segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 10


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo X.

Claudius não teve um sono tranquilo nem mesmo o corpo quente de Drusilla pôde acalmá-lo. Enquanto se revirava na cama em busca de um sonho bom, sons de alguém batendo à porta o trazia para a realidade. Os travesseiros não conseguiam abafar os ruídos. Então a única atitude possível foi atender a porta.

O cônsul levantou-se demonstrando irritação. Vestiu seu robe e caminhou na direção da porta gritando: “Já vai! Já vai! Quem é?”

“Comandante Adriano, senhor. Trago notícias urgentes.”

Abriu a porta. O chefe da guarda pretoriana estava pálido. Parecia ter visto um fantasma.

“Senhor...- fez uma pausa para buscar fôlego - O cônsul Otavius está aqui!”

“Mas já? Quando?”

“Esta manhã.”

“Onde ele está?”

“Aqui.”- responde imediatamente o cônsul Otavius ao se postar defronte de seu par na liderança da grande nação romana.

Claudius Marcus engole a saliva tentando abrir caminho para as palavras que não saem de sua boca. Tenta balbuciar algo, mas a única coisa que consegue fazer é espantar com gestos os guardas que estavam à porta.

Otavius, sem ser convidado, adentra o quarto e fica esperando que seu colega faça o mesmo.

Claudius fecha a porta ajeita o laço do robe pela segunda vez e corre para fechar o mosquiteiro da cama tentando, em vão, ocultar a presença de Drusilla.

“Sempre em boa companhia, não?”- comenta Otavius.

“É... claro... senhor. Mas o que o traz ao meu quarto tão cedo assim?”

“Cedo? Não usas mais relógio? Já são mais de dez da manhã.”

“Não havia percebido.”- Claudius abre as cortinas e a claridade ofusca-lhe os olhos. Drusilla geme na cama também incomodada pela luz da manhã.

“Temos muitos assuntos pendentes a tratar e não podia esperar.”

“Nós apenas o aguardávamos para o final da semana. Algo deu errado na viagem de negócios? Os pesqueiros de Cartago requisitaram redução de impostos? Os vinhedos da Gália tiveram alguma praga? Ou ...”

“Cale-se, Claudius.” - ordenou Otavius e assumindo uma postura mais séria e grave. Se sentou e continuou a falar - “Não foram os negócios que adiaram minha viagem mas sim o clima de guerra civil instaurado na capital. Que história é essa de decretar lei marcial? Por que o senado foi fechado? Como você foi nomeado cônsul na minha ausência?”

“Mas como...?”

“Como soube? Não interessa. Sente-se e vamos ouvir a sua história.”

Drusilla acordou com o falatório. Espreguiçou-se soltando um grande bocejo. Abriu o cortinado e deu de cara com Claudius e Otavius olhando para ela. Sua face logo enrubesceu. Pegou suas vestes, que estavam jogadas no chão, e saiu por uma porta que dava para um quarto contíguo; sem olhar para trás.

Sem a inoportuna presença da escrava e com a certeza que não existiam escutas no quarto, afinal Claudius não iria espionar a si próprio, Otavius continuava a esperar, com certa ansiedade, as explicações do novo cônsul da República.

Claudius se sentou. Buscou uma pequena jarra de cristal com água lavou o rosto com as mãos e bebeu o restante do líquido num só gole. Respirou fundo e vendo que não poderia mais adiar o inadiável, começou a falar.

“Otavius. Você não sabe o que passei nestas últimas semanas. Surgiram mais homens do espaço. Mortais com poderes de Deuses. Mais poderosos que Merricus e seus homens. Tentei convertê-los. Os aprisionei, mas não foram cooperativos. Tive que colocá-los nos jogos. Mas Merricus nos traiu e tive que matá-lo.

“Merricus morto ? “- Otavius fica surpreso.

“Para uma crise não se instalar pus a culpa em bárbaros desconhecidos. A única saída possível para controlar toda a situação e procurá-los sem chamar muita atenção foi decretar a lei marcial.” – completa Claudius a explicação.

“Você disse mais homens do espaço? Onde eles estão?”

“Fugiram. Desapareceram diante de nossos olhos.”

“Desapareceram? Quantos viram isso?”

“Poucos, só a minha guarda pessoal. Eles sabem ficar calados, pois sabem que não serei benevolente com linguarudos”.

“E para onde foram? Onde estão?”

“Não sei. Estou a dias procurando-os, mas não posso dar um alerta geral com retratos falados. Eles não devem ficar conhecidos. Quanto menos o povo souber, melhor. Merricus conhecia um deles. Talvez seus homens também o conhecessem e pudessem dar-lhe abrigo. Aprisionei todos os remanescentes da Beagle e revistei suas propriedades. Não há sinal daqueles homens. Havia um até com uma orelhas pontudas, parecia um sátiro, sabe?”

“Suas histórias são incríveis Marcus. Mas se tudo o que diz é verdade estamos num momento muito delicado. Como a população aceitará o fato que os deuses favoreceram outro povo com mais sabedoria e poder do que o glorioso povo romano?”

Ambos ficam pensativos. Claudius vê, nas feições de seu adversário, que não há reprovação quanto aos seus atos. O volume de problemas que apresentara parecia ter confundido e apavorado Otavius, o que o colocava nas suas mãos.

Texto por: Marcos De Chiara.

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