segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 30.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo XXX.

O templo de Júpiter, uma obra imponente, onde uma grande estátua do deus estava erguida sendo sustentada por doze colunas e que ficava no centro da cidade, estava cheio. As ruas e avenidas próximas estavam intransitáveis. A população se aglomerava e tentava chegar o mais perto possível para poder assistir a cerimônia de coroação que estava programada para ser realizada, com toda pompa, a céu aberto. Mesmo com a forte chuva que caía ninguém ia embora. A orquestra tentava entreter o povo que insatisfeito clamava pelo seu novo líder.

“CLAUDIUS, CLAUDIUS, CLAUDIUS !”

As trombetas e os clarins soaram. Os tambores ribombaram. Os pratos saudaram, enfim, a entrada do futuro imperador que vinha escoltado, lado a lado, por duas virgens de Vesta.

A cerimônia havia sido montada nas escadarias do templo debaixo de um toldo. Tudo com uma cobertura completa e ao vivo da TV Imperial.

Claudius Marcus, futuro Claudius César ergueu a mão direita em saudação e todos os presentes, quase que numa euforia histérica, responderam: “AVE CLAUDIUS, AVE CESAR!”

Em seguida vieram os aplausos que duraram quase cinco minutos. O povo delirava e Claudius com ele. Saindo do seu torpor pela glória e fama, ele pediu silêncio e foi atendido quase de imediato. Caminhou até um parlatório construído para seu discurso, testou os microfones e quando ia começar a dizê-lo o silêncio é quebrado por um rugido vindo do céu. Parecia que o próprio Júpiter estava desaprovando aquela festa profana aos seus pés.

“Júpiter será traído...” – pensou Claudius nas palavras do antigo pitoniso Gaius Orsino.

Todos olharam para cima, alguns para os céus, outros para a estátua e outros olharam para se certificarem que algo não estivesse caindo sobre as suas cabeças. Mas nada aconteceu. Pelo menos não tão rápido quanto pensaram.

Novamente o silêncio se fez para ser mais uma vez quebrado com uma grande ventania. As pessoas mal conseguiam ficar em pé. Os guarda-chuvas voaram das mãos de seus donos para longe. O pânico começou a tomar conta de todos e a correria foi total. Muitas pessoas caíram e foram pisoteadas.

Claudius foi ao microfone para pedir calma e que voltassem para sua cerimônia, mas ninguém lhe deu atenção. Até mesmo os músicos abandonaram seus instrumentos e procuravam algum lugar para se abrigarem. Estavam todos preocupados em se proteger da ira de Júpiter. Menos Claudius que vociferou contra a estátua acima dele: “Não adianta ouviu? Eu sou o imperador. Eu serei o único Deus deles! Estais ouvindo?”

Um raio apareceu e atingiu a base da grande estátua que já balançava devido à força do inesperado tufão.

“Júpiter será traído e cairá...” – as palavras de Gaius Orsino ecoavam nos ouvidos de Claudius que os tampava na esperança de que tudo aquilo que estava acontecendo parasse imediatamente. Enquanto a estátua ruía e caía sobre si derrubando as pilastras do templo, ficou parado, perplexo, visualizando a cena sem querer acreditar que tudo aquilo era real e estava realmente acontecendo no momento de seu máximo triunfo. Seu séquito o abandonara. Todos a sua volta fugiam desesperados do castigo divino.

“As colunas ruirão...”

Claudius Marcus teve tempo de pegar os louros que simbolizavam o seu poder máximo e se autocoroar nos seus segundos finais de vida.

Uma lágrima escorreu de seu rosto que, estranhamente, estava sereno. Suas últimas palavras foram: “Drusilla...” – e sucumbiu a toneladas de mármore.

Quando a ventania cessou e a poeira abaixou, um homem, vestido com um manto negro que possuía um capuz cobrindo-lhe o rosto, se aproximou dos escombros amparado por dois jovens. Com uma bengala ele procurava pelo corpo do pretenso imperador.

Não havia mais ninguém por perto, portanto não viram quando o misterioso homem se ajoelhou e, ao tatear o chão encontrou a mão de Claudius Marcus segurando os louros. O homem percebeu o que era e pegou o objeto para si. Ergueu-se com a ajuda de seus guias e espalmou a mão para cima como que para verificar que a chuva havia realmente parado e então retirou o seu capuz.

