos transferir os dados para a tela daqui da enfermaria.” - responde Tagushi.

“Não. Eu vou para a ponte.”

“O senhor tem certeza?” - pergunta Tagushi preocupadamente. Uma enfermeira aparece para ajudar.

“O senhor devia ficar repousando um pouco mais.” - diz ela.

“Eu já me sinto melhor, mas acredito que você tenha algo para fazer-me ficar melhor ainda.” - diz o comandante deixando escapar certa malícia em suas palavras.

A enfermeira sorri e se aproxima para aplicar-lhe uma hipospray no braço.

“O que foi isso?” - pergunta o comandante à enfermeira.

“É um estimulante, comandante. Isso irá ajudá-lo a cumprir todas as suas funções com eficiência.”

“Espero que sim.” - diz Bergman tentando ser sedutor enquanto a enfermeira morena dá meia volta e sai da sala.

Em seguida o engenheiro e o tenente Marino também decidem voltar aos seus postos. Bergman segura no braço do italiano o impedindo de sair. Este abaixa a cabeça à espera de um cascudo. O comodoro faz menção de desapartar uma briga que não chega a ocorrer. O que acontece é algo inesperado.

“Olha, tenente, desculpe minha atitude. Ë que não gosto de ser surpreendido. Você foi muito astuto. Agora, da próxima vez que decidir em transformar minha cabeça em spagheti com porpetoni, me avise antes, capice ?”

“Capisco. Quero dizer... entendido, senhor.”

Os dois oficiais apertaram as mãos e seguiram juntos para o turboelevador seguidos pelo comodoro e pelo engenheiro que estavam perplexos com a cena que viram.

Na ponte, Bergman assumiu o comando e ao se sentar notou que estava sem o uniforme. Isto o fez se sentir um certo desconforto. Pediu ao tenente Jamal para por na tela principal os sinais do grupo de descida restante.

Podiam ser vistos os quatro sinais, mas eles estavam muito separados uns dos outros. Isto seria um bom ou mau sinal?

“Pode identificar cada sinal?” - pergunta Bergman ao oficial de ciências.

“Sim, senhor. Prefere cores, nomes ou símbolos de patente?”- Bergman fica surpreso com a sofisticação do programa.

“Ora, qualquer coisa. Ok, cores. Ponha na tela, rápido.”

Na tela da ponte viram surgir um ponto amarelo que representava o capitão, um azul que representava a doutora, e dois pontos vermelhos que representavam os guardas de segurança. Os pontos amarelo e vermelhos estavam se movendo caoticamente em direção oeste e o azul permanecia imóvel.

“Sinais vitais?”

“Estão bons. Níveis de adrenalina subindo um pouco no capitão e nos guardas.” - informa o tenente Jamal.

Devem estar em perigo, pensa Bergman. “Estão sozinhos? Identifique outros sinais de vida na área”.

O oficial de ciências dedilha no seu painel e confirma a presença de mais cinco pessoas na área São colocados na tela como pontos brancos. Alguns desses pontos estavam se movendo junto com o pessoal da Aries.

Bergman sabia que algo estava errado. Olha para o comodoro ao seu lado esperando algum conselho, mas o velho oficial observava a tela com um olhar muito compenetrado. Como oficial tático e responsável pela segurança de seu capitão a exclusividade da melhor medida a ser tomada era dele. Apertou o botão do intercom no braço da cadeira.

“Sala de transportes... Preparar para subir grupo de descida ao meu sinal”.

“Entendido” - responde o técnico.

“Tenente Jamal, coloque na tela, simultaneamente, os sinais vitais do grupo. Qualquer alteração brusca e os traremos de volta.”

Todos na ponte acompanhavam os movimentos dos pontos na tela como se fosse a decisão de um importante jogo. Só não sabiam que esse jogo era chamado de sobrevivência.

No planeta abaixo Goldman e os outros se embrenhavam na floresta cada vez mais gritando o nome de Espartacus. Pararam ao ouvirem um rugido e um choro. Ambos pareciam vir de uma caverna. Quando Goldman chegou ao local da origem dos sons já encontrou o alferes Rodrigues de prontidão com o phaser em punho.

O capitão fez sinal para que ele entrasse e fosse cauteloso. Seguiu logo atrás de seu segurança. No interior da caverna puderam ver um grande felino cercando o pequenino Espartacus.

“Não se mexa, garoto. Fique onde está. Não chore.” - tenta Goldman acalmar o menino apavorado.

O animal estava muito agitado. Goldman temia pela vida da criança então, viu um pedaço de um galho no chão e atraiu a atenção da fera com ele. Rodrigues andou na direção oposta tentando contornar o animal e pegar o garoto. Quando estava se aproximando, Julius e Lucília entraram na caverna. A mãe, quando viu a situação em que o filho se encontrava, soltou um berro de pavor que assustou o animal e o alertou da presença do alferes que estava já bem próximo do menino.

A fera fez menção de recuar, mas em seguida pulou e atacou o alferes abocanhando-lhe o braço direito com o qual, em vão, tentava se proteger, mas que estalou numa fratura exposta.

Julius correu para agarrar o garoto enquanto Goldman tentava fazer mira no animal que estava estraçalhando o corajoso e jovem alferes.

Finalmente a mira pode ser feita e a fera foi atingida. O capitão se aproximou para socorrer o segurança, mas de repente a caverna deu lugar à sala de transportes. A única coisa que pode dizer, sem titubear, foi: “Levem-no à enfermaria, depressa!”

Ao olhar para o lado o capitão não notou a poça de sangue que se formou no assoalho do transporte quando o alferes foi socorrido, mas sim o grande felino atordoado. Uma preocupação a mais.

Julius, Lucília, com o filho no colo, o Tenente Baudelaire, a Dra. Marta e Septimus estavam olhando para ele como se estivessem esperando uma explicação para aquela súbita mudança de cenário. Não restava muita coisa a dizer a não ser...

“Senhores, bem vindos à minha nave. Bem vindos à Aries.”

Apesar de Julius e Septimus estarem espantados; Lucília sentia-se feliz e, depois de muito tempo, segura.

Texto por: Marcos De Chiara.

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