quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

FB 1 - Mudando as Regras - 19.


FRENTE DE BATALHA A TRILOGIA
Mudando as Regras – Parte I
As aventuras do Capitão Dorian Alkon na linha de frente do Quadrante Gamma
Por Marcos De Chiara

Capítulo XIX

Tulel´Tulen era o comandante da nave de batalha Jem´Haddar. Ele havia sido projetado, desde antes de nascer, para ser o guerreiro perfeito e morrer, se ncessário fosse, arrastando o máximo de inimigos que pudesse com ele. Antes de sai do planetóide fez seu juramento junto com os seus comandados. “Sou o primeiro, Tulel´tulen, e eu estou morto. A partir de agora todos nós estamos mortos. Vamos lutar para reaver as nossas vidas. O que fazemos alegremente porque somos Jem´Haddares. Lembrem: Vitória é vida!”

Nada lhe daria mais prazer do que acabar com aquele pessoal da Federação. Nunca antes tinha sido ultrajado por alguém. Nunca nenhum prisioneiro seu havia conseguido escapar. A segurança da fábrica de enzimas isogênicas KW fora quebrada sob o seu comando. Duas vezes. Era muita humilhação. Agora uma pequena nave tentava  zombar da força dos Jem´Haddares. Ele iria pulverizá-la. Ora se ia. Mas o inimigo era esperto. Parecia agir como um louco. Não havia como prever suas ações. Quem quer que fosse o piloto daquela nave, era um guerreiro experiente e seria muito honroso destruí-lo. A nave maior poderia ter escapado, mas esta não era páreo para a sua. Ordenou o lançamento de mais três caças. Iria diminuir mais ainda as chances do inimigo.

Siro Lian. Um ex-terrorista bajoriano que lutou para libertar seu povo do jugo dos cardassianos. Depois continuou lutando pela independência das colônias que ficaram sobre o domínio cardassiano sob força de um tratado de paz. Ele se tornou um Maqui. Depois de muitas operações viu que nem sempre os meios justificam um fim. Ele jamais se envolvera com ações que provocassem a morte de civis. Até que, quando isso aconteceu, ele se deixou capturar para fugir daquela vida. A imagem de uma garotinha cardassiana morta ainda assombrava os seus sonhos. Agora estava servindo à Federação em busca de perdão. Mas o único que poderá concedê-lo era ele mesmo. Agora ele sabia disso. Todavia não iria fugir do seu pacto de honra. A Albedo havia conseguido fugir e com isso ele pôde ter salvado várias vidas e faria de tudo para que aquelas naves não a seguissem. Agora eram nove contra um. Seria uma brincadeira interessante. Estava tentando se lembrar de todas as batalhas espaciais que lutara antes e de todos os ardis que usara.

_Ok...Estão gostando da brincadeira? Opa...Muito bem. – dizia cada vez que conseguia se desviar de uma rajada das naves inimigas, voando em zigue-zague. _Vulpes...Acione os projetores holográficos.

A Zênite se transforma em um caça Jem´Haddar. Agora eles teriam que adivinhar quem era o inimigo. Siro esperava que eles só fizessem isso quando fosse tarde demais. Dois caças atiraram em um terceiro e o destruíram. Mas não era a Zênite. Siro rumou na direção da nave-mãe e forçou os caças a atirarem contra ela na perseguição.

_O que estes soldados estão fazendo? Devolvam o fogo! – gritava Tulel com seu armeiro.

Dois caças a mais foram destruídos. Siro ria tanto que assustava Vulpes com sua loucura.

-Hurrá! Só faltam seis. Mire naquele que está a nove horas. Disparar microtorpedos. Fogo!

Um caça Jem’Hadar explodiu em uma luz cegante.

_É isso aí lagartões!

Vulpes grunhiu em objeção ao adjetivo.

_Desculpe, Tosk, é a força do hábito. Sem ofensas. Eles não contavam com essa, não é mesmo?Ah,ah,ah!

_É Vulpes. Cadete Vulpes.

-Tá. Vou procurar me lembrar.

...

Na nave mãe Tulel´tulan estava confuso. Onde fora parar a nave da Federação? Na dúvida resolveu abater todos os caças. A Zênite resolve fugir do fogo pesado indo para o ventre da nave-mãe e igualando sua velocidade à dela.

Quatro caças são logo destruídos. Faltavam dois. Cada um deles resolve seguir a Zênite e a aborda pelos dois lados. Se  livrasse de um o outro, na certa, o pegava. Siro e Vulpes estavam encurralados.  Neste derradeiro momento. A Albedo se descamufla como se aparecesse do nada, como um passe de mágica. Atira em uma dos caças deixando o outro para a Zênite.

Tulel e sua tripulação estavam atônitos e não tiveram tempo de reagir.

A Albedo disparou uma salva de vinte torpedos , dez fotônicos, dez quânticos, mais os canhões isomagnéticos e phasers em carga máxima à queima roupa.

_Esta é pela Odissey! – disse Alkon antes de ordenar fogo. Em poucos segundos a batalha chegava ao fim e só restava pequenas fagulhas, que, por causa do vácuo, logo deixariam de existir. Os escudos da Albedo protegeram a nave da explosão.

_Senhor, a Zênite foi atingida pela explosão. Ela está à deriva. – informou McCormick.

_Vamos pegá-los. Acione o raio trator e conduza-a até o hangar. Como eles estão?

_Inconscientes. Sinais vitais fracos. – respondeu o oficial de ciências.

