terça-feira, 28 de janeiro de 2014

FB 1 - Mudando as Regras - 15.


FRENTE DE BATALHA A TRILOGIA
Mudando as Regras – Parte I
As aventuras do Capitão Dorian Alkon na linha de frente do Quadrante Gamma
Por Marcos De Chiara

Capítulo XV

USS Albedo
Ponte de Comando

O capitão Dorian Alkon estava andando de uma estação a outra verificando sensores e sistemas da nave quando sentiu uma forte dor de cabeça.

_O que foi capitão? – perguntou Zagar.

Alkon não conseguiu responder. A dor estava forte demais. Tentou se apoiar em um dos consoles e foi ajoelhando devagar.

_Acho melhor chamar a doutora T´Vel. – ordenou McCormick a Zagar.

Gilbert amparou o capitão e o levou até sua cadeira onde o pôs sentado. Poucos minutos depois a doutora chegava empunhando seu tricorder médico na direção do capitão.

_Eles...Eles...Foram capturados. – disse o capitão com muita dificuldade.

_Como ele pode saber? Estamos a milhares de quilômetros deles. – espantou-se McCormick com tal afirmação.

_Ele tem treinado para ampliar seus poderes mentais. – explicou a doutora enquanto aplicava um sedativo em Alkon.

_Não! – protestou o capitão temendo perder o contato mental com sua imzadi. _Sarah...Sarah...Ela...._Alkon não conseguia coordenar seus pensamentos.

_Tenho que levá-lo até a enfermaria. Assuma o comando, senhor McCormick. Gilbert me ajude aqui.

_Informe, assim que puder, da condição dele e o que realmente motivou este ataque. – disse o oficial científico.

_Pode deixar. Mas posso adiantar o que ocorreu. Ele possui um elo empático com a comandante Okaido. Algo de ruim aconteceu a ela e isto o afetou.

_Se isto é realmente verdade temos que agir.

_Primeiro vamos cuidar do capitão. Não faça nada precipitado até eu saber se ele estará apto para o comando. Ele não gostaria que o senhor agisse sem consultá-lo.

_Apesar das ordens serem de abortar a missão, caso realmente a nossa equipe tenha sido capturada, irei esperar  o seu parecer. – McCormick concordou em esperar, mas sabia que não poderiam esperar por muito tempo, pois as vidas de seus companheiros estavam ameaçadas.

No Planetóide...

O grupo avançado da Albedo estavam com os braços e pernas acorrentados, e suspensos a um metro do solo.

Elik apareceu para interrogar os prisioneiros e perguntou ao comandante Jem’Hadar sobre a cooperação deles.

_Não falaram nada. São bem treinados. – informou o comandante.

_Tulel...Tulel...Está perdendo o jeito em arrancar informações? – provocou Elik.  

_Depende de em que condições o senhor irá querer que eles fiquem. Eu ainda nem comecei aplicar os meus métodos. Até os cardassianos já se chocaram com eles.

_Eu sei. Não precisa exagerar. Eu estava brincando. Eles possuem alguma identificação?

_Não, mas sua tecnologia é compatível com a da Federação. – Tulel mostra uma mesa com os equipamentos dos prisioneiros. – Eles vestiam um traje que os deixava invisíveis. Por isso que penetraram as nossas defesas tão facilmente.

Elik olha os equipamentos com indiferença.

_Sajmar e Zaldro não recalibraram os sensores direito. Talvez tenha que puni-los. – Elik volta os seus olhos para os prisioneiros e se aproxima deles. – Quer dizer que eles são da tão falada Federação? Eles são corajosos, não?

_O que o senhor fará com eles? – pergunta Tule ansioso por voltar para a suas técnicas de tortura. Elik não responde e continua a observar os prisoneiros.

_Este aqui é um tosk, não? Um tosk com membros da Federação? Este universo está mesmo de pernas pro ar.

_Ele foi capturado junto com eles e pelo que vestem parecem fazer parte de um mesmo grupo.

_Um tosk capturado...Quem diria ? Uma coisa rara de se ver, não é? Avise os Hunters. Eles irão me dar uma boa soma por ele. Já encontraram a nave deles?

_Estamos com algumas equipes verificando o perímetro.

_Envie algumas naves ao espaço. A nave-mãe deles deve estar por perto. Não quero dar motivos a Dorth ou a mulher dele para me prejudicar. Eu disse que seria melhor instalar satélites de defesa, mas eles disseram que chamaria muita atenção. Então viramos alvo fácil. Como será que nos descobriram ? Como ? – Elik cutuca primeiro Klag, com um bastão que solta uma descarga elétrica, mas ele nem olha para Elik.. Depois tenta Siro que também suporta a dor. Depois pára na frente de Sarah. Ela estava com um corte na testa e nos lábios. Fruto da agressão que sofrera quando de sua captura.

_Esta humana parece valente. Comece com ela. Os humanos são os mais fracos. Mas não a mate. Grave seu sofrimento. As imagens deverão comover alguém de seu povo. Os humanos, pelo que sei, são muito emotivos. Poderemos obter as informações que queremos se fizermos uma pequena chantagem. Só precisamos saber para onde enviar este material. Mas você vai dizer, não é, mulher? – Elik dá um choque também em Sarah que grunhe de dor.

_Pode deixar senhor. Será um prazer. – Tulel pega uma lança com um laser na ponta e usa no abdômen da comandante que grita de dor enquanto sua carne é cortada.

Elik, de costas para a cena se delicia. – Oh, sim...Ótimo! Continue..._então ele se vira e puxa uma cadeira para assistir o horrendo espetáculo. Tulel faz uma nova investida e Sarah volta a gritar. Klag tenta, em vão, se soltar das correntes que o prendia. Mas não era tão forte quanto pensava. Lembrou-se das palavras de seu pai durante as visões que tivera no Maj´Qa:

“Você precisa ser forte para a grande batalha que virá...” “Um guerreiro não se arrepende da escolha que faz”.

Na USS Albedo o capitão se recupera na enfermaria.

_Está melhor? – pergunta a doutora assim que Alkon abre os olhos.

_O que aconteceu?

_Você sofreu um abalo psíquico-empático.

_Sarah? Ela está bem?

_Diga-me você. O elo entre vocês é bem forte.

Alkon volta a fechar os olhos e sente dores na barriga.

_Arrrgh...Ela está sofrendo. Está sendo torturada.

_Pode ver os outros? Pode senti-los?

_Eles...Eles estão vivos, mas também foram capturados. Tenho que ajudá-los. – Alkon sai do transe.

_É arriscado demais. Devia pedir ajuda ao almirante Petersen.

_Nós só o encontraremos em quatro dias e duvido que ele nos ajudasse agora. Vou  resgatá-los com a segunda equipe.

_Não creio que o senhor esteja em condições para liderar uma operação dessa.

_Então a senhora se incumbirá que eu fique em condições. Parabéns, doutora, você está no time. Sairemos em dez minutos. – Alkon toca em seu comunicador. – Tenente Allison e Alferes Gilbert,  apresentem-se ao hangar um.

T´Vel não consegue impedir o capitão de tomar aquela atitude. Na verdade, ela estava contente em poder tomar parte daquela equipe de resgate para salvar a única pessoa que ela considerava uma amiga.

Na ponte McCormick observava nos sensores a aproximação de naves Jem´Haddar.

_Naomi...Temos companhia. Podemos acionar a camuflagem? – perguntou ele à chefe de engenharia através de seu comunicador.

-“O sistema não está em condições de operar novamente por agora. A tecnologia Breen não é muito compatível com os nossos sistemas...”

_Ótimo! Vou pedir para que nos visitem mais tarde. – brincou McCormick.

-“Ok,ok! Terei que desviar alguns circuitos de ODN. Me dê dez minutos...”

_Faça o mais rápido que puder. Eles estão chegando perto. Não sei se nos detectaram.

“Pode deixar. Serei mais rápida do que o costume, mas não espere um milagre Scott” – disse ela em referência ao famoso engenheiro da lendária Enterprise.

Lá fora os caças inimigos sondavam o campo de asteróides a uns quinhentos quilômetros da posição da Albedo, que se escondia detrás de um imenso pedregulho flutuante. O silêncio na ponte era sepulcral. Nem mesmo Sleek sibilava. Apenas suas pálpebras laterais mexiam, nervosamente, a cada segundo.

_Brixx...Acione alerta vermelho silencioso. Prepare as armas.

_Sim, senhor. Aciono os escudos?

_Não.Precisamos da energia deles para a camuflagem. Se ela der certo eles não serão necessários.