Era Gaius Orsino que exibia suas órbitas vazias em triunfo por ter sobrevivido à mutilação a qual foi infligido. Ele respira fundo e baixa a cabeça como que demonstrando, apesar de tudo, pesar pelo fim de seu algoz; contudo em seguida sorri, pois os deuses haviam lhe concedido o doce sabor da vingança. Com os louros de César ainda nas mãos desce a rua junto com os seus servos para nunca mais ser visto novamente.

O tufão sobre Roma fora provocado pela trajetória quase tangente da Áries com a superfície do planeta. A nave agora tentava se libertar da gravidade com toda a força de seu único propulsor.

Em todos os deques eram reportados incêndios. Os escudos estavam fraquejando e o pessoal da engenharia temia que o núcleo do reator de dilithium se rompesse com tamanha pressão.

Na tela principal as nuvens foram rapidamente substituídas pelo negrume do espaço. O comodoro por fim gritou: “Parada total! Desligar alerta!”

O pessoal da ponte começou a se recompor e tentar voltar aos seus postos mesmo estando ainda meio tontos.

“Controle de danos, Sr. Tagushi?”

“É ... temos incêndios nos deques 5, 6 e 8, mas já estão sendo controlados. Muitos painéis na engenharia fritaram e precisamos recalibrar os cristais de dilithium do reator senão tivermos que trocá-los por novos. Força dos escudos em cinqüenta e três por cento. A enfermaria reporta quatorze feridos. Não há baixas.”

“E o grupo de descida ?”

“Estão todos aqui, senhor!”- confirma Tagushi aliviado.

“HURRÁ!” – todos gritaram, a exceção do comodoro, que era muito formal; do engenheiro-chefe, que se conteve; e do navegador andoriano que não entendia aquela explosão emocional sem sentido para ele.

Na plataforma de transporte do setor de cargas Goldman estava de costas para o seus homens quando se materializou e quase caiu quando a nave deu um tranco e parou. Ao se virar a primeira pessoa que vê era a Dra. Andrews que estava agachada e foi ajudada por ele a se por de pé.

“Essa foi por pouco.”- comenta a doutora com o capitão.

“Nem me diga. Nunca estive tão perto de Deus antes. Como está o comandante Bergman?”

“Ficará fora de circulação por algum tempo. Precisará de um tímpano novo, uma cóclea artificial e andará com servo-motores pelo menos por uns dois meses. Vai sobreviver. E você, está bem ?”- pergunta a doutora quase demonstrando mais do que uma preocupação médica.

“Sim. E você ?”- devolve a pergunta em um tom mais terno do que o habitual.

A Dra. Andrews já havia visto aquele olhar antes e não queria ser motivo de quebra de hierarquia. Estava há muito tempo sozinha e ter um homem charmoso e preocupado com o seu bem estar era algo que a fazia enrubescer.

“Melhor do que eles. Acho melhor ir até a enfermaria e cuidar dos feridos.”

“É claro!” – o capitão acompanhou sua saída com os demais com o olhar até perceber que o tenente Jamal estava ao seu lado lhe oferecendo uma toalha.

“Senhor?” – falou o tenente quebrando uma espécie de encanto que desviava a mente do capitão.

“Sim?... Ah, obrigado. Vamos para a ponte.” – e saíram em direção ao turboelevador.


Na ponte o tenente Akwe percebe que, apesar do alívio geral, os problemas não haviam acabado.
“ Senhor, parece que temos companhia..” – informa ao comodoro.

“Como assim? Especifique.”

“É um caça elasiano e está se preparando para atacar.“

“Sr. Tagushi, levantar escudos. Condição alerta vermelho”. – ordena Solano.

“Escudos levantados. Eficiência de sessenta por cento. Escudos dianteiros só agüentarão um tiro. A entrada na atmosfera do planeta os danificou muito. Não sei se agüentaremos uma batalha agora”.

“Abrir canal de comunicações”.

“Canal aberto. Eles não respondem, senhor”. – diz o oficial de comunicações.

A porta do turboelevador se abre e Solano fica feliz em passar o comando para o seu amigo.