_Avise a enfermaria.  Transporte-os para lá se houver necessidade. Condições da nave?

_Todos os sistemas on-line. Para a nossa primeira batalha diria que nossa atuação foi perfeita. Eles nem souberam direito o que os atingiu. – disse Brixx demonstrando certo orgulho.

_Algum sinal de outras naves Jem´Haddares no perímetro? – perguntou Alkon preocupado.

_Não, senhor. Está tudo limpo e calmo. – informou mais uma vez o oficial do tático.

_Ótimo. Tenente Saint-John...Rume para o nosso ponto de encontro. Dobra seis. Vou até a enfermaria. Tenente McCormick...Tenha a bondade..._diz Alkon ordenando que o oficial científico assumisse a ponte mais uma vez. McCormick ergue os olhos em uma prece para que os anjos o protegessem mais uma vez.


...


Na enfermaria T´Vel zelava pela comandante próximo à sua cama. O capitão Alkon assim que adentra o recinto pergunta por sua amada:

_Como ela está reagindo?

_Ela é uma lutadora. Vai sobreviver.

_Foi muito sério?

_Perfuração no baço, intestino delgado e rim direito. Estou trabalhando na clonagem destes órgãos. Devo substituí-los amanhã. Ela está recebendo sangue artificial e imunoglobulinas sintéticas. Estou fazendo análises de radiação da lança laser que foi usada nela pra ver se não houve danos aos tecidos periféricos. Precisamos ter certeza que não irá surgir tumores futuros ou gerar esterilidade.

_Faça tudo o que puder por ela, T´Vel. Você sabe o quanto ela significa para mim.

_A tratarei com a mesma eficácia que destinaria para qualquer tripulante, capitão. Por falar nisso, o senhor não perguntou pelos outros. – T´Vel  se referia ao bajoriano e o Tosk deitados ao lado e sendo tratados pela doutora Nepatshanu.

_Eu sei que eles estão sendo bem tratados. – sorri meio constrangido.

De repente os sinais vitais da comandante começam a cair.

_O que está acontecendo? – pergunta Alkon assustado.

_Não sei. – T´Vel aciona o scanner médico sobre a cama. – É uma infecção por algum patógeno  que não foi detectado antes. Está gerando uma septicemia . Causando falência múltipla dos órgãos. Ela está entrando em choque. Indira me dê 2 cc de delactovina  

Mas a comandante parece não reagir e as convulsões continuam. Alkon fica descontrolado.

_Ela está morrendo. Faça alguma coisa!

_Eu estou fazendo, capitão! Se o senhor quiser ajudar deveria controlar sua histeria e usar o elo mental que mantém com ela para fortalecer a vontade dela de viver!

Alkon procura se controlar e alcançar a mente de Sarah.

_Indira me dê 5 cc de synaptizina . – ordena a médica-chefe.

A mente de Alkon vê um branco sem fim até que, em meio a brumas, estava Sarah. Sozinha e desorientada. Ele chamou por ela:

“Sarah!”

“Quem está aí? Quem é você?”

“Sou eu, Dorian!”

“Dorian! Eu não o vejo! Onde você está?”

“Aqui! Siga a minha voz!”

“Continue falando. Eu ainda não o vejo.”

“Continue andando nesta direção”

“Dorian...Eu estou com medo...Aqui está tão frio...”

“Não tenha medo. Eu estou aqui para te proteger”.– Alkon podia vê-la caminhar em sua direção com os braços esticados. Quando estava preste a abraçá-la, sua imagem se desvaneceu em meio a um sorriso. O elo mental fora rompido. Alkon sai do transe de uma forma súbita.

_O que houve? – perguntou com grande dificuldade. Estava exausto.

_Tive que colocá-la em stasis. Paralisei seu metabolismo até identificar o que causou a infecção.

_Eu quase a toquei...Por um momento pareceu-me que a tinha perdido para sempre.

_Desculpe ter rompido o seu elo mental de forma tão abrupta, mas precisava agir rápido para salvá-la.

_Se isso a salvar, está perdoada. Quanto tempo ela deverá ficar em stasis?

_Não posso precisar no momento. Preciso isolar o agente causador da infecção. Poderei levar horas, dias, semanas...

_Sua equipe é reduzida e tem outros feridos para cuidar. Acho melhor a senhora ter uma ajuda extra.

_O senhor não está dizendo...

_Sim. Computador...Acionar programa holográfico médico.

Uma cópia holográfica do doutor Lewis Zimmerman, o criador do programa, se materializa no meio da enfermaria.

_Por favor informar a natureza da emergência médica.

Os três oficiais ficaram olhando para o doutor holográfico sem nada dizerem.

_Já que não se manifestam posso dizer que temos um paciente em stasis que já foi devidamente tratado, um bajoriano com escoriações leves e um...Tosk inconsciente. Nada que um pouco de codrazina  não possa curar. E o senhor..._diz voltando para o capitão. – O senhor está com o ombro direito deslocado, sabia? Mas podemos cuidar disso rapidinho. – o médico holográfico, num gesto rápido e imprevisível, coloca o ombro do capitão no lugar.

_AAII! – grita o capitão.

_Ótimo! Estão todos tratados. Se não há mais ninguém que necessite de meus serviços, sugiro desativar o programa. – o médico holográfico fica sorrindo enquanto os médicos reais e o capitão ficam espantados com sua performance.

Texto por: Marcos De Chiara.

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