terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 1.


IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Histórias passadas no universo de Star Trek mostrando fatos nunca narrados anteriormente. Os personagens podem ser as tripulações conhecidas das séries ou ilustres desconhecidos, mas que ajudaram a fazer a história da frota estelar.

Este fanfiction especificamente foi baseado no episódio “Bread and Circuses” roteirizado para a televisão por Gene Roddenberry e Gene L. Coon a partir da história original de John Kneubel, que foi ao ar na rede NBC norte-americana originalmente em 15 de março de 1968. Star Trek ® é uma marca registrada da Paramount Pictures Corporation.

Prólogo.

Data Estelar 4055.5.
Diário do Capitão: “Conforme ordenado estamos partindo da base estelar 8 em direção ao sistema solar 892. Nossa missão: Avaliar as consequências do contato feito com uma civilização em desenvolvimento naquele sistema com oficiais da Federação e julgar se houve ou não a quebra da primeira diretriz. Os relatórios da missão de resgate da SS Beagle falam que não houve sobreviventes mas, o serviço de inteligência da Frota desconfia da veracidade deles simplesmente porque está assinado por James Kirk. Espero que eles estejam errados.”

A nave estelar Aries NCC-602, uma nave batedora da classe Hermes, cruza a galáxia em dobra espacial seis, limite máximo de segurança permitido para tal nave que conta apenas com uma unidade propulsora. Apesar de que, em caso de emergência, possa alcançar dobra espacial oito.
Sua tripulação é nova, a maioria são cadetes recém formados mas em seu comando contam com a experiência do Comodoro Solano e do Capitão Joshua B. Goldman.

As ordens do comando da Frota, enviadas pelo Comodoro Fitzpatrick, foram do tipo prioridade um, altamente confidencial. Não houve tempo de embarcar toda a tripulação e apenas dezesseis oficiais de comando e uma tripulação de cento e trinta e uma pessoas subiram à bordo. A Aries pode comportar duas centenas de pessoas prontas para dar suas vidas em prol da unidade da Federação.

“Mas que diabos está acontecendo?”- pergunta o primeiro-oficial, comandante Jacob Bergman.
A feição do comandante era a mesma de um marido traído quando entra na sala de reunião. Presentes estão apenas o capitão, o comodoro e a médica-chefe, a tenente-comandante Marta Andrews. Esta era uma mulher de baixa estatura, loura de cabelos lisos e curtos, com cerca de quarenta anos mas com uma dedicação sobrenatural ao seu trabalho. Sua forte determinação e sua capacidade de liderança em momentos de crise a fizeram a melhor escolha pelo capitão para o posto em sua nave.

O capitão já não era mais um garoto. Na verdade não esperava assumir o comando de uma nave estelar. Até duas semanas atrás ele era apenas um instrutor na Academia e se contentava com isso. Talvez este seu comodismo fosse uma consequência de traumas sofridos em missões no espaço profundo das quais não gostava de recordar. Seus ralos cabelos brancos não ocultavam os seus cinquenta e dois anos e, sua experiência em comandar jovens cadetes em uma missão científica, seria um desafio interessante. Muitos dos seus atuais comandados já foram seus alunos e eles teriam a oportunidade de ver o professor em ação.

Já o comodoro Henriques Solano já estava com seu pedido de baixa na mesa do Almirante Nogura quando este, pessoalmente o requisitou para uma última missão. E ninguém recusava um pedido de Nogura. Todo soldado sempre quer lutar uma última batalha e a missão era para enfrentar um império. Na verdade um fac-símile do império Romano, só que um pouco mais modernizado. Aquela inusitada situação mexeu com seus interesses pessoais e ele aceitou de bom grado a missão. Apesar de se sentir um pouco velho, rejuvenesceu alguns anos em poucas horas quando teve que planejar os detalhes da missão; o que demonstrou que a idade não é aquela que você aparenta e sim aquela que você quer aparentar.

“Acalme-se, comandante e sente-se.”- ordena o comodoro.

“Desculpe-me, senhor, mas é que eu não gosto de inventar desculpas para meus comandados. Todos estão me perguntando porque saímos às pressas da base estelar e eu também não sei porque. Isto me faz sentir inseguro e a insegurança pode exalar pelos poros e ser percebida.”

“E isto não faz bem a um oficial de comando, não é mesmo?” - diz provocativamente o comodoro.

“Acho que o senhor percebeu bem aonde eu queria chegar.” - contradiz o comandante.

“Senhores, - intervém o capitão antes que surgisse algum ato de insurbodinação antes mesmo da missão começar - vamos logo discutir a nossa missão. Acredito que todos compartilham da ansiedade do comandante, então não percamos tempo”.