“Por que estamos em alerta?” – pergunta Goldman tentando ficar a par da situação.

“Temos um caça elasiano ‘a bombordo pronto para nos atacar”. – repassa a informação o comodoro.

“É parece que o passeio de montanha russa virou um de trem fantasma”. –comenta Goldman jocosamente – “Tente um canal , tenente”.

“Já o fizemos, senhor. Eles não respondem”.

“Passe a seguinte mensagem mesmo assim : Capitão da nave elasiana aqui é o capitão Goldman da USS Áries vocês estão violando espaço da federação. Pedimos que se retirem imediatamente”.
A resposta demora mas vem sob a forma de um ataque de uma rajada de phaser. A nave balança. Os escudos caem um pouco, mas não há danos consideráveis.

O piloto Benson, que era também o artilheiro, espera pela ordem de contra-ataque. Goldman, exercendo sua total diplomacia, faz uma tentativa de diálogo.

“Nave elasiana seu ataque foi considerado um ato de agressão à Federação. Estamos dando uma última chance para se retirar ou não teremos outra alternativa a não ser de eliminar a ameaça”. – Goldman espera que seu agressor se manifeste. Um sinal é recebido e a tela principal é ligada.
“Prazer em revê-lo, capitão. Aqui é Tibor. Parece que estão com problemas. Espero ajudá-los... a virar sucata.” - o velho pirata começa a gargalhar junto com a sua tripulação.

Capitão Tibor... O senhor parece que não está entendendo com quem está lidando. Não é apenas com uma nave. É com um representante de várias raças e culturas. Em nome delas é que eu peço: retire-se deste setor“.

“Oh, capitão. Claro que sei com quem eu estou lidando. Com um grupo muito esperto de oficiais que tentaram tapear um velho capitão como eu. Em um determinado momento eu pensei: por que uma nave Klingon iria ficar repetindo a mesma ordem como se fosse um gravador quebrado. Então resolvi voltar e olha só o que encontrei...” – aponta para s sonda capturada atrás de si.

Jamal se sentia responsável por ter esquecido de reaver a sonda e o olhar de reprovação do capitão era tudo o que ele não queria ter visto. Goldman pede para desligar o áudio e discretamente fala com seu engenheiro-chefe.

“Sr. Tagushi. Prepare o transporte da ala de carga mais uma vez e aguarde. Qual a eficiência dos escudos agora ?”

“Sim senhor . Setenta e cinco por cento, senhor”. – o engenheiro acatou, mas ficou intrigado com a ordem. O que o capitão estaria planejando agora? Akwe restabelece o áudio a pedidos.

“Capitão Tibor... – Goldman procura sorrir.- Compreenda que precisávamos ganhar tempo para retirar meu pessoal do planeta com segurança. Agora pela sua própria segurança, e a de seus companheiros, dê meia volta e parta!” - Goldman pede para encerrar a transmissão.

O próximo movimento naquele jogo de xadrez seria da nave elasiana. Ela não se move por alguns minutos. Todos ficam tensos. Os escudos agora estavam em oitenta por cento. Escudos dianteiros ainda sob reparos. A nave elasiana começa a dar meia volta como solicitado.

“Sr. Benson preparar torpedos fotônicos”.

O artilheiro começa a travar o alvo. Solano se aproxima e ao pé do ouvido comenta preocupado: “Eles estão indo embora, homem. Vai atirar neles pelas costas ?”

“ Vamos apenas aguardar...” – de olho fixo na tela, Goldman vê quando a nave faz nova volta e em rota de colisão com a Áries começa a atirar. A nave da Federação balança novamente. Goldman dá uma nova ordem: “ Sr. Tagushi, travar feixe de transporte na nave inimiga e ativar. Sr. Benson mire na nave inimiga e atirar a vontade... agora!”

A nave balança novamente mas agora devido ao efeito da explosão próxima da nave elasiana que se esvai numa rápida, silenciosa, porém luminosa explosão.

“ Sr. Tagushi ative tela de contensão na plataforma de transporte. Mandem grupo de segurança para ala de carga e prendam os nossos hóspedes. Eles ainda devem estar meio atordoados com o que aconteceu com eles. Controle de danos ?”

