terça-feira, 28 de janeiro de 2014

FB 1 - Mudando as Regras - 12.


FRENTE DE BATALHA A TRILOGIA
Mudando as Regras – Parte I
As aventuras do Capitão Dorian Alkon na linha de frente do Quadrante Gamma
Por Marcos De Chiara

Capítulo XII

A USS Albedo estava pronta para partir. Todos estavam em seus postos. Alkon e Sarah estavam lado a lado e sorridentes.

McCormick e Allison se entreolharam e perceberam que o capitão e a imediato tinham se acertado. Estavam felizes por eles. Alkon sabia que estavam olhando para eles, mas não se incomodou. Ele também estava feliz.

_Fomos liberados para partir. A Fitzgerald irá nos acompanhar até o outro lado da fenda. Nossas informações só serão dadas quando estivermos no quadrante Gamma. – informou Zagar ao capitão.

_Tenente Silva, como estamos aí embaixo? – perguntou Alkon pelo intercom.

“Tudo funcionando perfeitamente, senhor. Todos os sistemas estão alinhados. Pode pedir dobra que ela está pronta.” – respondeu a engenheira-chefe.

_Fico feliz em ouvir isso. Tenente Saint-John...Assim que desacatrarmos acionar dobra seis. 

A Albedo singrou o espaço deixando a base 375 pra trás como uma pequena luz entre as estrelas até sumir completamente.

_Estamos aproximando do caminho do tempo celestial. –disse Klag se referindo a única fenda espacial estável do universo.

_Gostaria de poder parar em DS9 e saudar o nosso amigo, o comandante Sisko. – disse Alkon.

_Pelo que sei ele agora é capitão. Infelizmente estamos em uma missão secreta, lembra-se? E além disso estamos oficialmente desaparecidos._lembra a número um.

_Então devemos ficar invisíveis. Senhor Klag...Acionar dispositivo de camuflagem. Allison deixe a Fitzgerald passar na frente e siga no rastro da assinatura de dobra dela.

A Albedo desaparece antes de ser detectada pelos sensores da DS9 que só capta apenas uma nave passando entre eles e a fenda. A Fitzgerald penetra no “olho” da fenda e traz a Albedo em seu rastro.

O espaço interdimensional era indescritível. Luzes, cores e formas jamais vistos. As poucas vezes que Alkon passara por ali sempre sentiu uma paz interior reconfortante. Poucos momentos depois já estavam no quadrante Gamma.

-Tenente Jones...Assuma o comando. Saint-John, McCormick, Klag e número um, vamos estrear a nova sala de conferência.

Esta era uma das muitas novidades implementadas após a reforma da nave. Alguns alojamentos do deck 5 deram lugar a uma sala de conferência de onde receberiam as ordens e discutiriam as melhores táticas para realizá-las.

Um grande telão ocupava toda uma parede e a sala possuía vários balcões onde a equipe podia se sentar e acessar em terminais quaisquer informações complementares. Lembrava um anfiteatro de faculdade.

Lá chegando, Alkon encontrou Naomi, Brixx, Siro, Vulpes e a Dra. T´Vel.

_Pode contatar a Fitzgerald, tenente. – ordenou Alkon. 

A engenheira acionou uma tecla e a imagem no telão, que era do símbolo da Federação dos Planetas Unidos, foi substituída pela face do almirante Petersen que estava à bordo da USS Fitzgerald.

“Olá capitão. Vocês receberão agora dados sobre a sua primeira missão, contudo eles não poderão fazer parte do banco de dados da nave e deverão ser deletados logo após. No caso de vocês serem capturados será imperativo a destruição da nave. Se não puderem executar este procedimento e a Frota for interpelada sobre suas ações negaremos qualquer conhecimento sobre seus atos considerando-os renegados.”

_Ótimo. Fomos promovidos de fantasmas a renegados. – murmurou Okaido.

_SSSHH! – Alkon  repreendeu  o comentário de sua imediato.

-“ Esta mensagem é secreta e só deve ser compartilhada com quem irá atuar diretamente nela. Esta primeira missão consiste em identificar um planetóide de produção de ketracel-white. A inteligência destacou os seguintes sistemas onde provavelmente a droga dos Jem’Hadar é produzida: Torga, Teplan, Torad e Yadera. Evitem entrar em confronto direto com o inimigo. Vocês terão três objetivos a cumprir assim que encontrarem o planetóide. Primeiro: Filmar a fábrica e o processamento da droga. Segundo: Trazer uma amostra da droga. Terceiro: Inutilizar a produção.

