segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Imperius Rex, Dei Est - 26.


“IMPERIUS REX, DEI EST”.
Autor: Marcos De Chiara - Direitos Reservados.
Fanfiction de Jornada nas Estrelas.
Star Trek criação de Wesley E. Rondenberry.

Capítulo XXVI.

O momento de triunfo estava próximo. Em poucas horas o novo império romano nasceria. Claudius adentrou a torre de controle já com novos trajes. A exuberância de sua toga dourada coberta pôr um manto vermelho chamou a atenção de todos. Perto da mesa de controles Adriano discutia com um técnico. Algo parecia não andar bem.

“O que há, comandante?”

“Senhor? Ah, sim. Este técnico está me dizendo que o lançamento terá que ser adiado.”

“Como assim, adiado? Impossível! Já foi anunciado na TV e jornal. A imprensa está lá fora. Já existe uma multidão na estrada vindo pra cá ver o lançamento. Este evento coroará minha divinização. Como pode dizer agora que o lançamento será adiado, seu verme ? – Claudius se aproxima do técnico e o segura pelo pescoço com as duas mãos. O técnico se apressa em esclarecer a situação antes de ter seu pescoço quebrado.

“O foguete já foi acionado... mas está faltando...uma das chaves para dar a partida. “

“Então use-a “ – ordena o cônsul.

“Não posso... senhor. Eu tenho uma, o comandante Adriano tem outra, mas a terceira chave está com o chefe da missão Ross.”

“Onde ele está?”- Claudius estava perdendo a paciência.

“Preso com os demais, senhor.”- esclarece Adriano.

“Então use uma cópia.” – o técnico já estava começando a ficar sem ar.

“Não podemos. O senhor mesmo havia ordenado, pôr medida de segurança, que não deveria haver cópias.”

Claudius lembra-se de suas ordens e solta o pescoço do técnico que se senta e tenta buscar ar para seus pulmões. Vira-se para Adriano e pergunta pausadamente: “Por que ele foi preso?”

“Porque o senhor mandou. Foram suas ordens de prender todos os...”

“Tudo eu ! Tudo eu! Eu sou sempre o culpado de tudo ? Será que sempre tenho que fazer as coisas sozinho? Estou cercado de idiotas! - Claudius explode em fúria. - Digam-me : eu tenho alguma culpa ?”

O técnico e o comandante limitam-se a balançar a cabeça negativamente.

Claudius mexe o pescoço procurando relaxar. Pega um lenço que carregava na mão e enxuga o suor da testa. Chama Adriano com um leve sinal do dedo indicador. O comandante se aproxima temorosamente.

“Vá até à prisão e traga-o aqui, rápido.” – diz bem baixinho.

“Sim, senhor.” – Adriano faz uma saudação e sai apressadamente da sala de controles.

Um minuto depois o comandante reaparece na porta.

“Já? Não pensei que fosse tão eficiente...”

Num instante Claudius percebe que não foi sua eficiência que o fez retornar tão rápido e sim uma arma apontada para suas costas pelo ex-gladiador Julius. Mais dez homens adentram a sala e rendem a todos.

“O que significa esta invasão? Vocês têm consciência de que estão arriscando suas vidas tomando tal atitude? Tenho centenas de soldados cercando este complexo. Vocês não sairão daqui vivos!” – Claudius estava visivelmente nervoso. Não contava com esta surpresa e nem da que entrava na sala em seguida.

“Calma, cônsul ! Não queremos arriscar a vida de ninguém, nem mesmo a sua.” – diz Septimus.
“Você aqui? Como ousa? Cansou da vida nas montanhas? De ser pastor de ovelhas desgarradas?”
“Você não me ofende Claudius, mas sim a nação que o acolheu tão bem. Seus ardis o colocaram aí onde estás, mas a justiça e a razão estão do meu lado.”

Enquanto o cônsul e o ex-senador discutem, o tenente Jamal tenta deter a contagem regressiva. Percebe que o automático só será desarmado com três códigos distintos. Tentava usar seu tricorder para decifrá-los, mas precisava compatibilizar seu sistema de computação àquele tão primitivo. Não sabia quanto tempo poderia levar.