De repente um dos caças desvia de sua rota e voa na direção da Albedo. O sangue nas veias de McCormick gelou. Teriam sido detectados?

_Naomi...._sussurrava quase numa súplica pelo comunicador o coamandante interino.

-“Estou quase...Vamos...vamos...”_falava a engenheira com carinho com o sistema de camuflagem.

Quando o caça Jem’Hadar estava a um quilômetro da Albedo, deu meia volta e reintegrou-se a formação da patrulha. A camuflagem tinha sido acionada a tempo.

“Alkon para a ponte. Temos sinal verde para sair?”

_Sair ? Desculpe perguntar, capitão, mas onde pensa ir?

_“A equipe um está em perigo. Precisamos ajudá-los.”

_Temos um enxame de vespas lá fora, capitão. Se saírem agora poderão ser picados.

-“Grato pela preocupação, tenente, mas não temos escolha. Precisamos agir rápido pois existem vidas em jogo.” – insiste o capitão.

_Senhor...O senhor sabe que, pelo regulamento, não recomendaria esta ação. Não podemos ameaçar a missão perdendo mais gente para o inimigo._McCormick expõe seu ponto de vista.

_Capitão...Como oficial tático interino devo concordar com o oficial de ciências. _ se manifesta Brixx.

No hangar o grupo fica em silêncio por alguns segundos.

_Posso dar uma sugestão? – pergunta Allison, já em seu uniforme negro e cinza.

_Pode falar, tenente. – licencia o capitão.

_Podemos nos misturar ao enxame. Tomamos o lugar de uma das naves com a holo-camuflagem e voamos até o planetóide sem levantar suspeitas.

_Pode dar certo, mas destruindo uma nave deles, a explosão resultante alertará os demais. – comenta Gilbert.

_Não se não houver uma explosão. – diz Alkon. O capitão continua a falar com a ponte através do intercom automático acionado pelo comando vocal, uma vez que, nenhum membro da equipe de resgate estava portando o broche-comunicador. – McCormick...Identifique a nave mais afastada do esquadrão patrulha Jem’Hadar e passe as coordenadas para a Zênite.

-“Sim,senhor!”

_O que tem em mente, capitão? – perguntou a doutora.

_Algo que fará com que o plano da Tenente Allison dê certo.Vamos embarcar que eu conto no caminho.

A nave auxiliar partiu ziguezagueando por entre as imensas rochas flutuantes até se aproximar por detrás do último caça Jem´Haddar.

_Preparar torpedo com nanotech vírus. Marco 135.5. Isto o colocará bem acima deles. Quando o detectarem o vírus terá sido liberado, incapacitando seus sistemas por quinze segundos. Em seguida me transportarei à bordo e os porei fora de ação. A Albedo capturará a nave, que ficará a deriva, com um raio trator, enquanto nós seguiremos o curso das demais. Se elas estiverem indo até o planetóide muito que bem, senão daremos uma desculpa e seguiremos o nosso plano.

_Ótima idéia, senhor._congratula Allison.

-Gostaria de oferecer-me para abordar a nave no seu lugar, capitão. – disse o alfres Gilbert procurando seguir o protocolo de salvaguarda do capitão; que rezava que um capitão da Frota Estelar não devia se arriscar em missões avançadas sem necessidade..

_Entendo que queira seguir os protocolos, alferes, mas devo negar o pedido.

_Com o devido respeito, capitão, se o senhor tiver outro ataque mental daquele ficará vulnerável e porá a missão em risco.

_Ele está certo, capitão. – intrometeu-se a doutora. – Seus reflexos não estão cem por cento e sabe que não posso administrar nenhum sedativo no senhor.

Alkon fica pensativo por um tempo. – Tem certeza que pode dar conta, alferes?

_Sim, senhor. Durante o treinamento na base 375 obtive boas notas nas práticas de tiro. Noventa quatro ponto cinco por cento de eficiência! – disse o alferes com orgulho.

_Preste atenção, rapaz. Não estamos numa simulação de combate. Isto é a vida real. Terá que ser cem por cento ou nada.Entendeu? – Alkon apoiou sua mão no ombro de Gilbert para reforçar o seu aviso. – Muito bem. Vá para a plataforma de transporte e aguarde o meu sinal.

O plano foi posto em prática e tudo funcionou como um relógio quântico. Havia apenas dois soldados Jem’Hadar no caça que foram postos fora de combate antes mesmo que percebessem o que estava acontecendo. Por sorte os cinco caças estavam retornando ao planetóide no qual eles estavam querendo ir. Eram realmente a esquadrilha patrulha do centro de produção de ketracel-white. Retornaram avisando que não detectaram nenhuma nave inimiga nos arredores. O problema começaria quando pousassem. Como sairiam da nave sem colocar o disfarce sob suspeita? Logo que Gilbert retornou o capitão deu novas ordens.

_Vistam estes trajes de isolamento. Estes são bastante flexíveis para vestirem sobre os nossos trajes espaciais. – dizia Alkon abrindo um compartimento na parede da nave.

_Vamos ficar realmente invisíveis com essa coisa? – perguntou Allison ainda descrente.

_Pelo menos é o que diz o manual. – brincou Alkon entregando-lhe um PAD com instruções de uso para ler.

Assim que a nave pousou a porta abriu-se e fechou em seguida sem que nenhum deles fosse visto. Tinham uma hora para encontrar seu pessoal. Era o tempo que duraria a camuflagem holográfica. Não podiam perder tempo, por isso, alguns soldados Jem’Hadar que encontraram pelo caminho, foram sendo postos fora de combate sendo vaporizados por feixes de phasers em disrupção máxima.

[Localize-os!] _ordenou Alkon a Gilbert pelo comunicador. O alferes ficou a mover seu tricorder de um lado para o outro sem sucesso.

[Eles possuem um campo de força que afeta os instrumentos. Não consigo detectá-los. Desculpe, capitão!] _respondeu Gilbert pelo comunicador no capacete.

[Teremos que encontrar uma entrada então.] _Alkon faz um sinal para se dividirem, enviando Allison e Gilbert para a direita, enquanto ele e a doutora iam para o sentido oposto.

Caminhar pela neve com toda aquela vestimenta era bem difícil. Contudo a lentidão ajudava o grupo a agir com prudência, pois os movimentos eram bem calculados.

Um Jem´Haddar, próximo a torre de controle, observou passos na neve aparecendo como uma ilusão. Aproximou-se para verificar se o que via era realidade ou não. Foi a última coisa que viu.

[Capitão...Encontrei a entrada.] _informava Allison pelo comunicador do capacete. Ela acendeu um sinalizador químico para facilitar a visualização do local, pois a tempestade de neve estava bem forte aquela altura e prejudicando os sensores de localização embutidos nas armas.

Quando Alkon e T´Vel chegaram, Gilbert já estava trabalhando, com um tricorder,  em como derrubar o campo de força existente em um portão que fora anteriormente arrombado.

[Parece que eles passaram por aqui] _comenta T´Vel ao ver o estrago na entrada da caverna.

[Quanto tempo você precisa alferes?] _pressionava o capitão.

[A configuração do campo é desconhecida. Não posso precisar...cinco...talvez dez minutos...] _o rapaz estava nervoso e preocupado em não poder atender as expectativas de seu capitão.

[Não podemos nos demorar. Vamos ter que usar um método mais rápido.] _Alkon pega um estojo acoplado em seu cinturão e retira algumas cápsulas de metal e um detonador por controle remoto.

[Nanotechs? Você realmente gostou destas coisas, não?] _comenta T´Vel  ao ver a predileção do capitão por aquela tecnologia.

[A senhora deveria gostar deles também, doutora. Eles revolucionaram a medicina.] _responde Alkon.

[Eu só uso nanobots em último caso. Neste campo eu sou o que vocês diriam...conservadora.]

Alkon entrega algumas cápsulas, que eram magnéticas, para que Gilbert aplicasse nas bordas do campo de força.

[Vamos nos afastar. Se algum deles voar na nossa direção quando eu abrir as cápsulas nossos trajes terão o suporte vital desabilitado e estaremos em uma encrenca séria.] _ordena o capitão.

[Senhor...Assim que o campo de força abaixar eles saberão que há intrusos e virão investigar.] _alerta Allison.

[Estou contando com isso, tenente.] _responde o capitão com um certo desejo de vingança. Quando todos estavam a uma distância segura as cápsulas foram abertas. O campo fora desligado e eles entraram. Enquanto corria para o interior da montanha Alkon explicou como os seus “brinquedinhos”  iriam agir.