Informações complementares vocês obterão do tenente Brixx e dos agentes especiais Siro e Vulpes. Lembrem-se que estarão por conta própria. Nos encontramos em uma semana nestas mesmas coordenadas para escoltá-los de volta à base e prestar alguma assistência se precisarem. Boa sorte e que Deus os proteja.”

A imagem desapareceu. Alkon tomou a palavra. De frente aos seus comandados começou a traçar a estratégia para a missão.

_Vulpes...Qual sistema mais indicado para começarmos a investigação?

_Torga. Existem muitos Jem’Hadar por lá. – disse com sua voz gutural.

_As formigas costumam se aglomerar perto do torrão de açúcar. – comenta McCormick.

_Faz sentido. Podem estar se abastecendo com a droga. Como ela é distribuída? Brixx? – Alkon aponta para o tenente indicando que era a sua vez de falar.

_O Dominion possui quatro braços partindo dos fundadores; dos quais nada ou pouco se sabe. Um dos braços atua os changeling, transmorfos espiões. É sua divisão de inteligência. Eles se infiltram no meio do inimigo, vigiando, obtendo informações e até atuando lado a lado com ele. Não desenvolvemos um bom método para identificá-los ainda, pois podem ludibriar os nossos tricorders.

_Filhos da..._ia dizendo Allison quando foi cutucada pelo seu amigo marciano.

O boliano continuou, apesar da pequena interrupção.

_O segundo grupo é o braço político: os Vorta. São uma espécie de senhores feudais. Eles comandam os Jem´Haddar, o braço guerreiro; supervisionam a produção de white e as relações político-econômicas do Dominion. O último grupo é formado pelos Karemma. São eles que controlam os centros de produção da droga, lidam com o comércio  com as outras civilizações do quadrante Gamma. Estes são aqueles com os quais podemos ter um maior contato.

_São os que fazem as relações públicas. – comenta Alkon.

_Sim, senhor.-confirma o boliano.

_Pena que não teremos tempo pra isso. Mas deveria ser a melhor política.-diz o capitão tristemente.

_A Frota parece ter abandonado a diplomacia. Por isso nos estão enviando nesta missão.-avalia a comandante Okaido.

_Mais alguma coisa Brixx?-pergunta Alkon.

_Sim. Pelo que a inteligência da Frota pôde apurar o Dominion ocupa 27.820 setores no quadrante com 1782 mundos conquistados. 

_São bem estruturados. Será difícil subjugá-los. – disse Klag.

_A Frota acha que toda a estrutura do Dominion cairá se destruirmos a produção da tal droga? – pergunta McCormick.

_A droga não é como qualquer outra. Não existe uma rede de narcotráfico se beneficiando de um comércio expúrio. Ela é fornecida de graça e serve para manter a subserviência dos Jem’Hadar . Sem eles o Dominion aceitará a sentar-se em uma mesa de negociações. – explicou Brixx.

_Sob os nossos termos. – comentou cinicamente Okaido.

_Sim, comandante. Estaremos numa posição melhor do que a tripulação da Odissey. Nossa missão é tornar o quadrante mais seguro. – disse o boliano com um certo fervor quase religioso.

_Libertando os mundos da tirania e opressão sob a égide da Federação. Eu conheço bem esta história. Em meu mundo vivemos isto várias vezes. Uma vez foi o grande Império britânico, outra o nazismo, , comunismo, outra vez foi a nova ordem mundial da grande nação americana....Mas melhoramos muito depois disso e entramos para a grande comunidade cósmica; para ver que, mesmo depois de tanto tempo, a   ESTUPIDEZ não era exclusividade da raça humana. – disse a comandante partindo para o sarcasmo.

Alkon percebendo que os ânimos iam ficar alterados decide retomar o rumo da conversa.

_Tenente Brixx ...Pelo que percebi teremos que travar contato com os Karemma. O que mais sabemos deles?

_Temos dados da aparência deles. Alguns relatórios de comércio com os Dosi e os Ferengi...

_Ferengi? – espanta-se McCormick.

_Eles sempre estão na frente quando se trata de novas linhas de comércio. – salienta Alkon.

_...errr – o boliano pigarreia e um pouco irritado por ter sido interrompido mais uma vez, continua a sua explanação -...Provavelmente são eles que administram os laboratórios de produção de KW. 

_Se um desses laboratórios fica em um planetóide, este deve ser bem escondido e muito bem guardado. Vamos ter problemas à vista.