“Escudos em 40%. Todos os deques reportam que não houve avarias significativas, e meus batimentos cardíacos estão também voltando ao normal, senhor.”

A espirituosidade do engenheiro-chefe contagiou a todos e ajudou a diminuir a tensão na ponte. Goldman pode então sentar e relaxar. Seus alunos devem ter gostado da aula.

“ Manobra arriscada a sua. Muito bem!” – o comodoro o cumprimenta.

“ Não tanto quanto a sua. Obrigado pelo resgate. Onde aprendeu a fazer aquilo?”

“ Um pouco de experiência e desespero “ – responde o comodoro.

Os dois amigos sorriem para avaliar a tensão do último dia, mas a missão ainda não havia acabado.

Epílogo.

Diário de bordo - Data Estelar 4060.5 :

“Depois de um merecido descanso, estamos ainda em órbita do planeta 892-IV Roma fazendo reparos e observando o desenrolar dos acontecimentos na sociedade romana. De acordo com as transmissões de TV o senador Lucius convenceu a população, com uma pequena ajuda nossa, da insanidade do cônsul Claudius Marcus quando exibe as imagens deles aprisionados no foguete.

Para concluir as acusações uma fita de áudio foi encontrada em um mini-gravador que estava no bolso do corpo do senador Cassius em seu último encontro com o cônsul Claudius. Aparentemente ela foi gravada secretamente para incriminar o ex-futuro imperador Na fita Claudius admitia que estava enriquecendo ilicitamente no governo e também admitia a existência de um povo alienígena que havia sido escravizado em troca de tecnologia. A morte do senador e de uma escrava de Claudius também foram gravadas. Tais revelações chegaram a imprensa antes que pudéssemos agir e abalaram toda a sociedade romana.

O povo, perplexo, não sabia mais no que acreditar. O cônsul Otavius foi reconduzido ao poder . Ele anunciou que extinguiria a escravidão e que modificaria o sistema político para que o povo tivesse maior participação. Além dos partidos dos democratas e aristocratas haveria o partido do povo. As novidades não pararam por aí. Dentro de seis meses eleições diretas irão formar um novo senado e a assembléia popular; uma câmara baixa para resolver questões sociais. As mulheres poderão votar contudo não poderiam exercer cargos políticos. Pelo menos não por enquanto.

O sistema político adotado seria algo como o parlamentarismo tendo Otavius como presidente e Lucius como primeiro-ministro. Até agora eles são chapa única.

O velho Septimus concorreria novamente ao senado para garantir, na redação da nova constituição, o respeito à liberdade de credo.

Os sobreviventes da Beagle pediram para continuarem no planeta já que o período de opressão havia terminado. Mesmo Lucília, com o pequeno Espartacus, reavaliou a sua posição, vislumbrando um futuro melhor para si e para seu filho. Respeitamos a decisão e os devolvemos à superfície.

Ainda teremos que realizar um último ato de nossa missão. Um grupo de descida, recrutado especialmente, fará o primeiro contato oficial e todos nós iremos com vestes que representam as diferentes crenças dos membros da Federação. A presença do alferes Shres também não será descartada. Sua pele azul e suas antenas certamente impressionarão e demonstrará a pluralidade da vida no universo.

Quero registrar comendas de bravura para todos que participaram das equipes de descida. Especialmente para o tenente Yuchenko e o alferes Johnson que deram suas vidas para que a missão fosse completada. Fim do registro”.

***

A aparição dos oficiais da Áries se materializando no Fórum, praça central de Roma, foi algo que aquele povo jamais iria esquecer. Para dissipar quaisquer dúvidas sobre o depoimento do senador Lucius a Áries sobrevoou a cidade eclipsando o sol, por alguns segundos, com a sua seção disco. Foi uma imagem magnífica.

Alguns membros privilegiados da sociedade se aproximaram para saudar e trocar presentes mas o que queriam mesmo era poder tocar naquelas pessoas (nós) que eram tão iguais a elas e que vieram de outros mundos. É claro que o navegador Shres causou o impacto esperado e nos minuto seguintes já estava confraternizando com os nativos. Se é que ficar afastando as mãos das pessoas de suas roupas e de suas antenas fosse algum tipo de confraternização.