[ Os nanotechs irão penetrar em todo os sistema deles. Eles deverão ficar ocupados tentando verificar o que está ocorrendo e isto nos dará tempo para achar o nosso pessoal. Agora, se encontrarmos resistência pelo caminho, procurem não fazer muito barulho.]

[Qual a direção ?] _perguntou Gilbert ao capitão.

Alkon fechou os olhos por um momento e viu a face em sofrimento de Sarah. Ela não estava nada bem.

[Por ali.] _indicou ele a direção correta onde estavam seus companheiros e sua amada.

As luzes do complexo começam a falhar e as máquinas de produção de White apresentam interrupções.

_O que está acontecendo? – pergunta Elik preocupado. – Você..._aponta para um soldado Jem’Hadar – Vai ver o que está havendo.

_Devo continuar ? – pergunta o comandante Tulel.

Elik se aproxima e levanta o rosto da já inconsciente comandante Okaido.

_Ela foi uma soldado corajosa. Não esperava que resistisse tanto. Estes humanos são realmente surpreendentes. – Elik solta a cabeça da comandante e se volta para os demais.

_Que tal o klingon? Não gosto do jeito que ele olha para mim. – sugere o comandante Jem´Haddar.

_Um klingon...Sempre quis ver um de perto. Já ouvi falar muito sobre vocês e seu código de honra. Ah...E também como foram subjugados pela tal Federação.

_Me tire daqui que eu ensino mais algumas coisas sobre nós klingons. – vocifera Klag.

_Oh. Oh. Oh! Eles são mesmo violentos, não? – diz Elik com escárnio. – Nos ensine então como resistir ao nosso método de interrogatório. – Elik faz um sinal para que Tulel comece a tortura. O bastão em brasa perfura a coxa de Klag lentamente enquanto ele tenta não urrar de dor, algo impossível de evitar quando o bastão é retirado pela primeira vez.

_Onde está a sua nave, klingon? – pergunta Tulel enquanto rasgava a carne da  coxa direita de Klag pela segunda vez com o bastão com laser, que era torcido enquanto penetrava mais fundo.

_tIch baHhHa ! qaHoH!  – grita Klag contra o seu carrasco.

_Isto! Eu gosto mais quando reagem. – diz Elik satisfeito ao assistir toda a cena.

_Comandante! – chama o soldado Jem’Hadar que estava de volta com um informe. – Os sistemas estão falhando. A fábrica está paralisada!

_A produção! A produção não pode parar! – Elik sai desesperado da sala de tortura para ver o que está acontecendo. – Sajmar! Zaldro! – Elik chamava pelos seus ajudantes sempre que algo ia de mal a pior. Ele precisaria culpar alguém e, até que se encontrasse os verdadeiros culpados, eles serviriam bem para extravasar a sua raiva.

Texto por: Marcos De Chiara.

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FRENTE DE BATALHA A TRILOGIA
Mudando as Regras – Parte I
As aventuras do Capitão Dorian Alkon na linha de frente do Quadrante Gamma
Por Marcos De Chiara

Capítulo XIV

USS ALBEDO
Hangar principal - Uma hora depois

Naomi, Brixx e Alkon estavam no hangar para se despedir da equipe que iria se embrenhar no espaço do Dominion. O grupo avançado já estava com trajes espaciais indo na direção a nave auxiliar.

_A nave está pronta para o embarque, senhores. Os emissores holográficos só ficam ativos por uma hora. Usem somente quando necessário. Vocês possuem um armamento reforçado como quatro torpedos, sendo um quântico e duas salvas de dez micro torpedos. Além de bancos phasers. Apesar disso evitem o confronto ao máximo. É uma operação fantasma, lembram-se? É para entrar e sair sem serem vistos. – explicava a engenheira-chefe.

Sarah observa o nome escrito na lateral da nave: Azimute.

_Belo nome. Quem escolheu? – perguntou.

_Foi o pessoal da engenharia. Escolhemos batizar as naves com nomes de coordenadas astronômicas. Temos ainda a Zênite e a Nadir. – responde Naomi.

_Gostava mais dos nomes das naves antigas: Alfa, Gamma e Theta. – comenta Alkon.

_Bom...As naves anteriores eram do tipo 6 e 15... – a engenheira-chefe tenta se justificar.

_Não eram tão velhas assim...- lembra Sarah com saudades.

_Os nomes tinham mais a ver com o nome da nave. Referia-se a tipos de radiação. – justificava Alkon.

_É...Albedo é a percentagem da radiação incidente refletida por uma superfície sem que esta se aqueça. A placa de batismo da nave diz: “Que uma fração da luz possa ser refletida nos astros por onde passarmos. A luz da razão, da justiça, do amor e da paz.” Este era o cerne de nossa missão. Missões diplomáticas e científicas. – lembra Sarah com certa tristeza face ao que estavam prestes a fazer.

Siro Lian, o bajoriano, não estava mais agüentando aquele papo furado e resolveu se manifestar.

_Senhores...Desculpe interromper, mas temos que chutar os traseiros de uns lagartões lá fora.

A impaciência do ex-maqui interrompeu a conversa e seus modos irritaram a comandante.

_Alferes Siro...Deve aprender a conter o seu ímpeto. Ninguém irá lá fora chutar nada de ninguém. Temos os nossos objetivos e espero que eles tenham ficado claros para o senhor durante a reunião sobre a missão. Se há algo que o senhor não entendeu, espero que faça todas as perguntas agora ou então fique de boca fechada até segunda ordem. Fui clara?

_Sim, senhora. Alferes Siro pedindo permissão para embarcar, madame. – Siro estava sendo sarcástico. Se fosse outro comandado seu ela o teria colocado na prisão por alguns dias, mas a Frota acreditava que ele era importante para a missão, então ela fez um gesto com a cabeça permitindo que ele embarcasse. Klag e Vulpes foram os próximos.

O capitão Alkon apertou a mão de Sarah desejando-lhe boa sorte.

_Se ele lhe der algum problema, tem a minha permissão para chutar o traseiro dele.

A comandante sorriu, virou-se e também embarcou. O capitão, Naomi e Brixx foram para a cabine do controlador de vôo para se protegerem da despressurização. O chefe Caballero acionou os controles. A porta do hangar se abriu e a nave decolou tendo Sarah e Klag nos controles. Eles contornaram alguns asteróides até chegarem em espaço livre.

_Sondando a área...Duas naves Jem’Hadar detectadas e...espere...Não é possível!

_O que foi Klag? – a imediato ficou curiosa.

_Uma nave cardassiana. Está entrando em dobra rumo a fenda espacial de volta ao quadrante alfa.

_Uma nave cardassiana por aqui? Estão muito longe casa. – Siro também estava confuso.

_Será que eles também estão espionando o Dominion? – perguntou Sarah.

_Não é o que parece. As duas naves Jem’Hadar pareciam escoltá-la. Uma atitude muito amistosa da parte deles. – revelou Klag.

_Bom...Vamos resolver um problema de cada vez. Este mistério ficará para outra hora. Rume para o planetóide. Ligarei o nosso holo-disfarce.

A Azimute se transforma em um caça Jem’Hadar em segundos. Contudo o disfarce ainda não estava completo.

_Alterando a assinatura dos motores de dobra. Até aqui tudo bem.- passaram perto de uma nave Jem’Hadar e não foram atacados. Todos suspiravam aliviados, bom, pelo menos ela pode notar o alívio em Siro. Klag e Tosk ficaram impassíveis. - Parabéns Naomi. – cumprimentou a comandante o belo trabalho da engenheira-chefe. Já possui informações climáticas do planetóide? – perguntou para o alferes Siro.

_Ahnn...Planetóide classe H. Atmosfera : 65 % monóxido de carbono, 25% de oxigênio. 8 % de metano e 2% de outros gases. Já respirei coisa melhor, mas sugiro não tirarmos o capacete.Quarenta e oito graus Celsius negativos. Tem também uma tempestade de neve varrendo todo o hemisfério sul. É para lá que apontam as assinaturas de dobra deles.

_Parece Marte, só que com um pouco mais de gelo.Arrume um local mais próximo para o pouso, Klag. – ordenou Sarah.

_Detectando um pequeno platô a uns sessenta metros de altura e a um quilômetro de um espaço-porto. 

_Teremos que escalar? Ótimo. Não escalo desde meus tempos de academia. Isto não havíamos previsto nos exercícios de simulação. Espere até o comandante Bennett saber disso. – comenta Sarah.

A Azimute pousa com alguma turbulência devido à nevasca.