_Não depois de ver as belezinhas que embarcamos. – comenta Naomi jocosamente se referindo ao arsenal de alta tecnologia à disposição. Klag fica curioso e começa a acessar o banco de dados no terminal à sua frente.

_Para que a Frota quer amostras da droga?_pergunta a doutora T´Vel.

_Precisaremos da amostra para saber como neutralizá-la ou usá-la contra eles. – respondeu Brixx 

_Fabricar uma arma biológica? Isto é uma violação..._Okaido estava enojada.

_Ei,ei!Número um. Calma! Estamos falando de possibilidades e não de uma realidade. – disse o capitão.

_Desculpe, capitão, mas realmente não confio muito nisso. O que nos garante que uma vez de posse da amostra eles não a utilizarão como uma arma ?

_Estaremos em uma guerra, comandante. Todas as armas são válidas para vencer o inimigo. – disse Brixx com o mesmo fervor de antes.

_Será que estamos preparados para as conseqüências disto ? O que nossos aliados vão dizer? Sem contar com os nossos inimigos... – pondera Okaido.

_Vamos nos preocupar com isso depois, número um. Obrigado Brixx. Alferes Siro Lian. Opções de incursão.

O bajoriano estava sentado quase escorregando da cadeira, entediado com toda aquela conversa. Ao ser chamado se ajeita e procura responder sem demonstrar seu pouco interesse. Ele queria acabar rápido com tudo aquilo. Se o Dominion iria ser destruído ou seria a Federação ele não dava a mínima. Mas, para alcançar a sua liberdade ele teria que fazer a sua parte do trabalho. E a única coisa em que ele ainda acreditava era em honra. Ele fora contratado para um trabalho e iria fazê-lo da melhor maneira possível.

_Vai depender das condições do terreno. Provavelmente não poderemos usar o teleporte pois eles devem manter o laboratório sob escudos. A alternativa é usar uma nave auxiliar. O planetóide deverá ter defesas orbitais ou caças Jem’Hadar em patrulha. A abordagem será difícil. Se conseguirmos passar por isso tudo, sugiro uma equipe pequena para não chamar muita atenção.

_Concordo. Klag, já se familiarizou com o novo arsenal? O que poderemos usar? – pergunta Alkon.

_Sim, capitão – responde o klingon ainda olhando para o seu monitor. – Temos as novas armaduras leves para as tropas de assalto com diversos dispositivos que podem ser utilizados para diferentes condições de terreno, temperatura, pressão e gravidade. – Klag fz uma interface e os armamentos vão aparecendo no telão para todos.

_Uma equipe de quatro pessoas com rifles phasers do tipo IV com scanners de proximidade, identificadores de DNA e lançadores de granadas poderão dar conta da tarefa. Temos ainda ao nosso dispor phasers de mão do tipo III, granadas sônicas, luminosas e com melorazina. Estas poderão ser muito úteis caso enfrentemos um grupo grande.

_Não sabemos se melorazina poderá por um Karemma, Vorta ou Jem’Hadar para dormir. Não conhecemos a fisiologia deles. – saliente a doutora T´Vel.

_Parece que teremos uma boa oportunidade para descobrir. – intervém Alkon – O que mais temos, senhor Klag?

_Explosivos de magnasita. Talvez  tenhamos que arrombar algumas portas. Nanotechs vírus para incapacitar o sistema deles e trajes de isolamento.

_Trajes de isolamento ? – pergunta McCormick.

_Foram desenvolvidos para pesquisa antropológica. Permitem que fiquemos invisíveis para estudar culturas alienígenas sem causar interferência em sus sociedades._explica Brixx

_Invisíveis? UAU! Essa eu gostaria de experimentar! – exclama McCormick.

_Seu pervertido! – diz Allison dando um soco no ombro do amigo deduzindo que as intenções delas não eram as mais puras.

_O quê? – ri o marciano ao massagear o ombro por causa do soco que recebera.

_Vai ser complicado usar estes trajes e mais as nossas armaduras de combate. – ressalta Siro já prevendo uma futura dificuldade.

_Elas poderão ser ajustadas às nossas medidas.Sobre como poderemos chegar até o planetóide, tenho uma idéia._falou a engenheira.

_Prossiga tenente. – Alkon sabia que Naomi teria uma boa idéia.

_Usaremos a nave auxiliar tipo nove onde poderei implantar emissores holográficos que poderão noz fazer parecer uma das naves Jem´Haddar.

