segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 29.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo XXIX.

O esforço de todos fora recompensado quando perceberam a vibração vinda do outro lado das rochas. Um buraco apareceu junto com um zunido, e depois ele ficou maior. Em pouco tempo todas as pedras foram removidas.

A Dra. Andrews apareceu ladeada pelos dois seguranças que destruíram a estação. Rapidamente ela usou o scanner médico e verificou a condição de todos.

Devido ao soterramento aquele grupo precisava de cuidados médicos rápido. Especialmente Bergman e Septimus.

“Dra.! Que bom vê-la!” – Bergman tinha vergonha em admitir que nunca na vida ficou tão feliz em ver alguém.

“Calma comandante, não se mexa. O senhor está com fraturas graves.”

“Grande conclusão! Descobriu isso sozinha ou foi com o seu aparelhinho ? Você acha que eu já não sei disto ?”

“Não seja ranzinza ou não darei o remedinho para dor... – ameaça a doutora face rabugice do comandante. Ela o tratava como criança e ele não sabia o que fazer naquela situação. Uma coisa era certa. Ele odiava ser tratado assim. Tinha que engolir o seu orgulho.

“Não, me dê alguma coisa ...”

A doutora ao invés de acatar o pedido olha para cima esperando que ele diga mais alguma coisa. Uma palavrinha mágica talvez.

“O que está esperando? – Bergman custa admitir a entrar no jogo então suas dores o força a dizer – Tá bom... Por favor ?”

Era triste vê-lo se humilhar daquele jeito, mas ela não resistia a implicância. Aplicou a hipospray e em seguida colocou um estimulador neural eletrônico em sua testa e na de Septimus para controlar os níveis de endorfina.

“Você é sádica sabia ?” – comentou Bergman em meio a uma tosse.

“Eu sei. Meu primeiro marido me dizia a mesma coisa.” – diz ela sorrindo.

Enquanto o estimulador neural de Bergman o fazia ficar um pouco anestesiado o de Septimus o estava fazendo acordar. O ancião resmunga algo, abre os olhos e um pouco desorientado pergunta, ao mesmo tempo em que procurava ficar sentado : “ Espero que tenha trazido aquele remédio com a senhora, doutora.”

“ Está bem aqui.” - ela retira a pequena garrafa metálica de sua cintura, abre a tampa e ajuda a Septimus a beber o precioso líquido. O velho se engasga mas agradece o presente.

Bergman, lutando para não dormir, pergunta curioso: “ Como chegou aqui ? Pensei que a tempestade havia prejudicado o teletransporte“.

“Eu tive que arriscar. O senhor Tagushi conseguiu achar uma brecha e aqui estou eu.”

“Você é definitivamente maluca ! “ - comenta o número um.

“Eu sei “ – confirma a doutora.

“Foi algum marido seu que te disse isso também ? “ – diz Bergman.

“Não. Eu já sabia desde o momento em que me alistei na Frota. “ – os dois começam a rir.

A doutora sabia que não poderiam ficar ali muito tempo. As condições de seus pacientes eram estáveis, mas poderiam piorar sem um tratamento adequado.

“Escute, comandante. Vou ter que deixa-lo aqui até encontrar algo para improvisar uma maca. Deixarei os dois seguranças para protegê-lo e uma nova hipospray para baixar suas funções vitais, pois a sua está danificada. Bom ela só será útil se o transporte puder funcionar novamente em segurança. Levarei aqueles que podem andar para fora imediatamente.” – ao concluir viu que o comandante já estava dormindo. Fez um carinho em sua testa e se virou para Julius ao fazer uma pergunta: “ Vocês têm como sair daqui?“

“Temos um caminhão nos esperando a leste daqui”.

“Ótimo! Leve seu pessoal para lá. Leve também os técnicos.” – ordena a doutora.

“A senhora não vem?” - pergunta intrigado o ex-gladiador.

“Não. Cada um de nós tem uma missão. Você deve seguir seu destino e nós o nosso. Talvez ainda nos vejamos no futuro”. – diz a doutora.

Julius agradece com um aperto de mão forte e ajuda a todos a sair do túnel. A doutora ordenou que os três oficiais de segurança restantes a seguissem. Deveriam ajudar o capitão. Antes de sair do túnel pegou a britadeira sônica. Talvez ela ainda lhe fosse útil.

Quando saíram viram que o capitão e os outros estavam encurralados. Estava chovendo bastante agora e a ver com clareza era bastante difícil. Colocou então a britadeira em sobrecarga e a lançou na direção de um grupo de soldados que estavam atirando em seus amigos na plataforma.
A explosão que iria ocorrer em segundos daria a impressão aos soldados romanos que estariam sob ataque de armamento pesado fazendo com que os sobreviventes fugissem. Para garantir o seu plano a Dra. Andrews mandou que os oficiais de segurança se separassem e atirassem de direções diferentes. Ela esperava que com isso pensassem que estavam e maior número.

Oito...Sete... Seis... Começaram a atirar. Quatro... Três... Dois... Um e...

BOOOOM!!! PÁ!PÁ!PÁ!TÁ!TÁ!

O plano funcionou perfeitamente. As aulas de tática e combate da academia não estavam enferrujadas. Os soldados inimigos ficaram atordoados e começaram a correr com rios voando por suas cabeças no meio daquela chuva. Um deles até gritou por clemência aos deuses.