_Retirem o traje espacial e vistam o traje de isolamento. É hora do show. Não se esqueçam de manter as câmeras do capacete ligadas. Vamos lá!

Os quatro saem da nave logo depois sob fortes rajadas de vento e neve. Sarah aciona um dispositivo no bracelete de seu traje mudando a holografia da nave para um monte de neve. Isto a deixaria camuflada por um tempo. Mesmo quando a holografia desligasse a neve verdadeira já teria coberto a nave de qualquer maneira e a camuflagem ainda se manteria.

[Essa foi boa comandante. Esteja lá onde a senhora estiver.] - disse Siro ao ver o truque da holo-camuflagem.

[Para que a gente se veja basta acionar o botão amarelo do punho direito. O visor de nossos capacetes ficará na mesma freqüência de nossas roupas. A camuflagem só durará mais dez minutos. Isto será o suficiente para a nave estar coberta.]

[Os ganchos estão prontos. Venham por aqui!]- Klag chamou seus companheiros para a beira do platô. Siro caminhou até a borda, mas deu um passo a mais no vazio e caiu. Era difícil se habituar com aquele visor cheio de instruções digitais além de ter uma nevasca prejudicando ainda mais a sua visão. Vulpes o segurou antes que fosse tarde demais.

[Obrigado!] - agradeceu o bajoriano.

Klag fincou a sua corda e começou a descer o paredão. Seus colegas fizeram o mesmo.  A descida durou quinze minutos, mas pareceu uma eternidade para Sarah. Vulpes foi o primeiro a chegar. Sua agilidade era incrível. Por isso os Hunters os admiravam e por isso eles o caçavam.

[Creio que posso ir na frente para ver se teremos problemas.] - falou o reptóide.

[Não há necessidade, Vulpes. Temos como enxergar à distância com nossas lunetas embutidas no visor do capacete.] - explica Klag.

[Não com toda esta neblina. Jem’Hadar podem estar de patrulha camuflados também. Vulpes enxerga eles. Vulpes enxerga o que vocês não conseguem ver.] - insistia ele.

[Camuflados?] - Sarah  não entendeu o que o tosk dizia.

[Os Jem’Hadar possuem um dispositivo que os deixam camuflados também.] - explicou Siro.

[Por que Brixx não nos contou sobre isso? Por que você não falou nada antes?] - reclamou Sarah.

[Ei! Ninguém me perguntou.Pensei que vocês já soubessem disso.] Siro se eximiu de qualquer culpa.

[O que a senhora acha, comandante?] - Klag esperava que Sarah desse o aval para a idéia de Vulpes.

[Ele é um tosk, sabe se virar. Pode ir.]

Vulpes então comete um gesto inesperado. Retira o seu traje e só com sua armadura leve avança pelo território inimigo. A sua agilidade era tanta que logo ele desaparece da vista de seus colegas. Além do mais os tosk tinham a habilidade natural de se camuflarem, como se fossem camaleões terrestres.

[Consegue vê-lo?] - perguntava Siro.

[Não, mas tenho o seu sinal.] - informava Klag observando o sensor acoplado ao rifle que carregava.

[Siro, recolha o traje e a mochila dele. Não podemos deixar pistas sobre nossa presença aqui.]-ordenou a comandante. O bajoriano cumpre a ordem a contragosto.

Os três avançaram com dificuldade pelo terreno coberto de neve. Lá na frente, Vulpes, que possuía uma visão infravermelha, estava sondando o terreno. Uma torre de comunicação com radar e pelo menos oito guardas transitando perto de uma entrada encravada na montanha.

[Vulpes para líder]

[Líder na escuta]  respondia Sarah a uns quinhentos metros de distância.

[Zona quente a quinhentos metros da sua posição. Oito espinhos.]

[Mantenha posição.] Espinhos era o código para se referirem ao Jem´Haddar. Sarah manda seus comandados se separarem e avançarem para posições diferentes. Siro largou o material de Vulpes e seguiu pela direita.

Os soldados não estavam a vista. Mas podiam ser detectados pelos sensores dos rifles. Cada um tinha que pegar dois soldados de uma forma cronometrada. Quando todos estavam posicionados, Sarah seu o sinal de ataque. O primeiro a agir foi Vulpes que atingiu seus oponentes tão rápido que eles não tiveram chance de reagir. Klag usou sua qutluch  , foi por trás de um dos soldados, e cortou o tubo que fornecia o KW na altura do pescoço. Isto o fez virar para receber o golpe fatal. O outro soldado escutou o gemido de dor do colega e virou-se. Klag retirou a adaga do peito de um Jem’Hadar e lançou-a no peito do outro. Este não fez muito barulho. Klag arrastou os corpos e  cobriu-os de neve.

Siro tinha que pegar dois guardas que vigiavam o portão da montanha. Esperou que os dois cruzassem o caminho um do outro, quando faziam a ronda, e usou um único disparo para tentar pegar os dois de uma vez. O raio tonteou-os, mas não os abateu. Um deles chegou a devolver o fogo.Mas errou o alvo pois não podia ver seu agressor. Isto alertou os guardas da torre que começaram a atirar. O elemento surpresa já havia sido perdido. Sarah teve que agir e atirou nos soldados, usando disrupção máxima, vaporizando-os. 

Klag e Vulpes avançaram para atacar os guardas do portão. Siro também avançou atirando.

[Cessar fogo!] - ordenou Klag, vendo que Siro ainda  continuava atirando a esmo, o klingon teve que esmurrá-lo. Siro caiu para trás e ameaçou atirar contra seu colega.

[Eu mandei cessar fogo, alferes. Que parte desta ordem você não entendeu ? Esqueceu-se do treinamento? Investida silenciosa. Nada de phasers. Você quase estragou a missão.]

[Tá bom, eu errei. Achei que poderia ser mais rápido com o phaser. Não sabia que eram tão resistentes. Nunca combati corpo a corpo com um deles. Tive muita sorte de fugir das suas naves patrulhas no passado. Além do mais não é muito fácil lutar com este traje.]

[Não me interessa o que você acha, alferes. Apenas cumpra as ordens.Entendido?]

Neste momento Sarah aparece.

[O que está acontecendo aqui? Mas o que deu em você? Está a fim de nos matar?] - bravejou a imediato com o bajoriano.

[Ele estava confuso, mas agora creio que se lembrou do procedimento correto.] - informou Klag estendendo a mão para que o bajoriano se levantasse. Siro recusou a oferta e levantou-se sozinho.

[Com o devido respeito, comandante. Estamos perdendo tempo aqui. Vamos entrar logo antes que descubram  o que está havendo aqui.] - Siro não dava o braço a torcer. Pegou o material do tosk e jogou-o de volta para o dono.

Sarah sabia que não adiantava mesmo ficarem ali discutindo. Ordenou que colocassem os explosivos no portão. Enquanto a porta era preparada, Sarah retirava amostras de células de um Jem’Hadar e também da droga. Futuramente essas informações seriam úteis. Tudo estava sendo registrado pela sua câmera.

Um chiado foi ouvido e depois sobreveio um pequeno clarão. A porta veio abaixo. Klag jogou uma granada de fumaça para dificultar a visão dos soldados. Confusos seriam mais fáceis de pegá-los.

Ao entrar observavam os sensores acoplados nos rifles e poucos guardas estavam a frente deles. Na certa jamais pensariam que alguém se atrevesse a invadir aquela base.

[Algum tipo de alarme?] - perguntou Sarah. Klag balançou a cabeça negativamente. Pelo menos não havia nada que os sensores captassem. Vulpes se separou do grupo e entrou em um corredor quando um campo de energia o aprisionou.

[Vocês vêem algum painel?] perguntava Sarah nervosamente querendo libertar o companheiro daquela enrascada. Siro e Klag procuraram, mas nada encontraram.

[Ele deve ter acionado o campo por acidente. O controle deve estar em outro lugar.]- deduziu Klag.

O número de guardas estava aumentando nos sensores. Precisariam libertar Vulpes o quanto antes. Em breve estariam cercados e descobririam se os teriam detectado. Klag observou que existia um corredor paralelo ao que Vulpes estava e teve uma idéia. Implantou cargas explosivas nele. Mandou Siro e Sarah se afastarem e detonou-as. Abriu uma porta para a fuga de Vulpes. A poeira proveniente da explosão caiu por sobre os trajes deles fazendo-os ficar parcialmente visíveis. Foi o suficiente para serem descobertos pelos soldados Jem’Hadar que haviam chegado. Começaram a troca de tiros enquanto corriam por túneis que não sabiam aonde dariam. Um deles parecia levar até uma mina e tinha um carrinho de carga. Entraram nele e liberaram uma trava que o mantinha freado. Se afastaram dos soldados, mas não deixaram de atirar um minuto. Infelizmente o carrinho levava até um pátio onde o KW bruto era descarregado. Lá foram cercados por pelo menos duas dúzias de soldados e operários Jem´Haddar.