“Estamos aqui com um só propósito. Por fim a sua tirania e devolver à Roma a paz e prosperidade que ela merece.” – continua Septimus na tentativa de convencer Claudius que seus sonhos de poder acabaram.

“Prosperidade? Paz? Eu dei isto à Roma e muito mais! Roma nunca foi tão poderosa como agora .
Nos últimos seis anos avançamos um século. Nada nem ninguém poderá mudar isso!”

“Sim, você deu uma falsa esperança em troca de mortes e torturas de pessoas que precisavam sobreviver longe de seus lares. Pessoas que não eram daqui e estavam sozinhas, desamparadas e desesperadas. Você as corrompeu e as submeteu às suas vontades não aos desejos do povo”.

“De quem estás falando?” – diz Claudius tentando demonstrar ignorância sobre o assunto.

“Vós sabeis muito bem. Dos homens das estrelas.”- diz Julius encurtando a conversa.

“Homens das estrelas? Do que vocês estão falando?”- o cônsul não desejava confirmar nada e se incriminar à toa na frente de testemunhas.

Julius faz menção de puxar o gatilho, mas Septimus o detém.

O comandante Adriano aproveita a distração dos demais e aperta um botão de alarme de segurança perto da parede próxima. Julius, num impulso, atira nele. O comandante cai todo ensangüentado sem conseguir reagir.

O tenente Baudelaire se aproxima e verifica as condições de Adriano.

“Ele está morto!”- declara com precisão.

Septimus fica furioso. Não queria derramamento de sangue. Isto era contra os seus princípios. Claudius tenta se aproveitar do estado emocional de seu adversário.

“Está vendo Septimus. É nisto que tudo se resume : sacrifícios. Morte de inocentes. Como sua mulher e filho. Todos são números agora. Baixas necessárias numa guerra secreta onde somente Roma triunfará. Somos apenas seus peões.” – Claudius queria ver se Septimus tinha estômago para seus comentários. O velho e aposentado senador se põe defronte seu inimigo e com os dentes cerrados, demonstrando quase não controlar sua raiva fala: “Não ouse macular a memória daqueles que já se foram. Julius abaixe essa arma. Abaixem as armas todos vocês.” – a lembrança da morte de sua mulher e filho quando foram torturados para confessarem sua suposta traição à Roma devido às suas convicções religiosas voltaram-lhe `a mente. Nunca havia se perdoado por isso.

Jamal estava quase completando a compatibilidade dos sistemas quando ouviu a ordem de Septimus e parou. Yuchenko , Baudelaire e os outros oficiais da Aries ficaram esperando uma nova ordem. O tenente Jamal, que estava liderando-os, não confirmou a ordem, então todos mantiveram os phasers em punho.

Claudius começa a se afastar sorrateiramente e puxa um phaser debaixo de sua toga e dispara na direção de Septimus. O tenente Yuchenko, que percebera a manobra, se posta na frente do ancião e recebe o disparo mortal. Em milésimos de segundos o tenente era apenas história. O tenente Jamal aproxima-se por trás de Claudius e o nocauteia.

O barulho do alarme continuava a soar e da torre podia se ver uma grande movimentação de soldados indo para lá.

De repente três figuras se materializam na sala. Eram o capitão, o comandante Bergman e o engenheiro Richard Ross.

“O que aconteceu aqui?”- o capitão pede explicações à Jamal.

“Senhor, perdemos Yuchenko. O tal cônsul tinha um phaser e ...” – o oficial de ciências estava procurando não demonstrar estar abalado com a perda de um de seus comandados.

Goldman toca em seu ombro e abaixa a cabeça demonstrando pesar pelo ocorrido.

Ross correu para o painel e tentou abortar a missão. Pegou a chave de Claudius , que ainda estava inconsciente, e com a ajuda do técnico e de Jamal, virou as chaves simultaneamente, mas nada aconteceu.

Os especialistas não entendem o que falhou, mas algumas fagulhas vindas de um dos computadores próximo ao corpo de Adriano podiam dar alguma pista.

