segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 18.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo XVIII.

Lucília conseguira retornar à caverna sem que percebessem sua ausência. Ela agora teria que cumprir uma missão que garantiria passagens para longe daquele local de sofrimento e incertezas.

Amanheceu e Espartacus logo a procurou para saciar sua fome.. Aos poucos todos foram acordando. Septimus foi um dos primeiros. Caminhou até uma tina de água para lavar o rosto e depois chamou Julius e mais dois homens para irem até o acampamento de Víndix.

A jovem mãe viu a oportunidade perfeita para executar a sua missão. Foi até o fundo da caverna e vasculhou alguns cestos até encontrar o que procurava. Uma manta de peles envolvia os uniformes da Federação. Ela entou os pegou e saiu às pressas levando Espartacus pela mão prometendo-lhe um belo pic-nic na floresta.

Finalmente os dados dos sensores foram confirmados. O trabalho estava sendo recompensado. Já haviam conseguido cerca de 200 gramas de ouro, o suficiente para corroborar a história inventada e ganhar a confiança de Septimus.

Alertados no dia anterior por Lucília procuraram esconder todo o equipamento de alta tecnologia e quando Septimus e seu grupo chegou estavam bem tranquilos.

“Olá amigos! Que o Sol ilumine o seu dia!”- saúda Septimus.

“Olá, senhor Septimus. A que devemos a visita? ” - Goldman já desconfiava da missão de espionagem mas estavam prontos para serem postos à prova.

“Viemos conferir vosso progresso.”

“Espere um instante. Deixe-me sair da água.” - Rodrigues e Baudelaire continuaram a garimpar. A doutora havia preparado café e veio oferecer a Septimus e Julius, que recusaram. Isto demonstrava que estavam tensos, apesar de tentarem disfarçar bem suas desconfianças.

Goldman tomou uma caneca para si e a doutora ficou com a outra.

O forte Julius estava impaciente e cochichou no ouvido de Septimus, mas este meneou com a cabeça e mandou-o aguardar fazendo um sinal com a mão. Todos foram andando até às barracas e sentaram-se nas cadeiras que encontraram : pedras e troncos caídos. Julius, porém, ficou de pé.

Septimus foi logo direto ao assunto: “Estive pensando, senhor Vindíx, se poderíamos nos asssociar nesta sua empreitada. Pois a sua causa é também defendida por nós.”

“Não estou bem certo, senhor Septimus. Pelo que sei vocês vivem reclusos, fugindo das autoridades e não possuem nenhum recurso. Como poderiam nos ajudar?” - Goldman começava o seu jogo.

“Nossos recursos são modestos, é bem verdade, mas não deve subestimá-los. Nós temos amigos que por sua vez tem amigos em quase toda a república. Muitos deles em posições de destaque na sociedade que poderão usar de suas influências para nos fazer alguns favores.”

“Em troca de ...” - diz Vindíx estimulando a conversa.

“Em troca do seu ouro, naturalmente. Podemos ajudá-lo na extração e ajudar a libertar todos os escravos de seu povo, desta nação.”

Julius interrompe a conversa furioso com o curso que ela estava tomando.

“Povo? Que povo? Não sabemos quem eles são na realidade. Eles bem que podem ser espiões se utilizando de uma nova tática para nos pegar. Mas isto não vai acontecer ouviu? Vocês não vão nos capturar!” - Julius encarou Goldman que ficou sereno esperando o grandão se acalmar. Julius não sabia no que pensar. Seriam eles amigos ou inimigos. Por que se aproximariam do esconderijo para depois se afastarem? Talvez não quizessem gerar suspeitas. Utilizaram rádios portáteis, do tipo que nunca se vira antes, para reportarem suas posições para uma patrulha próxima. Poderiam estar no meio de uma armadilha naquele instante. Mas por que utilizariam tecnologia avançada e trabalhariam com ferramentas simples? Tudo isto só o levava a pensar em trapaça. Qual era o objetivo disto tudo? Por que os soldados não apareciam? O que estava faltando?

Septimus se levanta demonstrando pesar com o rompante de seu jovem seguidor. Caminha até ele e o afasta de Goldman.

“Perdoe-me, senhor Víndix. Não viemos até aqui para acusá-lo de nada. Acho que estamos passando dos limites e é melhor irmos embora.”

“Espere. Talvez você possa nos ajudar. Preciso ir até Roma e necessito de um guia.”

“Talvez Julius possa demonstrar um pouco do seu amor fraternal e se desculpar pelo seu comportamento se oferecendo para tal tarefa.”

“Ora, Septimus, você realmente não espera que eu...” - Julius tenta retrucar.

“Eu não espero por nada. Mas como você pode esperar por ajuda se não estiver disposto a ajudar?”

Goldman viu que o argumento do velho mestre amansou o grandalhão e seus disfarces durariam mais um pouco.

“Está bem, eu concordo” - finalmente o grandão se rendeu.

“Bom já que estamos nos entendendo vamos nos sentar e beber um pouco de café juntos, pois está uma manhã fria e não há nada melhor para começar uma amizade do que bebermos juntos. O que me dizem?” - era a vez da doutora intervir. Ela possuia a qualidade de deixar as pessoas em cheque. Ela sempre observava o melhor momento para agir e então... zás! Vendo que ninguém havia discordado foi buscar a garrafa térmica e mais canecas.

Ao voltar para servir o café Septimus , gentilmente perguntou: "O que é isto?” - disse apontando para a garrafa.

“Ora é uma garrafa térmica.” - responde desprentensiosamente a doutora.

“Garrafa o quê?” - perguntou Julius.

“Ora vai dizer que vocês nunca... viram... uma... “ - antes de terminar a frase olhou para o rosto de Goldman que estava ficando pálido. Ela ainda tentou se justificar com seu superior.

“Mas como eu poderia saber que eles não...” - a doutora estava realmente embaraçada. Ao olhar novamente para o capitão vê que apesar dele estar olhando também na sua direção seu olhar estava fixo para algo que estava atrás dela. Então todos olham para a mesma direção e vêem Lucília sendo segura por dois dos filhos do Sol. Ela estava segurando uma manta como se fosse um embrulho que deixava aparecer uma das mangas dos uniformes da Frota.

Septimus se aproximou dela, tocou no uniforme e imediatamente entendeu toda a situação.

“É, senhor Víndix, creio que para obter confiança é preciso primeiro haver confiança. O que me diz?”

E não tendo mais o que dizer ele responde: “Eu concordo”.

Texto por: Marcos De Chiara.

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