domingo, 19 de janeiro de 2014

FB 1 - Mudando as Regras - 6.


FRENTE DE BATALHA A TRILOGIA
Mudando as Regras – Parte I
As aventuras do Capitão Dorian Alkon na linha de frente do Quadrante Gamma
Por Marcos De Chiara

Capítulo VI

A Base estelar 375 foi criada, originalmente, como uma base científica para estudar a astronomia do setor em 2.345. Sob suspeita de ser um posto de escuta da federação ela foi atacada pela União Cardassiana em 2.365, obrigando a Federação a retirar todos os civis e corpo científico (cerca de três mil à época), deixando apenas uma pequena equipe técnica para manter a estação funcionando e , naturalmente, continuar a espionar os movimentos cardassianos.

Ela é do modelo Regula, parecida com a Deep Space Five e a base 173, próxima a fronteira romulana. Têm 2.842 metros de diâmetro, 2.160 metros de altura e 397 decks; podendo abrigar 5.700 oficiais e até seis mil civis. Em termos de armamento sabe-se que têm cem bancos phasers e oito para torpedos fotônicos. Sua doca interna pode abrigar até quinze naves estelares de médio porte.

Com o tratado de paz assinado em 2.367 entre a Federação e Cardassia, o pessoal científico e os civis retornaram à estação restabelecendo uma rota segura para a zona desmilitarizada, servindo como um ótimo entreposto e doca de manutenção de naves. Era uma boa alternativa à DS9 que era menor e tinha menos recursos.

Com a recente ameaça do Dominion a Frota Estelar julgou que a base não era mais segura e enviou a quinta Frota de naves para garantir as rotas comerciais e proteger a estação. Lá estavam a USS Baldwin (Classe Miranda), USS Edmund Fitzgerald (Classe Sovereign) capitaneada por Robert DeSoto (transferido da Hood) e sua n0 1 comandante Tara Pagano, USS Potomac (Classe Cheyenne). Em breve se juntaria a elas a USS Protheus, da nova classe Prometheus. Ela será a  nave mais avançadas da Frota, possuidora da tecnologia de multi vetor de ataque, onde a nave era capaz de se dividir em três. Era a segunda a ser construída fazendo par com a sua irmã USS Prometheus que dava nome à nova classe de naves. Mesmo com toda esta proteção muitos civis já começavam a deixar a estação, deixando, a maioria dos decks, praticamente vazios.

O clima pesado foi percebido pelos oficiais da Albedo quando desembarcaram. Um grupo de uns trinta homens armados os aguardavam na baia de atracação para conduzi-los até o deck sete.

_O que está acontecendo? O que é isso? Hei! Vamos com calma! – dizia Allison ao ser empurrada por um guarda.

_É melhor não discutir, Ally. – falou McCormick para a amiga.

-Para onde estão nos levando? – pergunta Gilbert sem que ninguém lhe respondesse.

Todos foram sendo guiados até os turboelevadores como gado sendo recolhido para o curral após um dia de pastagem.

Alkon e Okaido, ao saírem, deparam com o mesmo cenário e chegam a pensar que a base havia sido dominada por algum inimigo desconhecido. Só ficaram um pouco mais tranqüilos quando dois oficiais da Frota se aproximaram deles e se apresentaram:

_Sejam bem vindos, capitão Alkon, comandante Okaido. Eu sou o vice-Almirante William Ross, encarregado desta estação, e este é meu ajudante de ordens, Comandante Bennett. Desculpe-nos  pelo transtorno, mas estamos em alerta amarelo e devido a natureza de sua missão vocês devem ficar incomunicáveis.

_Natureza da nossa missão? Não sabia que estávamos em uma..._Okaido estava no escuro. Do que aqueles caras estavam falando?

_O Almirante Petersen explicará tudo... – Sarah já ia acompanhando Alkon quando é detida por Bennett-...ao seu Capitão – completa Ross. A senhora, por favor, acompanhe o comandante Bennett até o deck sete e aguarde com os demais. O senhor, Capitão, me siga.

Alkon sentiu uma grande preocupação em Ross, mas esta era maior em Sarah. Havia algo sério ocorrendo e ele não conseguia determinar. Ross não estava dizendo totalmente a verdade e Alkon não sabia o porque. Só restou a ele seguir as ordens e quando se separou de Sarah viu que o olhar dela dizia: “Tome cuidado”.

Ao caminhar pelos corredores da estação o Capitão Alkon pôde notar algumas pessoas andando apressadamente e carregando malas ou mochilas, arriscou a fazer uma pergunta:

_A base está sendo evacuada?

_Não exatamente. Algumas pessoas estão sendo precavidas.

_Por qual motivo? Vocês estão com alguma epidemia à bordo? Vazamento radiativo?

_O Almirante Petersen lhe dará todas as respostas, senhor.

Alkon se calou. Seria difícil arrancar alguma informação daquele homem.

Parou em frente a uma porta, ela se abriu e Ross convidou-o a entrar. Estava em uma ante-sala vazia onde se via alguns quadros na parede e um pequeno sofá. Quando olhou para trás o almirante Ross já havia ido. Antes que tivesse a oportunidade de sentar-se, vindo de uma outra sala ao fundo, o tenente Brixx apareceu e chamou-o.

