segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 17.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo XVII.

“Claudius, você é um gênio!” - não cansava de elogiar o cônsul Otavius.

Sozinhos no salão de conferência estavam brindando à nova ordem mundial que nasceria em breve.

“Merricus era um homem sensacional. Como você extraiu tanto dele em tão pouco tempo?“ - pergunta Otavius.

“Com um pouco de persuasão” - responde Claudius debochadamente.

“Pena que, no final, ele se virou contra nós. Será que todos os alienígenas são assim tão pouco confiáveis ? ”

“Ele estava sob muita pressão, é até compreensível. Além do mais, rever um velho amigo o abalou um pouco. Trouxe-lhe ... escrúpulos ao seu caráter.”- explica Claudius.

“Mas a tecnologia que ele nos legou é impressionante. Lembro-me quando eu os trouxe de Cartago. A princípio tive apenas curiosidade. Afinal ele era de outro planeta. Como deixar de me interessar? - Otavius se levanta e vai até o sofá onde Claudius, deitado, sorvia um vinho tinto.- “Mas você soube exatamente o que ele representava não é, Claudius?”

O novo cônsul se levanta e vai até a mesa onde a garrafa de vinho estava para poder completar sua taça que estava quase vazia.

“O satélite será nosso trunfo para podermos, não só melhorar nossas comunicações, como também observar melhor nossos territórios. Com uma nova câmera de visão telescópica que cobrirá mais da metade do planeta. Ele é apenas o primeiro. Nos próximos dez anos lançaremos outros e poderemos voltar nossos olhos para o espaço.” - Claudius ergue a taça como que brindando a sua própria genialidade.

Otavius se deixava levar pelas imagens de um futuro de controle total que Claudius lhe oferecia, mas de repente ocorreu-lhe que poderiam ter problemas.

“Você acha que há a possibilidade que estes alienígenas voltem? Podiam eles estar planejando uma invasão? Poderiam nos dominar?”

“Pelo que sei eles bem que poderiam. A qualquer momento, se quizessem. Devido a semelhança física conosco, eles bem que poderiam estar entre nós e não saberíamos. O que me intriga é por que não o fizeram ainda.” - Claudius, na verdade, conhecia o código da Primeira Diretriz da Federação cósmica e sabia que eles não voltariam tão cedo. Ele contava com isso para a sua ascenção ao trono. Algo que sempre sonhou desde criança. Mas, o prazer de ver o olhar de medo, confusão e paranóia de Otavius , era algo sem igual. O seu colega estava sendo manipulado mais fácil do que se pensava, eliminá-lo era só uma questão de tempo e oportunidade.

Na cela o tenente Marino parecia muito tranquilo quanto a sua situação e não parava de falar sobre o que tinha lido na biblioteca para não se esquecer.

“O senhor sabia que nesta sociedade existe alguns contrasensos? Por exemplo: desenvolveram carros, ônibus, caminhões e trens, mas não bicicletas e motos. Os escravos tem assistência social e seguro de saúde extensivo aos seus familiares. As mulheres não podem trabalhar fora nem votar ou exercer cargos públicos e só podem frequentar escolas até o nível básico , mas podem ser comerciantes desde que sejam as únicas herdeiras do negócio. Quanto ao sistema de comunicações eles possuem TV e rádio que são de pequeno alcance, mas poucos podem tê-los, e não desenvolveram o telefone ou o telégrafo.”

Enquanto Marino falava, Bergman andava de um lado para o outro, sem lhe dar atenção, tentando analisar a constituição das grades e ver se existia algum ponto fraco, mas acabou desistindo quando viu que não havia chances de sairem dali.

Barulho de grades sendo abertas e passos no corredor foram ouvidos. Alguns guardas vieram e se postaram, com as armas engatilhadas e prontas para atirar, na frente da cela.

“Vocês dois. Afastem-se das grades. O comandante Adriano quer vê-los. Não queiram antecipar o que os espera.” - adverte o guarda.

Não seria muito esperto tentar uma fuga com todas aquelas armas prontas para disparar. Foram conduzidos por dois corredores e dois lances acima de escada.

Entraram em uma sala bem iluminada onde existia uma mesa e duas cadeiras. A porta foi fechada rapidamente atrás deles. Não havia mais ninguém na sala. Bergman pode notar que havia um espelho na parede oposta.

Uma luz se acendeu do outro lado do espelho revelando uma sala contígua. O comandante Adriano apareceu, sorriu e começou o interrogatório: “Boa noite, senhores. Espero que tenham apreciado nossa hospitalidade. Não vou tomar muito o tempo de vocês” - diz o comandante sarcasticamente.

“Parece que não temos outro compromisso, portanto , somos todos ouvidos.” - responde Bergman com ironia.

“Senso de humor... eu gosto disso.- sorri o inquisidor ameaçadoramente - Poderiam explicar o que estão fazendo na cidade sem documentos? De onde vieram? Quem são vocês?”

“Estamos de passagem.”- Bergman tenta ser cauteloso com as palavras.

