sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 5.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.

Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo V.

O capitão, o 1°oficial, e o comodoro entraram curiosos na ponte de comando.

O oficial de ciências cede a cadeira e o capitão Joshua já senta ditando ordens.

“Entre em contato com eles e diga que estão violando as leis da Federação. Ponha no visual”. O alferes Akwe atendeu imediatamente.

As naves tinham ligadas à elas alguns homens presos por cabos que carregavam cestos para o interior. Tudo era considerado reciclável pelos elasianos. Da menor chapa de metal até pertences pessoais. E tudo era negociável.

“Estão entrando em nova formação, senhor. Uma das naves está se posicionando para ataque”.- avisa o tenente Jamal.

“Passar para alerta vermelho. Armar escudos. Deixar bancos phasers preparados”

O piloto e artilheiro alferes Benson estava suando apesar da temperatura da cabine de comando estar agradável e estabilizada em 21° Celsius. Era a primeira vez em que servia numa situação de combate real e é nesses momentos em que se descobre de que os homens, ou andorianos são feitos e se as horas gastas nos simuladores foram bem assimiladas.

Toda aquela situação era um grande desafio para aquela jovem tripulação. O capitão Goldman sabia disso e iria exigir o máximo de todos. O sucesso da missão e suas próprias vidas dependiam da eficiência de cada um.

Não demorou muito para que todas as naves piratas entrarem em formação de ataque.

A Aries era uma nave pequena se comparada com os cruzadores da Federação como a Enterprise. Na verdade não era uma nave para grandes batalhas. Normalmente fazia missões de reconhecimento e pesquisas científicas. Enfrentar quatro naves ao mesmo tempo seria realmente um grande desafio.

Por sorte as naves elasianas não eram tão amendrontadoras. Possuiam phasers que demoravam a recarregar pois a grande vantagem de suas naves era a sua velocidade. As naves eram menores que a Aries e seu poder de fogo, isoladamente, também. Os elasianos geralmente preferiam fugir a ter que entrar em combate, só o faziam em último caso. Ao fugirem garantiriam um outro dia de saques bem sucedidos.

Mas outra coisa que incomodava o capitão Goldman era que os piratas elasianos eram conhecidos também pela imprevisibilidade de seus atos. Um rato acuado é sempre mais agressivo.

O alferes Akwe informa ao capitão que não há resposta aos apelos da Federação.

Se as quatros naves atacassem em conjunto poderiam causar sérios danos à nave e prejudicar a missão em andamneto.

Era hora de negociar.

“Ponha-me no áudio, alferes.”- ordena Goldman vendo o sinal positivo de seu oficial de comunicações e começa o seu discurso: “Aqui é o capitão Joshua Goldman da USS Aries. Vocês estão recolhendo material que pertence à Federação dos planetas unidos. Isto viola vários códigos interplanetários, mas também sei que isto não os incomoda, não é? Quero falar com o comandante desta operação. Gostaria de negociar”.

O comandante Bergman lança um olhar de surpreso para o seu capitão e este devolve um olhar do tipo ‘Acalme-se, eu sei o que estou fazendo’.

O tenente Akwe, eufórico, diz que recebeu uma resposta ao apelo do capitão.

“Ponha na tela, tenente.”- pede o capitão caom um sorriso de satisfação.

O comodoro Solano acompanha a transação com grande curiosidade. Seria a primeira vez na história que a Frota Estelar negocionaria com piratas.

Na tela apareceu um homem corpulento de meia idade com uma barba loura e grisalha, vestido com uma jaqueta de couro marrom e uma touca de mesmo material. Tinha o olho direito um pouco esbugalhado e o esquerdo fechado. Talvez fruto de algum ferimento no passado.

“Aqui é o capitão Tibor. Não reconhecemos o direito da Federação neste quadrante e estes destroços são apenas lixo”.

“Este lixo, capitão, são restos da nave SS Beagle que foi destruída há seis anos. Ela era uma nave contratada pela Federação para fazer mapeamento desta área, portanto seus destroços pertencem à Federação”.

“Esta área não é de domínio da Federação. Estamos em espaço neutro. Portanto, meu caro capitão, achado não é roubado. Você disse que queria negociar e fiquei curioso. O que um capitão da temida Federação tem a oferecer?”

O capitão Goldman Tinha que pensar rápido. O comodoro e seu primeiro-oficial estavam ansiosos com o desfecho da conversa.

“Eu tenho uma proposta. Deixarei que partam com o que já recolheram desde que partam desta área imediatamente”.

“Deixará, capitão? Ora, é tão generoso de sua parte quando nós o superamos em poder de fogo. Você não tem nada a nos oferecer.” - diz Tibor assumindo uma atitude mais ameaçadora- “Nós é que ordenamos que parta. Dou-lhe um minuto, ou então sua grande Federação terá mais destroços com o que se preocupar.”

Os gritos de euforia na ponte da nave elasiana puderam ser ouvidos antes da tela apagar. Ponto para eles. Goldman tinha que virar o placar.

“É , capitão, ele o deixou em maus lençóis, e agora?” - pergunta o comodoro com um certo sarcasmo.

Vendo a angústia tomar conta do comandante Bergman, o capitão pede sua palavra.

“Alguma sugestão, comandante?”.

“Senhor, como oficial tático devo informar que as nossas chances de vencê-los em batalha é de 43,9%. Antes que possamos contra-atacar, no caso de sofrermos um ataque combinado os escudos irão enfraquecer deixando-nos vulneráveis. Um segundo ataque deles e poderão danificar nosso propulsor e manobrar a nave ficará impossível. Um terceiro ataque, teria, como alvo provável, a engenharia e a nave estariam mortalmente feridas. Seríamos um alvo fácil. Na quarta investida seria o golpe de misericórdia e então nos tornaríamos mais um capítulo na história de batalhas da Frota a serem inseridos no Kobaishi-Maru.

“Cheque-mate em quatro movimentos” - conclui pesarosamente o capitão.

Exercer o comando de uma nave estelar requer treinamento árduo, inteligência, sagacidade e criatividade, na maioria das vezes. Era hora de pô-la em prática.

“Tenente Jamal, já lançou sondas?” - pergunta Goldman.

“Não, senhor. Quer dizer... Já em...”.

“... em exercícios virtuais.”- completa o capitão - “Qual foi sua média, filho?”

“Foi nove ponto oito, senhor”.

“Muito bom. Escute a minha idéia e para o nosso bem é melhor executá-la bem rápido”.

O jovem oficial escuta atenciosamente e todos na ponte ficam intrigados como o plano de Goldman poderia ser executado. Tudo dependia de uma certa sincronia.

Os phasers estavam travados para uma rajada de amplo alcance. Mesmo se as naves elasianas tentassem fugir, uma ou duas seriam atingidas seriamente dando chance para a Aries se posicionar melhor. Os alferes Shres e Benson estavam tensos, mas prontos.

O oficial de comunicações Akwe teria que monitorar as naves inimigas verificando enquanto elas sondam a Aries e bloquear a ação de seus sensores.

Enquanto isso o tenente Jamal e o comandante Bergman preparariam o lançamento de uma sonda que irá transmitir, propositadamente, comunicações de um cruzador Klingon simulando a presença de uma nave do setor.

Os Klingons não faziam acordos para obterem o que queriam. Os elasianos sabiam disso e não arriscariam seus traseiros.

Para isso tudo dar certo era preciso ganhar mais tempo.

Texto por: Marcos De Chiara.

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