“É uma festa maravilhosa. Um sonho que se torna realidade. Muito obrigada, capitão!” – agradece Lucília que em seguida pede ao seu filho que presenteie o capitão com um buquê de flores. Goldman aceita gentilmente o presente e agradece com humildade: “ Fizemos apenas nossa obrigação.” – olhou em volta para procurar a doutora que estava brindando com Septimus e alguns senadores. Aproximou-se para participar da conversa.

“... e esta é uma bebida de um lugar de onde venho chamada de conhaque e ...”

“Está prescrevendo algum novo medicamento, doutora ? Novos pacientes?“

“Oh, olá capitão. Quer um pouco?”

“Não, obrigado. Já tenho a minha taça de vinho. A não ser que seja uma recomendação médica’.
“Não, tudo bem. O vinho também é medicinal. O povo daqui é muito hospitaleiro, lembram os italianos da Terra.“ – diz a doutora enquanto pede licença aos seus anfitriões e se afasta junto com o capitão.

“Talvez eles sejam.” – responde Goldman lembrando as teorias do tenente Marino.

“E agora, capitão? Para onde vamos?”

“A Frota pede que retornemos a Base Estelar para deixar nossos prisioneiros. Eu passarei o comando para Bergman assim que ele se restabelecer e voltarei a dar aulas na Academia em São Francisco. O comodoro se aposentará e irá escrever suas memórias em Ibiza. Garanto que no futuro seja de leitura obrigatória na Academia. O restante da tripulação continuará na Áries até que solicitem transferência ou sejam transferidos pela Frota. E quanto à você?”

“Eu ? Sempre gostei de aventuras e esta foi espetacular. Mas temo que as próximas não serão tão divertidas.”

“E por que?”

“Porque você não estará lá.”

A declaração da doutora faz o capitão ficar desconcertado. Será que isso teria sido uma cantada? Para confirmar, aproximou o seu rosto do dela e sentiu que sua respiração estava forte. Ambos foram fechando os olhos e seus lábios pareciam cada vez mais próximos.

O clima foi quebrado com o tenente Marino se aproximando aos berros. Os dois se afastam assustados e um pouco embaraçados.

“Capitão! Estou píu contento! Meu pedido para estudar esta cultura foi aceito pela frota e devo ficar aqui pelos próximos seis meses como oservatore culturale, não é fantástico?”

“Parabéns, fico feliz por você”. – Goldman repara que privacidade era algo que não teria quando o comodoro Solano se aproxima mancando e se apoiando numa elegante bengala.

“Congratulações, Josh. Parece que tudo terminou bem. De minha parte meu relatório inocentará Kirk de qualquer culpabilidade. Ele e seus oficiais estiveram aqui em condições muito difícieis e sua conduta procurou respeitar a primeira diretriz. É claro que Fitzpatrick não ficará muito feliz com isso.”

“Acredito que sim. E quanto você?” – diz Goldman olhando para a perna ferida do colega.

“O quê, isto? Isto não é nada. Será algo para acrescentar ao meu charme e às páginas da minha biografia. Sem contar que as mulheres adoram soldados feridos na guerra.”

Os oficiais gargalham com os comentários do comodoro.

Goldman é chamado por Septimus para uma pequena cerimônia ecumênica debaixo de uma tenda devidamente preparada para a ocasião.

Naquele distante planeta Goldman, que se sentia um judeu errante, um ahasverus, não só reencontrava as sua fé, mas permitia que um planeta inteiro também o fizesse quando revelara que o criador espalhara sua semente pelo cosmo, onde havia espaço para deuses, divindades ou simplesmente para qualquer crença que se quisesse, pois o maior bem de um povo era valorizar o poder criador da vida e acreditar que esta se perpetuava em cada uma das estrelas vista no céu.

Fim

Este fanfiction especificamente foi baseado no episódio “Bread and Circuses” roteirizado para a televisão por Gene Roddenberry e Gene L. Coon a partir da história original de John Kneubel, que foi ao ar na rede NBC norte-americana originalmente em 15 de março de 1968. Star Trek ® é uma marca registrada da Paramount Pictures Corporation.

Texto por: Marcos De Chiara.

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