“Passagem? Qual a sua origem e destino?”

“Nossa origem? Longe, muito longe.”- Bergman olha para o tenente Marino que, com gestos com a cabeça, concorda com tudo o que é dito.

“Isto é muito vago... senhor?”

“Eu sou Jacob e este é o senhor Caio.”

“Você sempre responde por ele? Nota-se que existe um certo respeito dele para com você. Eu diria até que existe uma certa hierarquia. Meus instintos não mentem. Poderia ser até uma hierarquia militar. Estou certo?”

Bergman não responde, muito menos o tenente.

“Estou certo, não é? Seu silêncio também pode me dizer muitas coisas. Sabe, o senhor não é o único que sabe fazer joguinhos, senhor Jacob. Sou bem treinado e muito bom no que faço.”

“Por que nos mantêm presos? Só por causa de um livro? Não temos direito a um advogado? - argumenta Bergman.

“Ah, o senhor conhece leis? Então deveria saber que somente cidadãos romanos têm esse direito. Como os senhores não têm documentos que comprovem suas identidades ou local de origem devo presumir que sejam bárbaros. E bárbaros não têm direito a nada!” - o militar romano começa a aumentar o tom de voz demonstrando impaciência.

“O que quer de nós? Não temos nada para lhe oferecer!” - o tenente Marino não consegue se segurar e enfrenta o militar romano sabendo que estaria seguro enquanto ele estivesse do outro lado da parede.

“Oh! Ele fala! Ótimo! Estamos fazendo progressos. Vejam bem, eu normalmente não faço interrogatórios. Eu deixo isso para os novatos. Apesar de vocês estarem vestindo roupas finas isto seria de pouca valia aqui dentro. Mas o que me fez interessar por vocês não foi seus belos rostinhos e sim o que vocês carregavam”- dizendo isso Adriano espalha o conteúdo das mochilas em uma mesa e começa a pegar os estranhos instrumentos e a arguir sobre eles. Primeiro pegou o livro roubado da biblioteca que continha informações sobre a cultura romana, em seguida pegou o tricorder, depois o comunicador e por último um phaser. Isto provoca uma reação de preocupação em Bergman.

“Talvez o nosso amigo possa explicar o que são essas coisas. Seriam ferramentas ou armas?”

Seus disfarces estavam prestes a serem comprometidos. Era preciso abortar a missão e saírem dalí o mais rápido possível. O problema é que não havia uma maneira de fazer nem uma coisa nem outra.

Do outro lado da cidade o comodoro e seus companheiros já haviam conseguido entrar na sala de arquivos. Yuchenko vigiava a porta enquanto o comodoro e Jamal procuravam por fitas comprometedoras. Por fim algo foi encontrado.

“Está aqui! Acho que encontrei. Veja a etiqueta :’A volta de Flavius Maximus’. Este era o gladiador que ajudou o capitão Kirk em sua missão. Tem que ser esta!” - exlama eufórico o oficial de ciências.

“Muito bem, tenente. Procure por cópias e vamos sair daqui rápido.”- ordena o Comodoro.

O tenente Yuchenko alerta que alguém se aproximava. Ele entra na sala e apaga a luz. Todos procuram um lugar para se esconder.

Um funcionário da rede de TV entra na sala e acende a luz. Caminha até a mesa de edição sem notar o tenente Yuchenko às suas costas, atrás da porta, ou o comodoro atrás de uma mesa ou o oficial de ciência atrás dos arquivos.

O jovem oficial russo tenta atacar o visitante indesejado de surpresa, mas sua sacola prende em um cabideiro fazendo-o cair e estragando o seu plano. O funcionário se volta assustado, mas não percebe quando Jamal sai de trás dos arquivos e o alveja com o phaser antes que notasse o que estava ocorrendo.

“Muito bem, Jamal” - cumprimento o Comodoro, que vendo a expressão desconsolada do oficial de segurança, tentou, rapidamente, de levantar-lhe o moral.

“Parabéns, tenente. Foi uma boa iniciativa. Não se preocupe, acidentes acontecem.” - diz Solano ajudando o rapaz a se levantar.

“O barulho vai atrair pessoas para cá. Já temos o que viemos buscar. Vamos sair, rápido.” - diz Jamal apressando seus companheiros. O comodoro pega o seu comunicador e entra em contato com a Aries pedindo para subirem à bordo. Em segundos somem num flashes de luzes. Imediatamente depois entra um outro funcionário e vê seu colega caído no chão.

“Fulvius, o que houve com você? Está bebendo de novo durante o expediente? Você não toma jeito!”

O confuso Fulvius é ajudado a se levantar e não entende como foi parar no chão e nem o que havia acontecido. Sua memória estava falha e só percebia uma estranha fraqueza e uma grande dor de cabeça. Mas avaliou o gosto que tinha em sua boca procurando atestar sua sobriedade, percebeu que sua ressaca, infelizmente, nada tinha a ver com algum produto de origem alcoólica.

Texto por: Marcos De Chiara.

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