segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 8.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo VIII.

As prisões estavam lotadas. Várias pessoas foram presas nas últimas quarenta e oito horas por violarem a lei marcial e outras por motivos que ninguém sabia.

No palácio do governo existia uma carceragem especial destinada a presos ilustres. Doze deles pertenciam ao grupo de Merricus. Alguns tiveram permissão para construírem famílias e serem proprietários de terras e imóveis. Isto tudo agora eram apenas recordações. O governo confiscara todos os seus direitos. Principalmente o de liberdade.

Enquanto alguns tentavam acalmar suas mulheres e filhos. Outros bradavam ofensas à Claudius e seu maravilhoso governo.

O barulho de portões de ferro sendo abertos e de passadas barulhentas e pesadas foram ouvidas pelos prisioneiros. No meio do corredor se postou o homem forte de Claudius após à morte de Merricus, cercado por uma dúzia de soldados, o comandante Adriano. O líder de todo o exército da província bem como da polícia. Sua presença naquele momento não era um bom sinal.

“Ouçam bem. O novo cônsul Claudius Marcus decretou vossa prisão para garantir a vossa segurança. Não toleraremos insubordinação de bárbaros no berço de nossa civilização. A punição será a morte. Sem nenhuma distinção.”

A voz grave de Adriano quase os ensurdecia. O coração disparado quase impedia o ex-tenente Richard Ross de expressar sua indignação.

“Estamos o dia inteiro aqui e não podemos nem falar com os nossos advogados. Peça ao cônsul para nos ouvir pessoalmente. Somos cidadãos leais e não merecemos este tratamento. Nossos impostos estão em dia!” – tenta uma apelação.

O comandante se aproxima da grade para olhar dentro dos olhos de Ross. Seu olhar era como um facho de phaser.

“Eu sou os ouvidos e os olhos do cônsul agora. Contentem-se por termos poupado suas vidas. Muitos não tiveram a mesma sorte. O destino de vocês ainda não foi decretado. Não queiram antecipar o pior.”- dizendo isto Adriano se retirou.

Os prisioneiros voltaram a resmungar e a chorar. Alguns rezaram para que alguém os ajudassem ou para algum milagre acontecer.

O cônsul Claudius Marcus estava apreensivo. Ele caminhou pelo salão de um lado para outro um sem número de vezes. Todo o seu plano tinha detalhes meticulosamente planejados, mas ainda havia muitas variáveis.

Mesmo antes da chegada de Merricus sua escalada pelo poder já havia começado. Com os bárbaros do espaço e sua tecnologia avançada contava em acelerar o processo. A relutância deles em ajudá-lo foi muito grande. Até a própria nave eles destruíram para que não a possuísse. Tinha planos para ela. Poderia, mais tarde, expandir seu império pelas estrelas. Poderia se tornar um verdadeiro Deus. Por outro lado era uma porta permanentemente aberta para uma fuga e de tempos em tempos a nave acabaria por precisar de manutenção, correção de órbita e outras coisas mais. No final sua destruição serviu aos seus propósitos de qualquer maneira.

Alguns só foram convencidos em ajudá-lo porque não tinham mais como voltarem para casa ou se comunicarem para pedirem para alguém resgatá-los. Merricus, de todos, foi o que se tornou mais cooperativo e também o mais fácil de se corromper. Um pouco de poder e prazer modificam muito o caráter de um homem.

Foi até um busto no canto da sala e apertou um botão secreto em sua base. Uma parede atrás se moveu e revelou uma sala secreta. A herança de Merricus estava lá.

Nem toda tecnologia espacial lhe foi proporcionada. Lá dentro ele havia guardado uma dezena de comunicadores e rifles lasers capturados da Beagle e outros instrumentos dos quais desconhecia o uso. Seus cientistas não conseguiram reproduzí-los ou criar algo semelhante, mas continuavam tentando, em sigilo, naturalmente.

Como uma nave mercante a Beagle não possuía uma equipe científica especializada à bordo. Eram cartógrafos, engenheiros de manutenção e alguns ex-soldados. Havia um médico e dois enfermeiros mas morreram na arena se recusando a serem colaboracionistas.

Um ou outro engenheiro colaborou com a república melhorando o sistema de comunicações. O pouco que sabiam fez evoluir a tecnologia do planeta em cem anos. O grande avanço estava para acontecer. O lançamento do primeiro satélite. Com ele se iniciaria a era da telecomunicação global. Apesar de informação ser a sua especialidade, Claudius Marcus queria, no momento, a desinformação. O satélite ainda era segredo de estado nem Otavius ou o senado sabia de sua existência. Mais um trunfo.

Queria adiar, a todo custo, um confronto com Otavius mas sabia que isto era inevitável. Para tal momento contava com Adriano e seu exército, só se as coisas ficassem realmente difíceis de controlar. Fechou a sala e se sentou no sofá.

Com seus pensamentos indo e vindo procurando as melhores estratégias, o novo cônsul não percebera a entrada de seu comandante.

“Perdão, senhor”- desculpa-se Adriano mais para chamar a atenção do seu distraído superior.

“Oh, Adriano. Estou feliz em ver-te meu futuro general. Quais as novidades?”- Claudius o abraça e o traz para sentar-se junto a si. Adriano sorri quando lembra da palavra “general”.

“Aprisionei aquelas pessoas da lista que me deu. Elas querem falar-te. Mas respondi que eu seria seu interlocutor”.

“Fez bem. Um encontro com eles neste momento só seria, no mínimo, fatigante. Tenho outras responsabilidades. Mas dê ordens de tratá-los bem. Nada de luxo. Duas refeições por dia e água à vontade. Separe as crianças. Assim eles serão mais cooperativos” - Claudius fazia gestos demonstrando estar cansado de controlar as turbas desordeiras.

Drusilla entra na sala com uma cesta de pão e queijos pondo-a na mesa e , em seguida, começa a servir vinho enquanto a converssa prossegue. Adriano a segue com o olhar.

“Notícias de Otavius?” - pergunta o cônsul interrompendo os olhares de Adriano.

“Recebemos uma mensagem de rádio que nos avisa que em menos de dois dias estará de volta à Roma, vindo de Licínia.”

“Então devemos nos preparar. Nada poderá impedir o surgimento do novo império. Uma nova ordem mundial.”

“Ave, Claudius!”- brada Adriano erguendo sua taça.

Claudius retribui o brinde e sorri pensando nas formas como poderia, no futuro, de se livrar também de Adriano, asssim que consolidasse seu império.

Texto por: Marcos De Chiara.

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