O capitão Joshua não condenava de todo a arrogância de seu primeiro-oficial. Na verdade quando tinha a idade dele era até mais impetuoso. No futuro sabia que a Aries estaria sob seu comando e teria que lapidá-lo para assumir a cadeira principal da ponte de comando. A ficha de Bergman também era impecável. Servira antes nos cruzadores Exeter e Lexington tendo travado batalhas com os Klingons algumas vezes. Como oficial de segurança salvara a vida de seus capitães inúmeras vezes. Sua personalidade era uma mistura de impetuosidade e prudência que o fazia uma figura imprevisível. Isto bem trabalhado poderia deixar de ser um defeito e tornar-se uma qualidade, mas só o tempo demonstraria isso.

“O capitão está certo! - continua o comodoro - A nossa missão é garantir os propósitos e princípios da Federação conforme estabelecidos no artigo primeiro”.

“Então estamos nos dirigindo para um planeta habitável? Missão de pesquisa, diplomática ou de resgate?” - interrompe mais uma vez o comandante.

“O seu primeiro-oficial sempre foi assim tão impulsivo?” - pergunta o comodoro olhando para o capitão com cara de quem está prestes a perder a paciência.

“Jack” - fala o capitão em tom suave de súplica pedindo ao seu segundo em comando que se comporte melhor.

“Tudo bem. Desculpe mais uma vez, senhor. Para o comando da Frota indicar um oficial tão graduado para uma missão deve ser porque é muito importante que obtenhamos sucesso. Então vou ficar calado e ....”

“Ora, cale-se!” - fala a doutora com autoridade - continue, por favor, comodoro.”

Jacob engole o ar e, por alguns segundos, parece não poder mais respirar. Apesar de sua patente ser maior que a da médica-chefe ele de repente se sentiu recebendo uma bronca de sua mãe. Em respeito à memória de sua mãe e, tão somente por isso, o comandante se calou.

O comodoro e o capitão não conseguiram disfarçar um pequeno sorrriso com a situação.

“Como eu ia dizendo... Precisamos ter o máximo de cautela nesta missão. Houve um contato da população do quarto planeta do sistema solar 892 com oficiais da Enterprise que estavam em missão de resgate e parece que tiveram que sair às pressas de lá, pois estavam em vias de serem massacrados”.

“Bom, Jim Kirk não é um homem de muitos amigos.”- acrescenta o capitão.

“Então é isto? Uma operação de rescaldo? James Kirk coloca fogo no universo e nós temos que correr para apagá-lo? Ë nisto que tudo se resume? Será que já se esqueceram do caso de 1Beta III, ou de 2Eminiar VII ou de 3Gamma Trianguli VI?” - se exalta mais uma vez o comandante Jacob.

“Jack, o que Kirk fez nesses casos foi para proteger as culturas desses planetas para que pudessem evoluir naturalmente. O conselho da Frota já julgou seus atos e não o condenou.” - intervém o capitão Goldman em defesa do colega de patente.

“Parece que o senhor nutre uma antipatia pelo capitão da Enterprise, posso perguntar o por quê?” - indaga, curioso, o comodoro.

“Não é nada pessoal, senhor. Ë que o capitão Kirk, às vezes, se julga o Salomão do universo, mas sempre deixa a sujeira debaixo do tapete para que nós limpemos depois.”

“Ninguém disse que o trabalho de um oficial da Frota tinha que ser limpo. Às vezes, meu rapaz, é melhor não saber como as salsichas são feitas”.

“Como, senhor? Não entendi.”

“Deixe para lá, meu jovem. Um dia, se você chegar a ser um capitão de uma nave estelar, compreenderá o que disse e será mais tolerante com as ações de capitães como Jim Kirk”.

“Devo presumir que, sendo uma missão secreta, nada do que foi dito aqui poderá ser discutido fora desta sala?” - pergunta a doutora já sabendo qual será a resposta.

“Afirmativo Dra. Andrews. No momento oportuno alguns oficiais, previamente selecionados, serão informados dos detalhes da missão. Enquanto isso, estamos apenas em missão de pesquisa neste quadrante. Somente observando as estrelas e fazendo relatórios. Meu dever aqui na Aries é de ser de apoio logístico. O comando da nave é do capitão Goldman mas, durante a missão a última palavra é minha. Estamos entendidos?”- disse enfaticamente olhando para o comandante Jacob.

“Sim, senhor.” - responderam, quase em coro, os demais presentes.

O intercom soa chamando o capitão era o tenente Tagushi, chefe da engenharia.

“Capitão, estamos à uma hora do destino e o nosso motor está começando a ferver”.

“Muito bem, Tagushi, reduzir para impulso, Goldman desliga”.

“Bom, com a licença dos cavalheiros e da senhora, irei descansar um pouco na minha cabine. Na minha idade qualquer reserva de energia é preciosa”.