_Será uma ótima camuflagem! Bem pensado Naomi. McCormick e Vulpes. Quero que investiguem o sistema Torga, se for lá que reside o nosso alvo, avisem-me rapidamente. Mas não descartem os demais. Temos apenas uma semana para realizar esta investigação e a intervenção. Comandante...Escale a primeira equipe e famialiarize-os com os trajes e armamentos.

_Entendido, capitão. Deveremos misturar o time ouro e prata. Klag, Vulpes do primeiro; Siro e eu do segundo.

_Muito bem. Reunião encerrada. Mãos a obra. – a sala de conferência se esvazia. Alkon fica sozinho meditando sobre o que terá que enfrentar e se conseguirá cumprir as ordens da Frota mesmo indo contra todos os princípios que moldavam o seu caráter. Pensou...Em uma guerra não há caráter. Não há nomes. Não há rostos. Não há família. O único objetivo é subjugar o inimigo. De repente ele se viu na ponte da USS Chekov em meio a batalha de Wolf 359. Explosões. Amigos morrendo. Mentes em agonia. Não sabia se estava preparado para aquilo de novo. Sua cabeça começou a doer. Decidiu ir procurar a dra. T´Vel. Ao chegar ao elevador indica ao computador seu destino: deck três.

A dra. T´Vel estava verificando algumas culturas quando o capitão apareceu.

_Capitão? Algum novo informe?

_Não. Não há mais nenhuma novidade. Na verdade eu queria saber como está lidando com a SUA novidade.

T´Vel ergue a sobrancelha intrigada. – Não entendi, capitão.

_Como está lidando com o HME  ? 

_Ah, Ele! – respondeu com um certo desprezo na voz. – Não sei. Eu ainda não o liguei.

_Não o ligou? Não teve curiosidade?

T´Vel apenas responde com um olhar de indiferença.

_Tudo bem. Curiosidade é uma emoção. Desculpe.

_O HME é para ser usado em uma emergência e pelo que me consta ainda não vivenciamos nenhuma.

_Ok,ok! Espero nunca ter que usa-lo, mas ele também pode ser usado para aliviar a escala de serviço. Poderia deixá-lo ativo de madrugada já que estamos com a tripulação reduzida.

_Por mim não tenho objeções. Vou informar a comandante Okaido sobre esta sugestão. Ainda quer cuidar das suas dores de cabeça?

_Como você...?

_Desde que entrou esteve pressionando um nervo no pescoço atrás de suas glândulas parótidas. Creio que seja a técnica Plexar betazóide similar ao Do-in terrestre, para liberar doses de endorfina; mas parece que não está sendo eficaz.

_Você é muito observadora.

_Faz parte da minha profissão.

_Pode fazer alguma coisa? Fico com receio de perder meu auto-controle. Já andei arremessando objetos, involuntariamente, nas paredes de meu quarto.

_Isto tem acontecido com freqüência?

_Sim. E cada vez a intensidade aumenta. E se eu acabar ferindo alguém? Não estarei habilitado para o comando.

_Se eu lhe aplicar um analgésico agora, na sua atual fase de tratamento, poderá prejudicar a recuperação de seus poderes no nível esperado pela Frota. Temos apenas uma alternativa.

_Uma fusão mental?

_Leu minha mente, capitão?

-Sim, desculpe, foi inevitável.

_Não seria uma fusão completa. Apenas algo superficial. Quer tentar?

Alkon fechou os olhos e consentiu que T´Vel tocasse a sua face para atingir a sua mente. Uma onda de tranqüilidade tomou conta de seu corpo. Procurou abstrair-se de toda e qualquer preocupação. Imagens de lugares belos e pacíficos povoaram a sua mente até que imagens do rosto de Sarah apareceram. Depois ele se viu beijando-a e por fim, fazendo amor.

T´Vel desfez o elo mental. A vulcana ficou desconcertada com que viu.

_O que foi? Estava tão bom..._reclamou Alkon ainda entorpecido.

_Creio que obtivemos sucesso. – respondeu a médica sem olhá-lo nos olhos.

_Realmente. Minha dor de cabeça sumiu. Você é fantástica. Obrigado. – Alkon sai da enfermaria e não vê a doutora sorrindo e passando a mão em seu próprio rosto.

“Sarah, Sarah, você não me contou nada, hein?” – pensou enquanto tentava reprimir seu próprio desejo, um efeito colateral do elo mental que ela não havia previsto.

Texto por: Marcos De Chiara.

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