segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 25.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo XXV.

O engenheiro espacial Richard Ross estava completamente sem esperanças. Quando aceitou o convite do capitão Merrick para trabalhar na navegação comercial, estava certo de que seria melhor do que ficar prestando serviços em docas espaciais. Era um serviço permanente e com um bom salário e perspectivas de uma aposentadoria breve para curtir, ainda jovem, dos prazeres do universo.

Mas agora com a maioria de seus companheiros mortos ou exilados à força em um planeta longe dos domínios da Federação, estava fadado a morrer na prisão de velhice ou em eterna escravidão.

É claro que foi seduzido, à princípio, pela fama e poder que teria em um planeta atrasado tecnologicamente. Seus conhecimentos o fizeram parecer um engenheiro tão famoso quanto Montgomery Scott, o engenheiro-chefe da Enterprise. Mas não só de ilusões se vive. Aos poucos percebeu que estava sendo usado e quando seus companheiros começaram a ser mortos por se recusarem a colaborar, ele preferiu ficar vivo e cooperar.

Sua maior façanha foi liderar o projeto espacial. Anos de esforço e dedicação estariam subindo aos céus naquele dia, no lançamento do primeiro satélite. Ele ensinou vários técnicos e cientistas que aprenderam rapidamente. Agora, no momento de triunfo, eles o descartavam. Não podia aceitar o fato de ser excluído.

Durante todo o tempo desde que percebeu que ficaria preso no planeta se apegou à idéia de que, um dia, uma missão de resgate viria. Quando destruiu a Beagle junto com Merrick e Harrison enviou uma bóia sinalizadora com um sinal de socorro.

Soube a pouco tempo que em uma luta na televisão, um bárbaro de orelhas pontudas lutara na volta de Flavius Maximus. Infelizmente não pôde ver o programa para certificar-se de que o tal bárbaro era um vulcano. Caso fosse só poderia significar uma coisa: que a Enterprise viera para resgatá-los. Ela era a única nave da Federação com um oficial vulcano. Seu capitão, o destemido James Kirk, enfrentaria a tirania de Roma sem dar muita bola para as diretrizes da Federação.

O fato de ainda estar prisioneiro mostrara o quanto estava se iludindo. Teria que continuar a submeter-se à novas humilhações para que sua vida fosse poupada. Era só o que podia fazer. Sentou-se num canto da cela, baixou a cabeça, abraçou os joelhos e começou a rezar para um deus que há muito não escutava suas preces.

Tiros começaram a ser ouvidos e em seguida gritos. Os prisioneiros se agitaram em suas celas e se amontoavam perto das grades para tentarem ver o que acontecia.

Ross só se interessou pela confusão quando um barulho familiar que há muito não ouvia se repetiu várias vezes : o barulho de phasers.

Um soldado republicano se postou em frente a cela do engenheiro e quando estava prestes a metralhar à todos paralizou-se ao ser atingido por uma luz verde e caiu.

O capitão Goldman, Bergman e Lucília apareceram logo a seguir. O engenheiro espacial reconheceu a velha amiga, apesar de seus trajes.

“Lucília !!”- exclama Ross demonstrando seu contentamento.

“Richard ? É você ? O que faz aqui ?”

“Fomos todos presos. Parece que Claudius não confia mais em nós.”

“Então alguma coisa temos em comum.” - ao invés de alegria de rever um amigo a jovem demonstra desprezo.

“Ele era da Beagle ?” - pergunta o capitão.

“Sim - responde Lucília meio a contragosto e depois complementa - creio que todos nesta cela e ao lado são de lá.”

“Ela está certa. Só restaram poucos de nós.” - confirma Ross.

“Comandante abra estes duas celas.”

“Certo, capitão.”- responde Bergman se aproximando e ajustando o seu phaser.

“Onde estão o resto do nosso pessoal? - pergunta mais uma vez ao número um.

“Estão nos dando cobertura.”

“Algum sinal dos líderes deles que foram presos ?”

“Não, senhor.” - confirma Bergman.

“Leve-os imediatamente para a Aries. Quanto tempo temos ?”

“Mais um minuto e vinte segundos, capitão.”- responde Bergman com a precisão de que se espera de um oficial tático.

“Esperem, não me levem. Existem algumas crianças nossas que foram separadas de nós e preciso avisar sobre algo antes.” - grita Ross se separando dos demais.

“Quem é o senhor ?” - pergunta Goldman.

“Sou Richard Ross. Eu era o engenheiro-chefe da Beagle. Não posso ir agora tenho que ir até uma base...”

“É sobre o lançamento do satélite ?”- pergunta o capitão já tendo certeza da resposta.

“Como sabem ? Ah, sei... os sensores da nave ! É, claro !”

“Sua informação não nos é muito útil, como vê. Quanto às crianças cuidaremos disso também. Junte-se aos outros.”

Bergman tenta segurá-lo pelo braço, mas Ross se solta.

“Você não compreende. Não haverá nenhum lançamento sem mim !” - grita o engenheiro como se estivesse possuído.

“O senhor foi preso e esquecido nesta cela por dois dias, pelo menos. Não creio que precisem mais do senhor.” - responde com firmeza o capitão à fúria descontrolada de seu resgatado.

“Não é bem de mim que precisam. Eles precisam disso!” - Rosss mostra uma chave presa em seu cordão.

“Uma chave ?” - fala Bergman intrigado ao ver uma placa de circuito.

“Não confie nele, capitão.”- pede Lucília.

“Por quê ?”- pergunta Goldman.

“Por quê? Porque uma vez meu marido confiou nele e em Merricus e morreu...”- A jovem estava com lágrimas nos olhos ao recordar o passado.

“Capitão, nossa margem de segurança está quase no fim !”- alerta o número um.

Mais tiros. Mais barulhos de phasers.

A doutora aparece no fim do corredor apoiando o comodoro que estava com o joelho direito atingido.

“Comodoro ? O senhor...” - Goldman tenta ajudar o amigo e saber se estava bem.

“Eu aguento. Não são umas balinhas de aço que vão me derrubar.”

“Temos mais três feridos lá atrás, mas, já estão se transportando. Resgatamos algumas crianças.

Não sei quanto tempo os outros irão resistir,. Aqueles soldados romanos são um osso duro de roer. Já existe uma pilha deles dormindo lá atrás.” - informa a doutora.

“Eles são bons; vão dar conta. - Goldman sorri confiante para a Dra. - vamos nos apressar - pega o comunicador - Goldman para Aries travar feixe de transporte nestas coordenadas. Transporte a todos... agora !”

Os outros prisioneiros reclamam por terem sido deixados para trás, porém não são ouvidos. Apenas presenciam um espetáculo de luzes e cores do efeito do teletransporte. Eles ficam atônitos e não entendem bem o que acontecia.

Alguns segundos depois mais soldados romanos chegaram apenas para constatarem o óbvio : alguns prisioneiros e o grupo invasor haviam desaparecido como por encanto. Quando o comandante Adriano ficasse sabendo disso, cabeças iam rolar, literalmente.

Texto por: Marcos De Chiara.

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