O comodoro Solano parecia muito mais velho por fora do que por dentro.

Apesar do seu cabelo já todo branco e seu físico um pouco fora de forma, mas a sua mente era a de um garoto de vinte anos. Quando ele saiu o ar de formalidade se dissipou, todos se levantaram e o comandante Jacob pode tagarelar novamente.

“Capitão, afinal de contas, o que temos que realmente fazer neste planeta?”

“Conquistar Roma!” - dizendo isso o capitão deixa a sala de reuniões e atrás dele dois oficiais intrigados.

Capítulo I.

A morte de Flavius Maximus e a fuga dos bárbaros provocaram uma onda de revoltas e insurreições em várias províncias. A guarda pretoriana esteve muito ocupada nas últimas semanas.

O procônsul Claudius Marcus estava muito preocupado. Pela primeira vez seu governo foi questionado. Pela primeira vez ele foi derrotado.

Precisava urgentemente de uma grande vitória. Precisava da cabeça de Septimus. Seu antigo adversário político no senado que se converteu aos “Filhos do Sol”, e que, agora, era um dos principais líderes da revolta contra Roma.

Os estrangeiros, amigos de seu antigo primeiro-cidadão Merricus, baixaram a audiência dos jogos e com ela a sua própria popularidade.

Consultar um oráculo era algo que precisava fazer urgentemente. Estava na hora dos Deuses fazerem alguma coisa.

Foi até o templo de Júpiter onde o sacerdote-mor se encontrava. Seu nome era Gaius Orsino.

“Senhor, eu não o esperava... eu...” - balbuciou Gaius quando o procônsul o surpreendeu ao entrar com uma escolta.

“Gaius... Meu bom e velho amigo. Preciso de sua visão uma vez mais.”

Meu senhor é tarde. Eu já ia me recolher e... GASP!”- engasga o sacerdote com o aperto que leva no pescoço impedindo-o de terminar a frase.

“Nunca é tarde para o seu futuro imperador, compreendeu?”

Gaius concorda com um balançar de cabeça. Claudius o solta e ele sente o ar circular novamente pelos seus pulmões.

“COF... COF... Então... O que deseja, meu senhor?”

“Preciso de sua ajuda. Preciso de uma mensagem dos deuses para me orientar.”- diz Claudius Marcus num tom mais cordial, quase de súplica.

“Muito bem. Irei preparar-me.”- dizendo isto Gaius bate palmas e um par de escravos, um pouco sonolentos, correm para serví-lo.

“Preparem os incensos e os óleos. Rápido!”

Gaius nunca havia visto o procônsul tão desconsolado, O que será que aquele homem tão poderoso temia? Seria interessante descobrir.

Quando Gaius estava prestes a começar seu transe, o procônsul o adverte.

“Espero que tenhais uma boa visão. Para seu próprio bem”.

O vidente, apesar da ameaça, tenta se concentrar. Toma três goles de uma bebida de composição secreta, respira fundo os diferentes aromas de incensos espalhados pelo altar e, alguns minutos depois, começa a tremer e a murmurar palavras sem sentido.

O procônsul se aproxima para ouví-lo melhor. Gaius se vira bruscamente. Claudius Marcus se assusta. O sacredote tem os olhos revirados e está babando. Porém o que ele fala começa a fazer sentido.

“Homens do céu.... Estrelas... Muitas estrelas... Mercúrio trará a nova mensagem... Uma nova ordem virá.... Fogo no céu... Jüpiter será traído e cairá... O Sol tem que ser apagado... Marte liderará os exércitos no campo de batalha... As colunas ruirão... Os louros de Cesar serão tomados por outro...” - Gaius, com a respiração ofegante solta um grito e tomba para trás. Só não vai ao chão, pois é amparado por seus escravos. Era o fim da visão.

Por alguns momentos o silêncio é total no templo.

Claudius tenta entender o que foi dito. Levanta-se da pequena cadeira onde estava e se dirige para a saída, ainda preocupado com o que acabara de ouvir.

Atrás dele, o sacerdote recobra a consciência e, ainda com uma voz muito fraca, pergunta:“A visão lhe agradou, meu senhor?“

O procônsul, sem olhar para trás, e sem diminuir seus passos, responde:“Sim, foi excelente!”

Gauis Orsino se sente aliviado e se deixa cair novamente nos braços de seus servos.

Ao passar pelos seus guardas Claudius Marcus dá a seguinte ordem:“Furem os olhos dele!”

Ao entrar em seu carro, que o esperava do lado de fora do templo, o procônsul Claudius Marcus ainda pode ouvir os gritos de dor do sacerdote e isto lhe deu muito prazer.

Texto por: Marcos De Chiara.

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