A aparente frágil segurança externa na verdade escondia a forte defesa interna daquela fortaleza. Klag olhou para cima e para baixo e viu vários níveis de túneis. Aquilo era um labirinto e provavelmente existia centenas de Jem’Hadar a serem enfrentados. Eles não tinham chance. Retirou seu capacete e jogou sua arma ao chão. Siro e Tosk fizeram o mesmo.

Sarah sabia que estavam derrotados e que a missão já era. Lançou mão de um último recurso antes de ser capturada. Mentalmente pediu socorro para seu amado.

Texto por: Marcos De Chiara.

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FRENTE DE BATALHA A TRILOGIA
Mudando as Regras – Parte I
As aventuras do Capitão Dorian Alkon na linha de frente do Quadrante Gamma
Por Marcos De Chiara

Capítulo XIII

SISTEMA TORGA
EM UM PLANETÓIDE DESCONHECIDO...

A paisagem era inóspita. Uma nevasca assolava todo o hemisfério. Uma pequena abertura iluminada, em uma montanha, denunciava a única entrada para o complexo de produção de ketracel-white. Poucos guardas rondavam do lado de fora, suportando a neve e a temperatura de cinqüenta graus Celsius negativos.

No interior, a atividade da fábrica era grande. Vários soldados Jem’Hadar e alguns supervisores karemma controlavam não só a  produção da droga, mas a sua administração nos bebês Jem’Hadar em um berçário macabro

Do alto de uma torre de observação, Elik, o administrador Karemma local, controlava o andamento do trabalho com certo nervosismo. Ele parecia estar pressentindo que algo aconteceria de ruim. Ele sempre tivera este tipo de premonição e não gostava delas. A aparição de duas pessoas, através de um feixe de teleporte, no meio de sua sala, veio comprovar que ele, mais uma vez estava certo. Eram o casal Vorta, seus contratantes, que vieram fazer uma inspeção surpresa. E eles não podiam ter escolhido uma época pior.

_Oh...senhores...Eu não esperava...Fizeram boa viagem?

_Deixe de bajulação, Elik. Queremos ver os relatórios de produção. – diz o macho.

_Relatórios? Oh, sim, vou pegá-los. Só um momento. – Elik se afasta e procura em cima da bagunça de sua mesa os documentos solicitados.

Kelian, a fêmea Vorta e mulher de Dorth, aproxima-se da janela de observação e faz um comentário.

_Eles parecem estar trabalhando muito devagar.

_Estão? – pergunta Elik assustado enquanto ainda procurava os documentos pedidos. – É que eles estão tranqüilos com sua dosagem de White em dia. – tenta se justificar.

_Jem’Hadar tranqüilos? Eles são guerreiros. Precisam estar um pouco irritados quando confrontarem os nossos inimigos, não acha querido?

_Você tem razão, querida. Elik...reduza a dose de todos eles. Se quiserem mais White terão que trabalhar mais por isso.

_Reduzir? Sim, senhor! Achei! Aqui estão! – Elik mostra os gráficos de rendimento para que Dorth faça a sua apreciação. Ele mostra os relatórios para a sua companheira. Esta fecha os olhos e suspira demonstrando descontentamento.

_Precisamos melhorar, Elik. Os Fundadores só poderão aumentar o seu poder através dos nossos gloriosos guerreiros. Como posso fabricar mais guerreiros se não tiver White para estimulá-los? Elik...Elik...Você me decepcionou.

_Oh, não, senhor. Não tive intenção. Estamos trabalhando muito. Estou com o pessoal reduzido. Mês passado tivemos problemas com os aquecedores do complexo. O senhor não sabe como faz frio aqui neste planetóide....Prometo que, na próxima inspeção, estaremos com a produção dobrada. Eu prometo.

_O que você acha, Kelian? – diz Dorth virando-se para a esposa.

_Acho que podemos dar-lhe uma nova chance.

_Oh, obrigado, madame.- Elik faz uma referência – Obrigado, senhor. Prometo não decepcioná-los.

_Assim esperamos. Vejo você em um mês. E Elik... – diz Dorth.

_Sim?

_Você sabe o que acontece com quem me decepciona, não sabe? – dizendo isso o casal aperta um botão em seus braceletes e somem tão rápido quanto apareceram.

Elik sabia a resposta. O último administrador virou ração para os animais que montavam guarda na entrada da montanha.

_Sajmar! Zaldro! Seus incompetentes! Onde estão vocês? Verifiquem os sensores e os escudos da base! Quero saber por que eles não estão funcionando! – gritou com seus ajudantes. Não queria ser pego desprevenido de novo.

Na nave vorta Kelian conversa com seu esposo.

_Não confio em Elik. Você sabe que em breve precisaremos que todos os centros de produção estejam no máximo de suas capacidades. Mesmo o dele, que é pequeno.

_Ele é um bom homem. E nos teme. Ele irá cumprir o contrato. Não se preocupe.

_Eu me preocupo mesmo é com essa Federação que existe do outro lado da fenda espacial.

_Acho que você está superestimando essa tal de Federação.

_Eles não parecem tão inofensivos assim. Lembra do que Weyoun nos disse?

_Weyoun é um paranóico. Não acredite em tudo que ele diz. O Dominion é mais forte que qualquer civilização do quadrante alfa. Além do mais temos os nossos agentes infiltrados no meio deles, minando suas forças, confundindo-os e eles nem percebem. Em breve o grande plano será posto em prática e eles não serão mais ameaça. É claro que eles tentarão contra-atacar, mas, até lá, será tarde demais.

_Espero que você tenha razão. – Kelian abraça o marido, mas seu olhar demonstrava a sua preocupação.

Na USS Albedo...Dois dias depois...

A tenente Naomi Silva procurava a imediato Sarah Okaido e a encontra no corredor do deck dois.

_Comandante! – disse a tenente correndo em sua direção.

_Sim?

_Gostaria de falar com a senhora, tem um minuto?

_Podemos falar enquanto andamos? Estou indo ao deck seis  encontrar  Klag.

_Não tem problema. É que eu encontrei um problema durante a última verificação de rotina dos sistemas.

_Que problema?

_Alguns minutos de gravação de algumas das câmeras de segurança foram apagados.

Sarah gelou. Puxou Naomi para o turbo elevador e o travou.

_O que foi? – Naomi não estava entendendo a atitude da imediato.

_Naomi...Eu não sei como dizer isso...- Sarah estava muito embaraçada. A tenente quase não a reconheceu. Alguma coisa estava definitivamente errada

_A senhora tem alguma coisa a ver com isso?

_Sim. – Sarah responde com grande dificuldade. – E gostaria que você guardasse segredo sobre isso. Alguém mais sabe disso?

_Não. Eu mesma fiz a verificação. Achei que fosse importante reportar o defeito para a senhora pessoalmente. Poderia não ser nada, apenas um pequeno defeito...Mas por que a senhora fez isso?

_Tenente...Naomi...As imagens....São confidenciais, entende?

_Confidenciais? – Naomi tornava as coisas mais difíceis para Sarah.

_Eu precisei apagá-las. Elas gravaram um momento íntimo meu e ...

Naomi demorou, mas entendeu a situação. – Oh, MEU DEUS! – exclamou a engenheira em meio a um riso nervoso. – Você e o capitão ? Na baia de atracação...Comandante eu jamais poderia pen...Oh, meu Deus!

_Silêncio! Fale baixo! Como sabia que o capitão estava envolvido ? Você tentou recuperar as imagens das fitas?

_Não, mas todo mundo andava comentando o caso de vocês. Eu apenas deduzi. Vocês têm estado muito ...como direi...afáveis um com o outro nos últimos dias.

_Todo mundo comenta? – Sarah estava surpresa.

_A senhora sabe que é difícil guardar segredos aqui na Albedo.

_Sei...Mas este terá que ficar entre nós, entendeu?

_Sim, senhora. Creio que estes defeitos acontecem com as câmeras. Acho que vou até substituir algumas.

_Ótimo, faça isso. Obrigado, Naomi.

_Não há de quê.