Esta confusão deu tempo para que Goldman avistasse um cabo de aço que estava preso a plataforma e que ia até ao chão. Tirou seu cinto e ofereceu a Ross para usa-lo como polia para descer. Jamal copiou a idéia e tanto ele como Ross levariam de carona os representantes do governo romano. Restava saber como Goldman desceria.

“Mas e o senhor ? Não há nada aqui em cima que sirva como catraca para descer. “ – se preocupa o tenente.

“Vá. Isto é uma ordem. Salve-os. Eu me viro. Vá! Não temos muito tempo”.

Muito a contra gosto, o oficial de ciências cumpriu as ordens, mas não antes de apertar a mão de seu capitão como se estivesse agradecendo o seu sacrifício. Poderia ser a última vez que se viam. Eram as prerrogativas da hierarquia que muitos não gostariam de abraçar.

Ross e o senador Lucius agarrado a ele deslizaram rapidamente em direção ao solo e foram seguidos por Jamal e o cônsul Otavius. O capitão ficou fitando o foguete como a máquina de seu juízo final.

Na USS Áries o comodoro Solano adentrou a ponte de comando mancando e usando uma bengala. O tenente Tagushi se levanta da cadeira e se propõe a ajuda-lo sendo grosseiramente repelido.


“Não preciso de ajuda. Estou bem”.

“Senhor... O senhor deveria estar na enfermaria”.

“Tem uma batalha ocorrendo lá embaixo e você quer me ver de pijamas? Nada disso! Eu estou assumindo o comando a partir de agora”.

“Senhor?” – Tagushi fica sem palavras.

“Alguma objeção tenente?”.

“ Não senhor...”

“Então está dispensado. Volte para o seu posto “. – o comodoro se senta e começa a realizar um antigo sonho: capitanear uma nave estelar novamente.

“Sr. Akwe, algum sinal da equipe?” – pergunta o comodoro a um perplexo oficial de comunicações que por ora também acumulara o posto de ciências.

“Eu... vou... verificando senhor... estão todos vivos. Os sensores também registram que o foguete está irradiando muita energia. Parece que seu combustível está superaquecido. Poderá explodir a qualquer momento.”

“Qual a condição dos transportes, engenheiro?”

“Estão funcionais, mas ainda há muita interferência eletromagnética lá embaixo, senhor.”

O comodoro fica pensativo por um momento e depois continua a argüir o engenheiro-chefe: “Sr. Tagushi, o senhor concorda que a intensidade do feixe de transporte diminui à distância e que o inverso é verdadeiro?"

“Sim, senhor. Mas não compreendo onde o senhor quer chegar... Espere um pouco... Não me diga que... “ – o engenheiro havia percebido o que se passava na cabeça do comodoro e não estava gostando nada do andamento daquela conversa pois sabia que surgiria algum ato de loucura que ele teria que orquestrar novamente e foi logo adiantando o seu veredicto – “ Isto será uma loucura! Isto jamais foi tentado antes. Será preciso algum tempo para calcular as coordenadas, a velocidade, e todas as variantes e ...“

“O universo está cheio de loucos, sr. Tagushi. Nós somos apenas alguns deles. É possível fazê-lo ?”

Infelizmente o seu lado técnico se sobressaiu em relação ao seu emocional e teve que concordar que : “Em teoria é possível, senhor.”

“Então fixe o feixe na equipe lá embaixo e direcione para a ala de carga. Tentaremos transportá-los todos de uma vez. Sr.Shres e Sr. Benson vamos descer a toda velocidade de impulso em ângulo de 30 graus. Qual a distância mínima de segurança, Sr. Tagushi ?”

“Um momento... – o engenheiro parecia estar em um pesadelo mas mesmo assim consegue computar os dados que o comodoro pedia – mil metros em relação ao solo, nem mais nem menos para que consigamos arremeter a essa velocidade.”

“Muito bem, vocês ouviram o homem. Tracem o curso. Alerta vermelho. Acho que vamos sacudir um pouco!”.

Akwe segura-se no console. O piloto e o navegador se entreolham como se desejassem um ao outro sorte e o tenente Tagushi leva a mão à testa para limpar o suor frio que escorre e reza para que seus cálculos estejam corretos.

Lá embaixo Julius resgata Ross, Lucius e Otavius. Jamal manda que sigam para o caminhão e acelerem o máximo que puderem em direção a saída da base. Depois corre até a Dra. Andrews que estava carregando o comandante Bergman, com outros dois oficiais, em uma maca improvisada. Ao se encontrarem escutam um barulho ensurdecedor vindo do céu. Surge uma grande ventania e as nuvens se abrem como se fossem revelar alguma mensagem divina. O foguete explode. A onda de choque da explosão estava na iminência de pegá-los então, em seguida, eles sentem um grande brilho os envolvendo, um formigamento pelo corpo e uma sensação de que seus espíritos não mais tinham um corpo. Era uma sensação maravilhosa e, felizmente para eles, isto não era uma novidade.

Ao abrirem os olhos viram-se na ala de carga da Aries junto com seus companheiros e o chão tremendo como se fosse um terremoto de oito pontos na escala Richter. E o capitão ? Onde estava o capitão ? Teria ele conseguido também ?

Texto por: Marcos De Chiara.

Nenhum comentário:

Postar um comentário