segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 9.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo IX.

Na sala de transporte estava toda a equipe de descida. Eram nove ao todo. O capitão, o número um, conhecido também como o comandante Bergman, o comodoro, que além de estrategista era especialista em história militar antiga; o que incluia conhecimentos específicos sobre o império romano; o oficial de ciências e o oficial médico; componentes padrões dos grupos de descida. Além deles havia o xenosociólogo, e muito agradecido pela oportunidade, o tenente Marino e mais três oficiais de segurança.

Quando o transporte foi acionado todos sabiam o que fazer na superfície do planeta. Iriam se dividir em dois times. Um iria para as montanhas procurar o líder dos filhos do sol, Septimus. Este grupo era composto pelo capitão, a doutora e dois oficiais de segurança, todos com trajes de homens livres e pobres, produzidos pelo computador baseado nas informações visuais recebidas.

O outro time trajando vestes de homens livres mas um pouco mais abastados, era composto pelo comodoro, o comandante, o oficial de ciências, o tenente Marino e um segurança, que iriam para a cidade em busca de pistas sobre a passagem de Kirk e seu grupo naquele planeta. O primeiro lugar a ser visitado seria a biblioteca pública para conhecer melhor a cultura e as leis, além de ter acesso aos mapas da cidade e do império. Depois teriam que ir a sede da emissora de tv e a do jornal da cidade para recolherem e destruirem as notícias que por ventura tenham sido veiculadas dizendo algo a respeito dos estranhos bárbaros e por fim , o passo mais perigoso da missão, ir até ao palácio de governo e verificar se eles possuiam alguma informação sobre os possíveis sobreviventes da Beagle.

O primeiro grupo se materializa no alto de uma colina. Ë dia claro, o sol está forte e o ar quente causa uma brusca mudança de temperatura no corpo do grupo. O suor é uma consequência que advém com o esforço de descer a colina. O capitão olha insistentemente para o céu como se estivesse procurando algo. Isto incomoda a doutora que, percebendo a preocupação de seu superior, não consegue deixar de fazer-lhe uma pergunta.

“Preocupado com a Aries?”

“Não, estou preocupado com os rapazes lá em cima.”

“Acha que eles não darão conta? O Tenente Tagushi é um bom oficial. Ele já serviu na Eagle por dois anos.”

“Eu sei. A Eagle é um cruzador pesado e a Aries é uma nave exploradora, bem menor. Eu costumo ler a ficha de meus oficais. Ele não estaria sentado na minha cadeira se não fosse competente.”

“Minha cadeira? Então é isso? O velho ciúme do capitão com sua nave.”

“Ciumento? Eu? Não. É que a maioria nunca se viu em uma missão de verdade antes e...”

“Capitão... Eles precisam de um ritual de passagem. As ‘crianças’ já estão crescidas. Já foram treinadas pela academia e agora farão o seu melhor para provarem seu valor, para a federação e para o seu capitão.”

“É, talvez você esteja certa. Não me lembro de ter lido sobre as suas qualidades de psicóloga.”

“Não é bem isso. É que eu já fui casada e tenho o péssimo hábito de analisar os homens com quem convivo.”

Ambos sorriem e se apoiam um no outro tentando se equilibrar na íngrime descida.

O barulho indefectível do tricorder sondando a área não deixa de ser ouvido e momentos depois um dos guardas de segurança exclama: “Senhor, emissões térmicas a uns quinhentos metros vindas da base daquela colina à frente. Detecto seis...não...onze figuras humanóides.”

“Deve ser o esconderijo de Septimus. Os dados da Enterprise estavam corretos. Lembrem-se, viemos de outra província em busca de novas áreas de mineração de ouro para comprarmos a liberdade de alguns companheiros.”

“De que província, senhor?“- pergunta um dos homens.

“Da Gália. Conseguimos carona em um caminhão e estamos andando a dois dias.”

“História convincente.”- diz a doutora se espantando com os detalhes que só agora eram revelados.

“Assim espero.”- diz o capitão com ares de esperança.

Não muito longe dali em uma viela sem movimento surge o segundo time.

O tenente Jamal começa a sondar a área para poderem prosseguir mais à vontade. Logo encontram a avenida principal e são recebidos por uma fumaça negra do escapamento de um caminhão. Jamal se põe logo a analisar o ocorrido.

“Sem dúvida era um veículo provido de um motor que funciona com combustível fóssil baseado em hidrocarbonetos.”

“É e sem filtro no escapamento” - completa o comandante tentando limpar a fuligem de sua roupa.- “Guarde o tricorder na sacola. Não podemos chamar a atenção. Vamos perguntar a alguém a localização da biblioteca”.

As ruas principais eram bem largas e movimentadas com muitos caminhões e carros contrastando com carroças movidas a cavalos que trafegavam em faixas exclusivas.

Uma senhora passava com algumas sacolas e foi abordada po um Bergman sorridente e respeitoso.

“Por favor, minha senhora. Poderia me informar onde fica a biblioteca?”

“Qual delas meu jovem?”

Bergman fica confuso e olha para seus companheiros procurando uma resposta mas eles dão de ombros.

“A mais próxima.”- responde à senhora.

“Tem uma bem ali na próxima rua nos banhos Coríntos.”

“Muito obrigado.”- agradece o comandante mas não consegue entender como em uma casa de banhos poderiam encontrar as informações que queria. O tenente Marino explica: “É um fato que na nossa Roma antiga as casas de banho eram um complexo de prédios onde além dos banhos frios e quentes, os romanos podiam praticar esportes, fazer compras em diversas lojas e até frequentar bibliotecas. Era uma mistura de clubs de veraneio com shopping centers típicos do século vinte. Uma das casas de banho das mais famosas era de Caracala que possuia até um estádio para corrida de bigas.”

“Muito instrutivo tenente.” - diz o comandante com um ar enfadonho. A esta hora ele preferia estar patrulhando a zona neutra ou algum outro lugar onde as verdadeiras batalhas pudessem ocorrer e não ter que ficar ouvindo aulas de história antiga.- “Mas temos que nos apressar. Temos um horário a cumprir.”

Então todos se misturam na multidão caminhando na direção da casa de banhos sem saberem que a república estava sob ataque e que a segurança de todos era algo muito frágil.

Texto por: Marcos De Chiara.

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