O turbo elevador recomeça a descer ao comando vocal de Sarah. Ela desce no deck 7 e Naomi fica no elevador para voltar a engenharia. Antes da porta se fechar, Sarah ainda pode ver a engenheira sorrindo e acenando para ela com o polegar para cima aprovando seu romance. Sarah sabia que a tripulação ficaria sabendo o que estava acontecendo mais cedo ou mais tarde e que ficariam feliz por eles. Contudo ela ainda não se sentia segura em admitir o romance publicamente. Ao se encontrar com Klag, o klingon nota a face ruborizada da imediato.

_A senhora está tão corada...A senhora está bem?

_Só com um pouco de calor. Não é nada, tenente. É coisa de fêmea humana. – desconversa a número um – O que você tem para mim?

_Estive pesquisando o sistema Torga, de acordo com a sugestão do agente Vulpes. Encontramos três planetóides a doze milhões de quilômetros. O problema é que não podemos manter a camuflagem por muito mais tempo e ficaremos visíveis antes de chegarmos a qualquer um deles. A alternativa é esconder a nave em uma nebulosa aqui ou neste cinturão de asteróides. Isto colocará a nave longe do alvo pelo menos em um ano-luz. – Klag mostrava em uma mesa  mapas e as rotas alternativas.

_Hummm...Isto nos deixará vulneráveis caso a camuflagem holográfica não funcione e, se precisarmos da ajuda, não poderemos obtê-la sem que a Albedo revele sua posição.- disse a comandante preocupada com a estratégia.

_A senhora acha que poderemos usar uma segunda equipe?

_Não. Seria muito arriscado. Em quanto tempo a Albedo poderia nos resgatar no caso de dar algo errado?

_A senhora sabe que, neste caso as ordens são para não nos ajudar. A missão deverá ser abortada. – Klag foi taxativo.

_Você acha que o capitão Alkon seguiria estas ordens? – Sarah relembra o laço de lealdade que existia entre eles. Klag arfou e procurou responder às dúvidas da imediato.

_A maior distância, em warp seis, seria coberta em dez horas e a menor em dois minutos. É claro que a esta altura a nave ficaria tão vulnerável quanto nós.

_Dois minutos sozinhos com os Jem´Haddar...Será interessante. Principalmente porque não conhecemos o total da força deles. Vamos combinar com o capitão um horário para nos comunicar. Caso não recebam nenhum contato nosso a Albedo irá ao nosso encontro. Qual deles será a nossa escolha?

_Os três têm potencial. Utilizei os sensores de longo alcance e detectei assinaturas das naves Jem’Hadar partindo de todos eles, mas um tem um fluxo menor de naves.

_Hummm...Estranho, não? Parece uma rota restrita. Se fazem esta restrição é porque há algo muito importante pra ser protegido. É uma dedução interessante tenente. Eu diria quase vulcana, sem ofensas. – Sarah sabia que os klingons não eram muito simpáticos aos vulcanos, mas sabia também que Klag era diferente, ele tinha a mente mais aberta e não era tão xenófobo quanto aos seus irmãos. Contudo não custava nada respeitar estas diferenças. – Se este for o nosso lugar e se a sua lógica estiver certa, ela poderia ser aplicada aos outros sistemas, não?

_Eu me baseei nos dados do agente Vulpes. Há registros de assinatura de dobra partindo deste planetóide para os demais e quase nenhum no caminho inverso. Algo está sendo transportado. Nos outros sistemas eu não encontrei este padrão. As rotas se cruzavam o tempo todo.

_Bom...Temos que escolher um mesmo e o nosso tempo é curto. Prepare todo o equipamento. Vou avisar o capitão. Quando estaremos prontos para partir?

_Posso aprontar tudo em uma hora.

_Ótimo. Avise Siro e Vulpes para se prepararem.

_Sim, senhora.

Sarah deixa o escritório de operações táticas e toca no seu comunicador.

_Capitão...Vamos ter que sair do modo de camuflagem. O dispositivo está superaquecendo. Temos que encontrar um esconderijo. Recomendo o cinturão de asteróides próximo.

“Temos um grupamento de asteróides errantes a dois mil quilômetros.” – informa Gilbert.

“Allison marque o novo curso. Zagar...Manter o silêncio de rádio. Gilbert vamos reduzir a energia da nave. Vamos dificultar o máximo a nossa detecção.”

Sarah escutava a conversa na ponte enquanto subia pelo elevador. Ao chegar pediu uma conferência privada com o capitão na sala de reunião ao lado.

_Já temos todo o plano de ação traçado. Ficaremos um pouco vulneráveis, mas é a nossa melhor opção. – informa a imediato.

_Confio em você. – diz Alkon fazendo um carinho no rosto de Sarah. - Não se arrisque muito. – pede Alkon.

Sarah fica constrangida e afasta a mão de Alkon do seu rosto.

_Capitão...Dorian...Precisamos aprender a separar as coisas. Ainda sou uma oficial eficiente apesar de estar enamorada. Na verdade acho que estamos dando muita bandeira. O pessoal está comentando e...aquela loucura na baia de atracação.... – comenta Sarah em tom de arrependimento.

_Por que está dizendo isso? Alguém nos viu? – perguntou Alkon preocupado.

_Não, mas tudo foi gravado pelas câmeras de segurança. Tive que apagar os registros e Naomi acabou descobrindo durante uma inspeção de rotina e...O que eu quero dizer é que precisamos ter cuidado. Nos controlar.

_Oh! As câmeras...Tinha me esquecido delas... Não se preocupe. Naomi é uma mulher discreta. Mas você está certa. Preciso me controlar...Não sei o que está acontecendo comigo. Sinto-me mais desinibido depois que deixei de tomar a  tal droga. Acho que mexeu com as minhas taxas hormonais. Vou ter que realizar mais sessões de controle mental com a Dra. T´Vel. – Alkon se sentou no sofá.

_Você uniu a sua mente a dela ? – Sarah ficou surpresa.

_Só superficialmente, por quê?

_Oh, meu Deus, Dorian...Ela também deve saber...Deve ter visto e sentido...Oh! Isto é muito embaraçoso! – Sarah andava de um lado para o outro escondendo sua face com as mãos tamanha era a vergonha que sentia.

_Será? Ela não me disse nada.

_Ela é vulcana e uma médica, esqueceu? Ela não fala sobre a intimidade de outras pessoas.

_E o que vamos fazer?

_Agir normalmente e controlar nossos impulsos na frente da tripulação. Nada que o código de conduta ética e moral da Frota já não nos obrigue a fazer no dia a dia.

_Eu sabia que o nosso relacionamento ia ser complicado. Eu jamais quis deixá-la  em uma posição incômoda...- Alkon se levantara e tomara as mãos de Sarah por entre as suas procurando dar conforto a ambos.

_Você não tem que se desculpar, Dorian. Aconteceu. – agora era Sarah que lhe afagava o rosto – Estamos vivendo algo que era para ter acontecido há muito tempo.

_Engraçado isto ocorrer justamente agora quando estamos mortos. – diz Alkon em tom jocoso se referindo ao que o almirante Petersen informara sobre a atual situação da tripulação.

_Talvez seja um bom sinal. O nosso amor será eterno. – Sarah acompanha o bom humor de Alkon.

_Sarah..Eu...Posso pedir a permissão para beijá-la ?

_Um momento...Computador...Código de segurança alfa-tango-quatro-sete-dois. Desligar câmeras de segurança por...- Sarah olha nos olhos de Alkon e pois completa a frase-... cinco minutos na sala de reunião da ponte. Executar.

[CÓDIGO ACEITO.IMPLEMENTADO] 

_Cinco minutos ? – perguntou Alkon surpreso pelo tempo determinado pela comandante. Ia ser um beijo bem comprido.

Sarah sorriu e se deixou beijar sem preocupações. Procurou não pensar que em pouco tempo arriscaria a sua vida em uma missão quase suicida. Queria poder viver aquele momento e não ter que se arrepender depois.

Dorian Alkon, por sua vez, queria poder compensá-la por tê-la colocado em uma situação de vida e morte. Poderia ter se negado em aceitar a missão, mas seu senso de dever falou mais alto. Agora enviava a sua  amada para o covil dos lobos e teria que assistir  a tudo impassível. Ele teria que ter um ás na manga, afinal ele era um capitão da Frota Estelar.

Texto por: Marcos De Chiara.

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FRENTE DE BATALHA A TRILOGIA
Mudando as Regras – Parte I
As aventuras do Capitão Dorian Alkon na linha de frente do Quadrante Gamma
Por Marcos De Chiara

Capítulo XII

A USS Albedo estava pronta para partir. Todos estavam em seus postos. Alkon e Sarah estavam lado a lado e sorridentes.