_O Almirante Petersen irá recebe-lo agora. – o boliano ficou a sorrir e Alkon sentiu-se incomodado com aquela atitude. Algo de ruim o aguardava. Ele ajeitou a sua túnica, respirou fundo e adentrou a sala.

Capitão...Queira ficar a vontade. – Petersen estava sentado e assim ficou. Estava com o rosto voltado para o monitor em sua mesa. Parecia estar lendo algo muito importante para ter que desviar o olhar. Depois de alguns intermináveis segundos, falou:

_Capitão Alkon, Dorian. Nascido em 2.342 em Betazed. Filho de Bardan e Lomara Alkon, da sexta casa. Considerado um garoto prodígio com um nível psi doze. Apesar de que na sua ficha constar como nível oito. Muito conveniente... Isto é algo raro entre os betazóides e principalmente entre os machos da espécie. Indicado para a Frota estelar pela embaixadora Lwaxana Troi quando tinha apenas treze anos.

Cursou a academia com louvor e se formou aos dezessete anos. Sendo muito jovem para o serviço ativo foi trabalhar como ajudante de ordens do reitor da academia e ficou neste cargo por dois anos até ser indicado como conselheiro da USS Chekov, classe Springfield. Lá  recebeu duas promoções, alcançando a patente de tenente sênior, uma comenda da Frota Estelar e uma medalha por mérito em serviço. Após seis anos de serviço foi uns do poucos sobreviventes da batalha contra os Borgs em Wolf 359, onde ficou confinado e vagando pelo espaço, após a destruição de sua nave, em um pod salva-vidas com mais três colegas por 48 horas até serem resgatados. Depois disso ganhou uma estrela de ouro e a cruz vermelha, foi promovido a tenente-comandante e passou seis meses em tratamento psicológico, sendo transferido pra a embaixada de Betazed na Terra para realizar serviços burocráticos. Creio que foi aí que decidiu não mais seguir a carreira de conselheiro e se aperfeiçoou em cursos de qualificação para o comando. Sua performance foi tão boa que o alto comando o indicou para primeiro oficial da USS Trípoli, classe Hokule’a; onde, em uma missão, durante uma batalha com alienígenas desconhecidos, salvou a vida de seu capitão e se manteve no posto até a chegada de reforços. Ganhou a cruz de valor e foi promovido à comandante.

_No ano passado ganhou o seu próprio comando na USS Babel, classe Akira. Na sua primeira missão se envolveu em um conflito armado entre maquis, breens, cardassianos, romulanos e terroristas bajorianos; pondo em risco uma missão diplomática sigilosa. A nave foi bastante avariada no incidente tornando-a inoperante. Ao final da missão, entrou com uma representação contra o alto comando da Frota alegando terem posto as vidas de diplomatas em risco ao enviarem a nave em uma missão numa área de conflito sem o seu consentimento. O processo foi indeferido, pois para a Frota, tal missão nunca ocorreu. Nenhum embaixador deu seu testemunho oficial de ter participado de tal ocorrência e o senhor foi responsabilizado pelos danos causados à nave e a perda de seus tripulantes em uma missão não autorizada ao quadrante Gamma.

_Mesmo assim uma corte marcial não foi realizada e o mais impressionante é que, logo depois, recebeu um novo comando, em uma nave científica, classe Nova, um cruzador leve, tipo desbravadora, a USS Albedo NCC-72382.

Alkon ficou calado olhando fixamente para a frente enquanto toda a sua folha de serviço era lida.

_Muito bem, capitão. O senhor realmente tem uma ficha impressionante. Mesmo sendo muito jovem. É um capitão habilidoso e um homem de valor. É por isso que o senhor e sua tripulação foram requisitados.

_Permissão para falar, senhor.

_Concedido.

_Sua ficha sobre mim não está completa. Faltou relatar que evitei, durante o meu comando na USS Babel, nesta tal missão não autorizada, – enfatizou-o contrabando de armas para os Maquis, frustrei um ataque deles a Cardassia Prime por uma arma de destruição em massa proscrita pela Federação, salvei todos os diplomatas que estavam sob minha proteção de um seqüestro, e destruí uma mina clandestina dos breens que usavam seus prisioneiros como escravos. Ah! Salvei também o filho de um general romulano, o comandante Sisko e seu médico, o Dr. Bashir. Creio que, talvez seja por isso que uma corte marcial não foi instaurada. Entretanto, nem eu, nem meus camaradas recebemos honrarias ou promoções por tais feitos. Agora gostaria de saber por que minha tripulação foi confinada. Estamos sendo acusados de algo?

Petersen ficou impressionado com o temperamento intempestivo do capitão betazóide.

_Acusados? Oh, não senhor. Vocês foram recrutados para uma missão especial.

_Que missão é esta que é necessário que fiquemos incomunicáveis?

_A partir de agora, capitão, o senhor e a sua tripulação estão servindo ao departamento de segurança, mais precisamente às forças de operações táticas. Queremos que o senhor comande incursões por trás das linhas inimigas.

_Linhas inimigas? De quem estamos falando, senhor?

_Do Dominion.

Alkon agora sabia que realmente algo de ruim podia acontecer. Poderiam ter decretado a sentença de morte de todos os mandando para uma frente de batalha. Maldita hora que resolveu processar a Frota.

Texto por: Marcos De Chiara.

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