O tenente Baudelaire vai verificar e nota que algumas balas atingiram um painel que estava em curto.

“Pode consertar?”- pergunta Goldman ao engenheiro.

“Não sei. Levamos mais de dois anos para montar isto tudo aqui. Eles não têm fábricas para componentes como esses. Isto aqui é quase uma obra de artesanato...” – responde Ross sem explicar a gravidade da situação.

“Você pode consertar ou não?”- refaz a pergunta Bergman demonstrando pouca paciência.

“Eu não sei. Mas posso tentar.”- Ross chama dois técnicos para ajudá-lo e começam a abrir a máquina e mexer em fios e placas de circuito.

“Quanto tempo falta para o lançamento?” – pergunta Goldman à Jamal.

“De acordo com os instrumentos, cerca de uma hora.”

“Haveria outra maneira de parar o lançamento?”- pergunta Bergman ao oficial de ciências.

“Sem haver muito barulho, senhor?” – pergunta o tenente desejando que o comandante fosse mais específico.

“Sim.” – responde Bergman.

“Poderíamos causar um grande black-out, mas precisaríamos da Aries para isso.” – responde Jamal.

“Não adiantaria.”- se intromete Ross na conversa. ” Previmos este tipo de contratempo. Montamos uma central de força separada do resto dos sistemas com geradores automáticos que se ligarão no caso de uma emergência. Não se trata de lançar ou não lançar o foguete. A sequência de lançamento já foi iniciada. Ou abortamos daqui ou teremos que ir até ao foguete e usar os controles manuais na plataforma de lançamento ; caso contrário, se não conseguirmos dar os comandos corretos, o foguete explodirá levando todo o complexo junto.”

Então vamos mandar uma equipe até lá enquanto vocês trabalham.” – diz Goldman com determinação.

“Senhor, como passaremos pelos guardas? Estamos cercados.” – lembra o tenente Jamal ao seu capitão.

“Tenente... o senhor está tão estressado com a situação para esquecer que temos o teletransporte?” – diz Goldman sem querer ferir o orgulho de seu oficial.

Jamal sorri desconcertadamente como para demonstrar sua estupidez. Como ele poderia se esquecer disso?

O capitão Goldman pegou o comunicador e contatou o tenente Tagushi.

“Aries, preciso de um pequeno favor.”

“Ao seu dispor, capitão.”- responde Tagushi.

“Estamos meio...ilhados na torre de comando e precisamos ir até a plataforma de lançamento num ponto em segurança para que possamos desativar o foguete é possível?”

“Vou providenciar as coordenadas. Quantos vão passear?”

A escolha mais lógica era : o engenheiro Ross e Jamal que poderiam resolver o problema mais rápido.

“Dois. O tenente Jamal e seu colega engenheiro”.

“Certo, senhor. Peçam que fiquem em posição”.

Goldman chama Ross para perto de si e o posiciona ao lado de Jamal.

“Seus rapazes podem consertar isso sem sua supervisão por alguns minutos?” – pergunta Goldman ao engenheiro.

“Creio que sim, por quê?”.

“Vou mandar você e o tenente para a torre de lançamento.”

“Tudo bem. Só vou pegar uma maleta de ferramentas.” – dizendo isso o engenheiro se afasta para retornar rapidamente a posição de transporte.

Goldman aciona o comunicador mais uma vez.

“Eles estão prontos! Quando você quiser!”

“Ah... capitão...”- Goldman notava que havia algo de errado pela fala hesitante de seu engenheiro-chefe.

“O que foi?”- pergunta Goldman temendo ouvir algo não agradável.

“Detectamos uma forte onda eletromagnética na área. Parece que uma tempestade está se formando. Não é recomendável um transporte nestas condições. Certamente suas moléculas seriam espalhadas.”

“Droga!”- exclama Goldman.

“Parece que voltamos à estaca zero.”- comenta Bergman sob o olhar de desalento de seu capitão.

Texto por: Marcos De Chiara.

Nenhum comentário:

Postar um comentário