McCormick e Allison se entreolharam e perceberam que o capitão e a imediato tinham se acertado. Estavam felizes por eles. Alkon sabia que estavam olhando para eles, mas não se incomodou. Ele também estava feliz.

_Fomos liberados para partir. A Fitzgerald irá nos acompanhar até o outro lado da fenda. Nossas informações só serão dadas quando estivermos no quadrante Gamma. – informou Zagar ao capitão.

_Tenente Silva, como estamos aí embaixo? – perguntou Alkon pelo intercom.

“Tudo funcionando perfeitamente, senhor. Todos os sistemas estão alinhados. Pode pedir dobra que ela está pronta.” – respondeu a engenheira-chefe.

_Fico feliz em ouvir isso. Tenente Saint-John...Assim que desacatrarmos acionar dobra seis. 

A Albedo singrou o espaço deixando a base 375 pra trás como uma pequena luz entre as estrelas até sumir completamente.

_Estamos aproximando do caminho do tempo celestial. –disse Klag se referindo a única fenda espacial estável do universo.

_Gostaria de poder parar em DS9 e saudar o nosso amigo, o comandante Sisko. – disse Alkon.

_Pelo que sei ele agora é capitão. Infelizmente estamos em uma missão secreta, lembra-se? E além disso estamos oficialmente desaparecidos._lembra a número um.

_Então devemos ficar invisíveis. Senhor Klag...Acionar dispositivo de camuflagem. Allison deixe a Fitzgerald passar na frente e siga no rastro da assinatura de dobra dela.

A Albedo desaparece antes de ser detectada pelos sensores da DS9 que só capta apenas uma nave passando entre eles e a fenda. A Fitzgerald penetra no “olho” da fenda e traz a Albedo em seu rastro.

O espaço interdimensional era indescritível. Luzes, cores e formas jamais vistos. As poucas vezes que Alkon passara por ali sempre sentiu uma paz interior reconfortante. Poucos momentos depois já estavam no quadrante Gamma.

-Tenente Jones...Assuma o comando. Saint-John, McCormick, Klag e número um, vamos estrear a nova sala de conferência.

Esta era uma das muitas novidades implementadas após a reforma da nave. Alguns alojamentos do deck 5 deram lugar a uma sala de conferência de onde receberiam as ordens e discutiriam as melhores táticas para realizá-las.

Um grande telão ocupava toda uma parede e a sala possuía vários balcões onde a equipe podia se sentar e acessar em terminais quaisquer informações complementares. Lembrava um anfiteatro de faculdade.

Lá chegando, Alkon encontrou Naomi, Brixx, Siro, Vulpes e a Dra. T´Vel.

_Pode contatar a Fitzgerald, tenente. – ordenou Alkon. 

A engenheira acionou uma tecla e a imagem no telão, que era do símbolo da Federação dos Planetas Unidos, foi substituída pela face do almirante Petersen que estava à bordo da USS Fitzgerald.

“Olá capitão. Vocês receberão agora dados sobre a sua primeira missão, contudo eles não poderão fazer parte do banco de dados da nave e deverão ser deletados logo após. No caso de vocês serem capturados será imperativo a destruição da nave. Se não puderem executar este procedimento e a Frota for interpelada sobre suas ações negaremos qualquer conhecimento sobre seus atos considerando-os renegados.”

_Ótimo. Fomos promovidos de fantasmas a renegados. – murmurou Okaido.

_SSSHH! – Alkon  repreendeu  o comentário de sua imediato.

-“ Esta mensagem é secreta e só deve ser compartilhada com quem irá atuar diretamente nela. Esta primeira missão consiste em identificar um planetóide de produção de ketracel-white. A inteligência destacou os seguintes sistemas onde provavelmente a droga dos Jem’Hadar é produzida: Torga, Teplan, Torad e Yadera. Evitem entrar em confronto direto com o inimigo. Vocês terão três objetivos a cumprir assim que encontrarem o planetóide. Primeiro: Filmar a fábrica e o processamento da droga. Segundo: Trazer uma amostra da droga. Terceiro: Inutilizar a produção.

Informações complementares vocês obterão do tenente Brixx e dos agentes especiais Siro e Vulpes. Lembrem-se que estarão por conta própria. Nos encontramos em uma semana nestas mesmas coordenadas para escoltá-los de volta à base e prestar alguma assistência se precisarem. Boa sorte e que Deus os proteja.”

A imagem desapareceu. Alkon tomou a palavra. De frente aos seus comandados começou a traçar a estratégia para a missão.

_Vulpes...Qual sistema mais indicado para começarmos a investigação?

_Torga. Existem muitos Jem’Hadar por lá. – disse com sua voz gutural.

_As formigas costumam se aglomerar perto do torrão de açúcar. – comenta McCormick.

_Faz sentido. Podem estar se abastecendo com a droga. Como ela é distribuída? Brixx? – Alkon aponta para o tenente indicando que era a sua vez de falar.

_O Dominion possui quatro braços partindo dos fundadores; dos quais nada ou pouco se sabe. Um dos braços atua os changeling, transmorfos espiões. É sua divisão de inteligência. Eles se infiltram no meio do inimigo, vigiando, obtendo informações e até atuando lado a lado com ele. Não desenvolvemos um bom método para identificá-los ainda, pois podem ludibriar os nossos tricorders.

_Filhos da..._ia dizendo Allison quando foi cutucada pelo seu amigo marciano.

O boliano continuou, apesar da pequena interrupção.

_O segundo grupo é o braço político: os Vorta. São uma espécie de senhores feudais. Eles comandam os Jem´Haddar, o braço guerreiro; supervisionam a produção de white e as relações político-econômicas do Dominion. O último grupo é formado pelos Karemma. São eles que controlam os centros de produção da droga, lidam com o comércio  com as outras civilizações do quadrante Gamma. Estes são aqueles com os quais podemos ter um maior contato.

_São os que fazem as relações públicas. – comenta Alkon.

_Sim, senhor.-confirma o boliano.

_Pena que não teremos tempo pra isso. Mas deveria ser a melhor política.-diz o capitão tristemente.

_A Frota parece ter abandonado a diplomacia. Por isso nos estão enviando nesta missão.-avalia a comandante Okaido.

_Mais alguma coisa Brixx?-pergunta Alkon.

_Sim. Pelo que a inteligência da Frota pôde apurar o Dominion ocupa 27.820 setores no quadrante com 1782 mundos conquistados. 

_São bem estruturados. Será difícil subjugá-los. – disse Klag.

_A Frota acha que toda a estrutura do Dominion cairá se destruirmos a produção da tal droga? – pergunta McCormick.

_A droga não é como qualquer outra. Não existe uma rede de narcotráfico se beneficiando de um comércio expúrio. Ela é fornecida de graça e serve para manter a subserviência dos Jem’Hadar . Sem eles o Dominion aceitará a sentar-se em uma mesa de negociações. – explicou Brixx.

_Sob os nossos termos. – comentou cinicamente Okaido.

_Sim, comandante. Estaremos numa posição melhor do que a tripulação da Odissey. Nossa missão é tornar o quadrante mais seguro. – disse o boliano com um certo fervor quase religioso.

_Libertando os mundos da tirania e opressão sob a égide da Federação. Eu conheço bem esta história. Em meu mundo vivemos isto várias vezes. Uma vez foi o grande Império britânico, outra o nazismo, , comunismo, outra vez foi a nova ordem mundial da grande nação americana....Mas melhoramos muito depois disso e entramos para a grande comunidade cósmica; para ver que, mesmo depois de tanto tempo, a   ESTUPIDEZ não era exclusividade da raça humana. – disse a comandante partindo para o sarcasmo.

Alkon percebendo que os ânimos iam ficar alterados decide retomar o rumo da conversa.

_Tenente Brixx ...Pelo que percebi teremos que travar contato com os Karemma. O que mais sabemos deles?

_Temos dados da aparência deles. Alguns relatórios de comércio com os Dosi e os Ferengi...

_Ferengi? – espanta-se McCormick.

_Eles sempre estão na frente quando se trata de novas linhas de comércio. – salienta Alkon.

_...errr – o boliano pigarreia e um pouco irritado por ter sido interrompido mais uma vez, continua a sua explanação -...Provavelmente são eles que administram os laboratórios de produção de KW. 

_Se um desses laboratórios fica em um planetóide, este deve ser bem escondido e muito bem guardado. Vamos ter problemas à vista.

_Não depois de ver as belezinhas que embarcamos. – comenta Naomi jocosamente se referindo ao arsenal de alta tecnologia à disposição. Klag fica curioso e começa a acessar o banco de dados no terminal à sua frente.

_Para que a Frota quer amostras da droga?_pergunta a doutora T´Vel.

_Precisaremos da amostra para saber como neutralizá-la ou usá-la contra eles. – respondeu Brixx 

_Fabricar uma arma biológica? Isto é uma violação..._Okaido estava enojada.

_Ei,ei!Número um. Calma! Estamos falando de possibilidades e não de uma realidade. – disse o capitão.

_Desculpe, capitão, mas realmente não confio muito nisso. O que nos garante que uma vez de posse da amostra eles não a utilizarão como uma arma ?

_Estaremos em uma guerra, comandante. Todas as armas são válidas para vencer o inimigo. – disse Brixx com o mesmo fervor de antes.

_Será que estamos preparados para as conseqüências disto ? O que nossos aliados vão dizer? Sem contar com os nossos inimigos... – pondera Okaido.

_Vamos nos preocupar com isso depois, número um. Obrigado Brixx. Alferes Siro Lian. Opções de incursão.

O bajoriano estava sentado quase escorregando da cadeira, entediado com toda aquela conversa. Ao ser chamado se ajeita e procura responder sem demonstrar seu pouco interesse. Ele queria acabar rápido com tudo aquilo. Se o Dominion iria ser destruído ou seria a Federação ele não dava a mínima. Mas, para alcançar a sua liberdade ele teria que fazer a sua parte do trabalho. E a única coisa em que ele ainda acreditava era em honra. Ele fora contratado para um trabalho e iria fazê-lo da melhor maneira possível.

_Vai depender das condições do terreno. Provavelmente não poderemos usar o teleporte pois eles devem manter o laboratório sob escudos. A alternativa é usar uma nave auxiliar. O planetóide deverá ter defesas orbitais ou caças Jem’Hadar em patrulha. A abordagem será difícil. Se conseguirmos passar por isso tudo, sugiro uma equipe pequena para não chamar muita atenção.

_Concordo. Klag, já se familiarizou com o novo arsenal? O que poderemos usar? – pergunta Alkon.

_Sim, capitão – responde o klingon ainda olhando para o seu monitor. – Temos as novas armaduras leves para as tropas de assalto com diversos dispositivos que podem ser utilizados para diferentes condições de terreno, temperatura, pressão e gravidade. – Klag fz uma interface e os armamentos vão aparecendo no telão para todos.

_Uma equipe de quatro pessoas com rifles phasers do tipo IV com scanners de proximidade, identificadores de DNA e lançadores de granadas poderão dar conta da tarefa. Temos ainda ao nosso dispor phasers de mão do tipo III, granadas sônicas, luminosas e com melorazina. Estas poderão ser muito úteis caso enfrentemos um grupo grande.

_Não sabemos se melorazina poderá por um Karemma, Vorta ou Jem’Hadar para dormir. Não conhecemos a fisiologia deles. – saliente a doutora T´Vel.

_Parece que teremos uma boa oportunidade para descobrir. – intervém Alkon – O que mais temos, senhor Klag?

_Explosivos de magnasita. Talvez  tenhamos que arrombar algumas portas. Nanotechs vírus para incapacitar o sistema deles e trajes de isolamento.

_Trajes de isolamento ? – pergunta McCormick.

_Foram desenvolvidos para pesquisa antropológica. Permitem que fiquemos invisíveis para estudar culturas alienígenas sem causar interferência em sus sociedades._explica Brixx

_Invisíveis? UAU! Essa eu gostaria de experimentar! – exclama McCormick.

_Seu pervertido! – diz Allison dando um soco no ombro do amigo deduzindo que as intenções delas não eram as mais puras.

_O quê? – ri o marciano ao massagear o ombro por causa do soco que recebera.

_Vai ser complicado usar estes trajes e mais as nossas armaduras de combate. – ressalta Siro já prevendo uma futura dificuldade.

_Elas poderão ser ajustadas às nossas medidas.Sobre como poderemos chegar até o planetóide, tenho uma idéia._falou a engenheira.

_Prossiga tenente. – Alkon sabia que Naomi teria uma boa idéia.

_Usaremos a nave auxiliar tipo nove onde poderei implantar emissores holográficos que poderão noz fazer parecer uma das naves Jem´Haddar.

_Será uma ótima camuflagem! Bem pensado Naomi. McCormick e Vulpes. Quero que investiguem o sistema Torga, se for lá que reside o nosso alvo, avisem-me rapidamente. Mas não descartem os demais. Temos apenas uma semana para realizar esta investigação e a intervenção. Comandante...Escale a primeira equipe e famialiarize-os com os trajes e armamentos.

_Entendido, capitão. Deveremos misturar o time ouro e prata. Klag, Vulpes do primeiro; Siro e eu do segundo.

_Muito bem. Reunião encerrada. Mãos a obra. – a sala de conferência se esvazia. Alkon fica sozinho meditando sobre o que terá que enfrentar e se conseguirá cumprir as ordens da Frota mesmo indo contra todos os princípios que moldavam o seu caráter. Pensou...Em uma guerra não há caráter. Não há nomes. Não há rostos. Não há família. O único objetivo é subjugar o inimigo. De repente ele se viu na ponte da USS Chekov em meio a batalha de Wolf 359. Explosões. Amigos morrendo. Mentes em agonia. Não sabia se estava preparado para aquilo de novo. Sua cabeça começou a doer. Decidiu ir procurar a dra. T´Vel. Ao chegar ao elevador indica ao computador seu destino: deck três.

A dra. T´Vel estava verificando algumas culturas quando o capitão apareceu.

_Capitão? Algum novo informe?

_Não. Não há mais nenhuma novidade. Na verdade eu queria saber como está lidando com a SUA novidade.

T´Vel ergue a sobrancelha intrigada. – Não entendi, capitão.

_Como está lidando com o HME  ? 

_Ah, Ele! – respondeu com um certo desprezo na voz. – Não sei. Eu ainda não o liguei.

_Não o ligou? Não teve curiosidade?

T´Vel apenas responde com um olhar de indiferença.

_Tudo bem. Curiosidade é uma emoção. Desculpe.

_O HME é para ser usado em uma emergência e pelo que me consta ainda não vivenciamos nenhuma.

_Ok,ok! Espero nunca ter que usa-lo, mas ele também pode ser usado para aliviar a escala de serviço. Poderia deixá-lo ativo de madrugada já que estamos com a tripulação reduzida.

_Por mim não tenho objeções. Vou informar a comandante Okaido sobre esta sugestão. Ainda quer cuidar das suas dores de cabeça?

_Como você...?

_Desde que entrou esteve pressionando um nervo no pescoço atrás de suas glândulas parótidas. Creio que seja a técnica Plexar betazóide similar ao Do-in terrestre, para liberar doses de endorfina; mas parece que não está sendo eficaz.

_Você é muito observadora.

_Faz parte da minha profissão.

_Pode fazer alguma coisa? Fico com receio de perder meu auto-controle. Já andei arremessando objetos, involuntariamente, nas paredes de meu quarto.

_Isto tem acontecido com freqüência?

_Sim. E cada vez a intensidade aumenta. E se eu acabar ferindo alguém? Não estarei habilitado para o comando.

_Se eu lhe aplicar um analgésico agora, na sua atual fase de tratamento, poderá prejudicar a recuperação de seus poderes no nível esperado pela Frota. Temos apenas uma alternativa.

_Uma fusão mental?

_Leu minha mente, capitão?

-Sim, desculpe, foi inevitável.

_Não seria uma fusão completa. Apenas algo superficial. Quer tentar?

Alkon fechou os olhos e consentiu que T´Vel tocasse a sua face para atingir a sua mente. Uma onda de tranqüilidade tomou conta de seu corpo. Procurou abstrair-se de toda e qualquer preocupação. Imagens de lugares belos e pacíficos povoaram a sua mente até que imagens do rosto de Sarah apareceram. Depois ele se viu beijando-a e por fim, fazendo amor.

T´Vel desfez o elo mental. A vulcana ficou desconcertada com que viu.

_O que foi? Estava tão bom..._reclamou Alkon ainda entorpecido.

_Creio que obtivemos sucesso. – respondeu a médica sem olhá-lo nos olhos.

_Realmente. Minha dor de cabeça sumiu. Você é fantástica. Obrigado. – Alkon sai da enfermaria e não vê a doutora sorrindo e passando a mão em seu próprio rosto.

“Sarah, Sarah, você não me contou nada, hein?” – pensou enquanto tentava reprimir seu próprio desejo, um efeito colateral do elo mental que ela não havia previsto.

Texto por: Marcos De Chiara.